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O alto preço da eficiência

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A versão Hybrid do Fusion anda bem, consome pouco e entretém
pelos recursos, mas não consegue justificar o que custa a mais

Texto e fotos: Fabrício Samahá

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Um motor elétrico e um quatro-cilindros mais eficiente que o do modelo normal: a fórmula do Hybrid para obter 193 cv e consumo mais baixo

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As rodas exclusivas da versão usam pneus favoráveis ao rolamento; nas portas e no porta-malas vem o logotipo com uma folha e uma pista

Dez anos depois que o pioneiro Toyota Prius começou sua carreira internacional, a propulsão híbrida em automóveis ainda é um assunto quase inexplorado no mercado brasileiro. Foi no ano passado que a Mercedes-Benz passou a vender o S 400 Hybrid — considerado um híbrido paralelo leve, em que o motor elétrico jamais move o carro por si mesmo — e, em novembro, a Ford apresentou o Fusion Hybrid, o primeiro híbrido completo, ou em série-paralelo (capaz de rodar apenas com eletricidade), trazido ao mercado por importação oficial.

Apesar de tudo que se falou sobre esse novo Fusion por ocasião do lançamento, muitas dúvidas pairam na mente de quem se interessa pelo assunto. Como é dirigi-lo? Como cada motor — elétrico e a gasolina — opera em cada situação de uso? Como funciona a recarga da bateria? Afinal, vale a pena pagar muito mais caro por ele e aguardar o retorno pela economia de combustível? Para responder a essas e outras questões, o Best Cars passou mais de 1.200 quilômetros ao volante do Hybrid.

A base desse Fusion é a versão de quatro cilindros e 2,5 litros, mas eles são diferentes já no motor a gasolina (saiba mais sobre técnica). Com ambos os motores ativos, sua potência combinada é de 193 cv, portanto 20 cv acima do carro normal de quatro cilindros. A bateria de alta capacidade fica instalada atrás do banco traseiro, que por isso não pode ser rebatido.

Em nome da eficiência, a Ford fez várias outras alterações na mecânica do automóvel. Em lugar da caixa automática de seis marchas é usado um câmbio de variação contínua (CVT) com engrenagens planetárias e controle eletrônico, que combina a tração dos motores elétrico e a combustão. Outra novidade em um Fusion é o sistema de freios regenerativo, que recupera até 94% da energia que seria normalmente perdida no atrito, usando-a para recarregar a bateria de alta capacidade.

Ao pisar levemente no pedal de freio, o que retém o carro não são as pastilhas sobre os discos, mas sim a ação do gerador
— só em frenagens mais vigorosas é que os freios a disco são acionados. Um simulador de atuação de freios (SBA) faz com que a sensação do motorista seja a mesma de um sistema convencional. O Hybrid ganhou ainda pneus com menor resistência ao rolamento (Michelin Energy MXV4 em vez de Pilot HX MXM4), embora com a mesma medida dos demais Fusions, e ar-condicionado com compressor elétrico, que é mais eficiente e independe do motor a gasolina para funcionar.

Painel configurável   Diante do motorista, mudança importante é o quadro de instrumentos Smart Gauge (traduzível por mostrador inteligente), composto de duas telas digitais de alta resolução TFT de 4,3 polegadas nos dois lados do velocímetro analógico. TFT, sigla para thin-film transistor ou transistor de película fina, é um tipo de tela de cristal líquido (LCD) que usa um minúsculo transistor transparente para ativar cada ponto da tela, de modo a conseguir alta qualidade de visualização.

Quando se abre a porta as telas compõem uma imagem ecológica, que dá lugar após a partida a um de quatro modos de uso para as telas configuráveis: Inform ou informar, que indica temperatura do motor, carga da bateria, nível de combustível, consumo instantâneo e eficiência do sistema; Enlighten ou esclarecer, que adiciona conta-giros e nível de operação elétrica; Engage ou comprometer, que mostra informações do freio regenerativo e das fontes de potência; e Empower ou autorizar, que indica o uso de potência e o consumo de energia dos acessórios. Os mostradores de nível de combustível e de carga da bateria são interessantes, como se mostrassem o líquido em um reservatório.

Pode-se ainda inserir na tela direita o EcoGuide, com imagens de folhas verdes que se multiplicam para indicar o modo de dirigir mais econômico, ou os mostradores de consumo instantâneo e do histórico de consumo médio em até 60 minutos de uso. Outro histórico refere-se à rodagem desde a última vez que se zerou a medição ou de até 3.200 km. Ao fim de cada trajeto, ao desligar a chave, o painel aponta distância percorrida, combustível consumido e média de consumo. Continua

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Data de publicação: 23/7/11

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