O motor turboalimentado entrega
193 cv e 28,5 m.kgf com suavidade e um ronco agradável; o câmbio CVT
permite trocas manuais entre sete "marchas virtuais"
Um conjunto atraente, mas um
tanto caro: na faixa de R$ 150 mil há várias boas opções -- até de
carros grandes |
O segundo modo leva o motor a manter rotação mais alta, até mesmo ao
desacelerar — útil, por exemplo, em descidas de serra ou ao tomar uma
curva e desejar agilidade para a retomada seguinte. No terceiro é que
está o mais interessante desse CVT: a simulação de sete marchas. No
console vêem-se apenas as posições P, R, N e D, mas nesta última se
efetuam as mudanças manuais para os lados, outro hábito Mercedes (sobe
marchas para a direita, reduz para a esquerda, com indicação no quadro
de instrumentos).
O modo Manual traz uma agradável esportividade e a sensação de que o
motorista é quem decide com quantas rotações o motor deve estar. Mas foi
mantida uma característica não muito apreciada dos câmbios da marca: ao
passar à última "marcha virtual" volta-se ao modo automático, mesmo sem
querer. A caixa também sobe "marchas" por si mesma no limite, perto de
6.000 rpm. No exterior há comandos de troca no volante, não disponíveis
aqui.
O Classe B tem a peculiaridade de usar uma antiga solução em suspensão
traseira — o eixo rígido —, mas com resultados que surpreendem. Quem se
incomodava com as oscilações e o desconforto do Classe A nacional não
ficará com saudades: com o mesmo sistema agora presente no Classe C, que
deixa os amortecedores mais firmes em caso de compressão abrupta, o
rodar é relativamente confortável, no que o longo entreeixos ajuda
muito. E o comportamento dinâmico é impecável, com inclinação moderada
de carroceria e grande sensação de segurança ao tomar rápido as curvas —
contribuem os ótimos pneus Michelin Pilot Primacy. O carro só não gosta
de lombadas, em que pode raspar a parte dianteira.
Tudo isso vem num carro bem-construído e com farta dotação de segurança,
como bolsas infláveis frontais e laterais,
encostos de cabeça dianteiros ativos e controles de tração e de
estabilidade. O maior obstáculo é mesmo o
preço: a R$ 149,9 mil, o pequeno Classe B fica na faixa de carros mais
esportivos de outras marcas renomadas, como Audi A3 2,0 (200 cv, R$
145,5 mil) e BMW 120i Top (150 cv, R$ 140 mil, ambos automáticos),
embora ofereça mais espaço que eles. E, sem exigir tanto prestígio,
pode-se chegar a um Honda Accord V6, Chevrolet Omega ou VW Passat Turbo
sem superar o preço do pequeno Mercedes. |