Acaba de chegar ao Brasil uma marca de longa tradição — foi fundada na
Inglaterra em 1924 —, mas quase desconhecida por aqui, salvo pelos simpáticos
modelos esporte da série T dos anos
50, de que os mais antigos ainda devem se lembrar (e que os nem tão antigos
podem ter conhecido por sua réplica nacional, o MP Lafer). A MG ou Morris
Garages, então parte da Rover, passou em 2006 às mãos do grupo chinês SAIC (Shanghai
Automotive Industry Co.) e agora, representada pelo grupo importador Forest
Trade, começa a vender por aqui os modelos MG6 e MG 550.
Apresentados ao público em outubro do ano passado no
Salão do Automóvel de São Paulo, os
carros fizeram sua estreia oficial em junho e agora foram submetidos a um breve
contato pela imprensa. Não são ingleses, como as bandeiras coladas aos
para-lamas dianteiros poderiam sugerir, e sim fabricados em Xangai, com o MG6
sendo apenas finalizado em Birmingham, Inglaterra. Enquanto esse hatchback
médio-grande de cinco portas (não é um cupê) tem preço sugerido de R$ 99.789, o
sedã de quatro portas 550 custa R$ 94.789, ambos com garantia de sete anos. A
intenção do importador é colocar no mercado um total de 1.500 unidades nos
primeiros 12 meses de vendas, distribuídas por 15 pontos previstos para o fim do
ano. E a gama não demora a crescer (leia boxe).
Quem olha o MG6 ou o 550 pode apostar que se trata de um carro europeu — não só
pelo estilo, mas também pelo acabamento e o nível dos itens de série. Tanto as
linhas externas quanto o interior mostram bom gosto e a clara intenção de
agradar a preferências ocidentais. Apesar das muitas semelhanças entre o hatch e
o sedã, foram aplicadas diferenças para os distinguir mesmo aos olhos do
motorista, caso do quadro de instrumentos, que conta com velocímetro digital no
550 e analógico no MG 6.
São muito bons o espaço interno e os porta-malas. Mesmo o hatch permite entrar e
sair do banco traseiro sem dificuldade, apesar de seu perfil mais esportivo. Os
dois modelos têm, entre os equipamentos de série, seis bolsas infláveis
(frontais, laterais e cortinas), controle de
estabilidade e de tração, bancos revestidos em couro com ajuste elétrico nos
dianteiros, teto solar, toca-DVDs e navegador integrados à tela de 6,5 pol no
painel, câmera traseira para orientar manobras, ar-condicionado de duas zonas,
monitor de pressão dos pneus, chave eletrônica e rodas de 17 pol com pneus
215/50.
Depois de dirigir alguns quilômetros, porém, percebe-se que tanto luxo não é
acompanhado de igual vigor no desempenho. Ambos os modelos usam motor de quatro
cilindros e 1,8 litro com bloco e cabeçote de alumínio, duplo comando, 16
válvulas e turbocompressor, o que faz a potência
chegar a 170 cv e o torque a 22 m.kgf, disponível desde 2.500 rpm. São números
razoáveis, mas que lidam com um peso expressivo de 1.486 kg no sedã —
curiosamente o hatch é 4 kg mais pesado, quando o normal seria o inverso.
A avaliação promovida pelo importador ficou longe do ideal, restrita a um
kartódromo na Grande São Paulo, mas foi possível perceber no MG 550 um
desempenho compatível com sua proposta e peso. Já ao MG6, que sugere algo mais
esportivo pelas linhas, falta um pouco de emoção. Embora no exterior o
fabricante anuncie aceleração de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos para o hatch, aqui
não há dados oficiais.
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