

O motor de 3,0 litros e 231
cv (embaixo) é inédito no Brasil; o de 1,8 litro com compressor agora
tem 184 cv



O câmbio automático tem cinco
marchas no C 200 K e sete no C 280; rodas de 17 pol (embaixo) com pneus
225/45 e faróis de xenônio compõem o Avantgarde |
O
motor básico, 1,8-litro de quatro cilindros com compressor, foi herdado
da geração anterior. Agora vem com potência de 184 cv, intermediária
entre a do antigo C 200 K (163 cv) e a do C 230 K antes da entrada do
motor V6 (193 cv). O torque é de 25,5 m.kgf e houve redução de consumo,
informa o fabricante. No C 280 vem um V6 de 3,0 litros, 231 cv e 30,8
m.kgf, inédito no Brasil. A designação é a mesma da primeira geração do
Classe C, que depois dera espaço ao C 320.
O câmbio automático, de cinco marchas no C 200 K e de sete no C 280, tem
dois programas de uso (confortável e esportivo) e admite trocas manuais
seqüenciais com toques para os lados na alavanca seletora — sobe à
direita, reduz à esquerda. Como habitual na Mercedes, a operação manual
dá pouca autonomia ao motorista: ocorrem reduções involuntárias ao
acelerar a fundo e, quando se tenta passar a última marcha, coloca-se na
verdade em Drive, o que retoma a operação automática. As trocas também
são feitas para cima ao atingir a rotação máxima do motor.
Este Classe C marca o uso de suspensão dianteira
McPherson, o rompimento da longa
tradição de braços sobrepostos na marca (curiosamente, a BMW fez o
oposto no novo X5 — este mundo não é mais o mesmo...). Também novo é o
controle automático chamado de Agility Control. Não se trata de
eletrônica, mas apenas de um ajuste mecânico da passagem de óleo pelos
amortecedores, de modo a deixá-los mais firmes quando o carro é dirigido
com vigor.
Ainda este ano a Mercedes introduz uma versão aprimorada (Advanced
Agility), opcional, com controle eletrônico e dois programas para os
amortecedores, as trocas de marcha automáticas e a resposta do
acelerador. Os freios ganharam recursos como secagem ao rodar em piso
molhado, mediante leve pressão das pastilhas contra o disco, e auxílio à
saída em aclives. As luzes de freio piscam em caso de frenagem intensa,
para acelerar a reação do motorista do carro de trás.
Ao volante
A
Mercedes-Benz merece elogios pelo evento de lançamento à imprensa: foram
mais de 150 quilômetros de direção entre as cidades de Campinas e
Sorocaba, no interior paulista, alternando-se entre as três versões do
Classe C no percurso que passava por cidades, rodovias e trechos
sinuosos. Uma oportunidade rara nestes tempos de avaliações tão
limitadas.
Boas impressões já esperadas se confirmaram, como o grande conforto em
todos os sentidos, dos excelentes bancos à acertada suspensão, passando
pelos baixos níveis de ruído e vibração. Como foi possível rodar tanto
no Classic quanto no Avantgarde, a utilidade do Agility Control ficou
evidente: a absorção de impactos é tão eficaz que mal se nota que a
segunda versão tem rodas de 17 pol e pneus de perfil mais baixo, 225/45,
em vez de 16 pol com 205/55. O comportamento dinâmico é muito bom nos
dois casos, com uma calibração firme que transmite segurança, somada a
freios superlativos.
O C 200 K anda bem, mas denota ligeira hesitação ao acelerar a fundo em
baixa rotação, quando o compressor ainda não "encheu" o motor. Depois
desse breve hiato, entrega desempenho suficiente para a maioria dos
motoristas, que permite cruzar estradas em alta velocidade sem esforço
ou ruído elevado.
Continua |