O Cooper no autódromo de
Aldeia da Serra: boas sensações na pista, que ficam por ser
complementadas por uma avaliação mais abrangente
Raio X do Cooper S: suspensão
traseira por paralelogramo deformável |
O Cooper S e a Clubman acrescem o botão S (comando que altera a
assistência de direção, as trocas de marcha da caixa automática e a
resposta do acelerador de comando eletrônico), teto solar, rodas de 17 pol com pneus
205/45, ponteiras do escapamento cromadas e ar-condicionado automático.
No mercado europeu existem outras opções de motores: Mini One de 1,4
litro, com 75 ou 95 cv, e Mini Cooper D com o 1,6 turbodiesel de 109 cv,
fornecido pela Peugeot-Citroën, além do já citado John Cooper Works.
Ao volante
A despeito de a BMW oferecer três versões do Mini, só foi possível
avaliar o Cooper, com câmbios manual e automático, por três voltas em local não muito
propício para um primeiro contato com o carro — o kartódromo de Aldeia
da Serra, na Grande São Paulo. Embora maior que outras pistas do gênero,
aquele kartódromo ainda limita a avaliação a uma sequência de curvas de
baixa velocidade.
De resto, dirigir em kartódromo ou autódromo não reflete o uso cotidiano
do carro, razão pela qual o Best Cars considera essencial algum tempo em
cidade e rodovia. Fica para a avaliação completa.
De qualquer maneira, foi possível conhecer o carro em situações limite.
Bem instalado no posto do motorista — com pedais em localização
perfeita, acelerador pivotado no assoalho e volante de ótima pega —,
nota-se que o melhor do Mini está em seu acerto de chassi. Quando a
marca alardeia que ele parece um kart, não está exagerando: a resposta
de volante, pedais e motor, com o câmbio manual, empolgam o mais pacato
dos motoristas. E o carro responde à altura: contorna curvas com
precisão e estabilidade, transmite total confiança ao motorista e o leva
a buscar cada vez mais os limites do carro, que não são nada baixos. Um
carro que pode ser conduzido e pilotado, feito para quem gosta de
dirigir.
Na versão de câmbio automático, porém, nota-se grande hesitação em
saídas de curva no momento em que se busca potência. Como a resposta do
motor demora mais do que o esperado, o motorista tende a acelerar ainda
mais e, quando a redução se completa, o controle de tração interfere
muito, limitando a potência que se despeja nas rodas. No carro com
câmbio manual essa situação ficou mais bem-resolvida, e a condução, mais
prazerosa e divertida. Entretanto, o câmbio parece se comportar bem em uso normal, com trocas suaves e precisas.
A BMW elenca como concorrentes do Mini os carros de imagem como o Smart
e o Volkswagen New Beetle (aqui bem mais baratos que ele), assim como
Mercedes-Benz Classe A e B e Volvo C30 — na Europa há também o Alfa
Romeo 147, que a Fiat não traz mais.
O volume previsto de 600 unidades ao ano pode ser considerado modesto
frente ao produto que é o Mini. Entretanto, é realista frente ao preço
de R$ 92.500 para o Cooper manual, R$ 98.500 para o Cooper automático,
R$ 119.500 para o Cooper S e R$ 129.500 para o Clubman. Caro? Depende.
Importadores independentes o vendiam por pelo menos R$ 40 mil a mais e
ele nunca encalhou nessas lojas, pelo contrário. Agora será
menos exclusivo, mas ainda assim um carro raro nas ruas, bem mais que os
concorrentes da VW e da Volvo.
Pelo pacote de equipamentos, pelo desenho do carro, pela tecnologia
embarcada e, sobretudo, pelo prazer que oferece em uma tocada esportiva,
o preço do Mini não é absurdo. O argumento de que existem confortáveis
sedãs de luxo por esses valores não interessa a seu público-alvo. É uma
questão de analisar o produto com a porção exata de racionalidade e
paixão, pois esse carro não é um simples meio de transporte. |