A carroceria é toda nova, mas
de frente ou de lado pode ser confundida com a anterior; a traseira de
estilo algo conservador é a maior distinção
Com o fim do esportivo Si restam
três versões, todas de 1,8 litro; rodas e retrovisores com luzes de
direção estão entre as diferenças visuais
No modelo brasileiro as
lanternas receberam complementos, de gosto discutível, e os faróis
baixos são elipsoidais; os de neblina vêm no EXS |
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Todos nos lembramos do impacto que a oitava geração do Honda Civic —
terceira entre as produzidas no Brasil — causou no mercado ao ser apresentada,
em 2006. Por fora, por dentro ou na mecânica, o modelo feito em Sumaré, SP,
representava importantes evoluções que deixaram ultrapassada da noite para o dia
a maior parte dos concorrentes. Não demorou para a marca japonesa reconquistar a
liderança de vendas entre os sedãs médios, que seria perdida mais tarde com a
reformulação do arquirrival Toyota Corolla.
Mais de cinco anos depois, chega até nós o Civic de nona geração, baseado na
versão que os norte-americanos
conheceram no início do ano. Dessa vez a sensação é outra: em vez de
revoluções, a Honda apenas evoluiu o tema do modelo anterior — não seria mesmo
fácil repetir o passo que o aquele Civic representou. Mas o carro recebeu
aprimoramentos em vários campos, ganhou itens de conveniência e segurança e
manteve a faixa de preços, argumentos com que busca retomar o primeiro lugar em
vendas.
As três versões com motor de 1,8 litro foram preservadas, enquanto a
esportiva Si e seu motor de 2,0 litros e
alta rotação pertencem, infelizmente, ao passado. Os novos preços sugeridos,
agora unificados para todo o Brasil, são: LXS, câmbio manual, R$ 69.700; LXS, câmbio automático, R$ 72.900;
LXL, câmbio manual, R$ 72.700;
LXL, câmbio automático, R$ 75.900; e
EXS, câmbio automático, R$ 85.900 (veja os
equipamentos de série). As vendas começam apenas em janeiro e a garantia
mantém-se de três anos.
Se os brasileiros estão habituados a velhos projetos maquiados para parecer
novos, com o Civic acontece o oposto: embora tão semelhante ao anterior na
aparência, o carro pertence mesmo a uma nova geração, reprojetada desde a
estrutura, e não aproveita nenhum painel de carroceria do antigo. Entre as
alterações discretas, mas relevantes, o recorte das portas dianteiras foi
avançado para que a pequena janela à frente do retrovisor — antes fixa à
carroceria — fosse incorporada às portas. Com isso, a pequena coluna vertical
pôde ficar bem estreita e, em conjunto à coluna dianteira mais fina, a
visibilidade melhorou.
Visto de frente, o Civic ficou tão parecido com o anterior que chega a ser
confundido com ele. Dignos de nota são os faróis com refletores
elipsoidais no facho baixo (desenhados para o
modelo brasileiro), embora ainda sem lâmpadas de
xenônio em qualquer das versões, e a parte inferior do para-choque com
formato que lembra muito o do
Volkswagen Jetta.
De lado, a impressão de linhas "esticadas" remete ao
City, mas o perfil
traz clara identificação com o da geração passada. A área envidraçada está com
perfil um pouco mais baixo e a quebra em sua parte final parece inspirada nas
dos sedãs BMW.
A traseira é mesmo o ponto de mais clara distinção. Com lanternas de desenho ao
gosto dos norte-americanos, deixa o visual bem diferente do Civic anterior — que
ao lado do novo parece simples, menos refinado, embora talvez mais esportivo.
Para o Brasil, além de ampliar o rebaixo para a placa de licença, que agora cabe
ali sem tocar suas extremidades, a Honda adotou pequenas extensões com
refletores junto às luzes de ré. Se ficou bom ou não, o leitor pode julgar por
si, mas a nosso ver saturaram o visual. São recursos mais comuns para renovar
velhos modelos, como aconteceu no Corolla 2012, o que causa estranheza.
No interior o tema do painel de instrumentos em dois níveis foi mantido, mas com
importantes novidades. O "andar" superior agora traz uma tela colorida de 5 pol
que serve a computador de bordo, informações do sistema de áudio,
configuração de funções, uso da
interface Bluetooth para telefone celular.
mensagens de aviso e imagens da câmera traseira que orienta manobras (inclui
linhas-guia que não se movem com o volante). |