Câmera traseira mostra imagens
no retrovisor para orientar manobras; o espaço de bagagem, de 465
litros, pode trazer limitações em viagens
Na avaliação, bom desempenho com
motor 2,4 e nem tanto com o 2,0; já o comportamento dinâmico impressiona
para um veículo desse porte |
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IX35 2,0 automático |
MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 86 x 86 mm.
Cilindrada: 1.998 cm3. Taxa de compressão: 10,5:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 166 cv a 6.000 rpm. Torque máximo:
20,1
m.kgf a 4.600 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 6 marchas; tração dianteira ou integral. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência elétrica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, independente,
multibraço. |
RODAS
- 17 ou 18 pol; pneus, 225/60 R 17 ou 225/55 R 18. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,41 m; largura, 1,82 m; altura, 1,665 m;
entre-eixos, 2,64 m; capacidade do tanque, 55 l; porta-malas, 465
l; peso, 1.576 kg. |
Dados do fabricante;
desempenho e consumo
não disponíveis |
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Os
detalhes de construção não deixam dúvida de que os carros sul-coreanos
estão no mesmo patamar de outras potências produtoras de veículos, ao
menos nesse segmento de médio para superior. Ao engatar a marcha à ré
aparece uma tela de vídeo no espelho retrovisor interno para orientar a
manobras — muito útil, já que o vidro traseiro é muito pequeno e
estreito. Já o teto solar precisa de uma revisão no
sistema antiesmagamento, porque não
parou de imediato quando fizemos um teste. O espaço no banco traseiro é
amplo e os passageiros ficam bem acomodados. Modesto é o compartimento
de bagagem de 465 litros, apesar da grande abertura.
Ao volante
O motor Theta II traz como novidade a
variação do tempo de válvulas tanto em admissão quanto em
escapamento, além de ser 10 kg mais leve que o anterior e trazer
coletor de admissão com geometria variável.
Impressiona a potência específica da
versão de 2,0 litros, 83 cv/litro, das maiores do mercado para motores
de aspiração natural — isso considerando
166 cv, como nos demais mercados, e não 175 cv como a Hyundai
estranhamente informa em seu site. O torque máximo de 20,1 m.kgf a 4.600
rpm, porém, não é expoente. A caixa automática de seis marchas,
compartilhada com a Kia, é feita pelo próprio grupo sul-coreano, tem
dimensões e peso reduzidos para uma caixa desse tipo e dispensa troca de
lubrificante por toda a vida útil.
Avaliamos apenas as versões com câmbio automático, muito rápido e
eficiente. Ele reduz marchas com facilidade, mesmo sem usar o fim de
curso do acelerador, o que ajuda no desempenho, mas não na economia. Já
na opção manual, não reduz e deixa ao motorista a função de trazer as
marchas menores. A posição das trocas pela alavanca segue o padrão mais
comum, em que se sobem marchas para frente e se reduzem para trás. Não
há comandos no volante para esse fim. O câmbio também tem
controle de ponto-morto, que traz menor
consumo nas paradas do tráfego urbano. A tração integral atua sob
demanda, ou seja, as rodas traseiras recebem mais torque se as
dianteiras perdem aderência.
O que mais se destaca ao dirigir o IX35 é o silêncio e baixo nível de
vibração. Tanto no motor 2,0 quanto no 2,4, o funcionamento é tão
silencioso que o ruído mais percebido é dos pneus com o asfalto. A
versão 2,0 gira a 2.500 rpm em sexta marcha a 120 km/h e o 2,4 ainda
menos, 2.200 rpm. A diferença de potência é sensível e no 2,0 é preciso
se preparar melhor para ultrapassagens, mas o desempenho dá conta do uso
normal em um modelo familiar. Um ponto que merece revisão é o tanque de
combustível para apenas 55 litros, insuficiente para viagens longas.
Boa surpresa foi nas curvas da serra do percurso de teste. Percebe-se
bem a inclinação da carroceria, por se tratar de um veículo alto e
pesado (1.576 kg na versão 2,0 automática), mas o bom acerto da
suspensão
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do tipo McPherson à frente e independente multibraço atrás
—
permite fácil controle, enquanto a elevada aderência dos pneus 225/60 R
17 (com opção por 225/55 R 18) o segura muito bem. Saídas em aclives são
facilitadas por um assistente que controla os freios, impedindo o carro
de recuar, e há também monitor de velocidade em descidas íngremes, que
mantém o ritmo desejado pelo motorista sem uso de freios ou acelerador.
A assistência de direção, elétrica, foi muito bem calibrada: é bem leve
em baixa velocidade e ganha peso correto em alta.
Tivemos a chance de avaliar o crossover em um trecho fora de estrada,
onde foi possível comprovar a eficiência do controle de estabilidade. Ao
jogar o IX35 em certa velocidade numa curva para provocar derrapagem
intencional, o sistema eletrônico corrigiu a derrapagem prontamente. Na
subida, com piso de terra e cascalho, o modelo com tração 4x4 sai com
incrível precisão sem derrapar. O mesmo pode ser conseguido na versão
2,0 com tração dianteira, mas basta desligar o controle de tração para
os pneus escorregarem com facilidade. Na terra, a versão 2,4 com rodas
de 18 pol e pneus de perfil 55 revelou-se mais dura que a 2,0, com rodas
17 e pneus de série 60.
O IX35 mostra bons atributos para conquistar seu espaço, mesmo sem se
destacar em preço como outros modelos da marca. A lamentar, a
desorganização dos responsáveis pela comunicação à imprensa (e sobretudo
do material distribuído a ela), o que mostra a necessidade de melhoria
urgente. Aliás, no Brasil a situação da Hyundai é um tanto peculiar,
porque a matriz sul-coreana deu início à construção da fábrica de
Piracicaba, SP, enquanto o grupo Caoa — importador da marca — continua
com a linha de montagem em Anápolis. O Tucson de primeira geração será
mantido em produção pela Caoa, enquanto o IX35 será importado e em
Piracicaba — ao que se sabe — será feito um carro compacto. Onde já se
viu, duas fábricas independentes fazendo carros da mesma marca? |