


Semelhante ao do Sentra em
vários elementos, o interior bem-acabado oferece espaço adequado e vem
repleto de itens de conveniência



Motor de 2,0 litros em vez de
2,5 deixa o desempenho apenas regular; câmbio CVT é exclusivo na
categoria e rodas de 16 pol vêm de série |
O X-Trail,
assim como seus concorrentes mais diretos — Hyundai Tucson,
Honda CR-V, Toyota RAV4,
Chevrolet Captiva —, possui tração integral. Mas há nele um
fator diferencial: é possível escolher entre tração apenas
dianteira (4x2), dianteira ou integral de forma automática
conforme a necessidade (4x4 Auto) e permanente nas quatro rodas
(4x4). Seus concorrentes não permitem essa escolha: à exceção do
RAV4, em que ela é permanente, eles possuem tração integral por
demanda, ou seja, o sistema identifica a necessidade de tração
nas rodas traseiras quando as dianteiras perdem aderência.
Bons
itens de série
O X-Trail é
apresentado em duas versões: SE e LE, esta mais equipada e que
foi avaliada. Ambas vêm com ar-condicionado automático, freios
ABS, rádio/CD, controlador de
velocidade, alarme, rodas de alumínio de 16 pol, barras
longitudinais no teto com faróis integrados e bolsas infláveis
frontais. A LE adiciona bolsas laterais e de cortina,
disqueteira de seis discos com leitor de
MP3, faróis de neblina, teto
solar panorâmico e revestimento em couro para bancos, volante e
pomo do câmbio.
O interior é muito bem acabado e recheado de equipamentos,
embora faltem alguns que seriam mais úteis que outros de
utilidade duvidosa. Um carro dessa categoria deveria ter
controles de áudio no volante, entrada para toca-MP3 portátil,
travamento das portas quando iniciada a marcha e seu
destravamento quando se desliga o veículo, algo que equipa
carros muito mais simples. Também seria ideal ter
sensor de estacionamento
traseiro, pois o carro tem um tamanho considerável: 4,63 metros
de comprimento, sendo 175 mm a mais que o modelo antigo; 2,63 m
de distância entre eixos, 5 mm a mais; 1,77 m de altura,
incremento de 95 mm; e 1,785 m de largura, 20 mm mais que a
geração anterior.
Esse aumento de dimensões confere ao X-Trail espaço interno
muito bom e portamalas digno de nota, com capacidade informada
de 603 litros até a altura dos vidros. O compartimento é todo
revestido de um material que pode ser facilmente lavado, além de
possuir gaveta e prateleira para acondicionar as bagagens. Ponto
negativo fica para o acesso ao estepe (com roda de aço e pneu de
mesma dimensão dos usados no carro): por ficar sob o assoalho do
portamalas, fica abaixo da prateleira e da gaveta.
O X-Trail não conquista à primeira vista, até passa despercebido
na paisagem. Mas agrada na primeira volta: é confortável,
silencioso, com respostas do volante corretas e suspensão muito
bem acertada. Logo ao ligar o carro, nota-se que o motor acorda
em silêncio, suave. Mal se nota que ele está ligado. Iniciada a
marcha, o rodar mostra-se algo a ser copiado pelos concorrentes:
silencioso, preciso, macio. Evidente que não se pode esperar um
comportamento esportivo, que nem é sua proposta. Mas para
dirigir por longas distâncias em velocidade de cruzeiro,
curtindo a paisagem, o fabricante japonês atingiu em cheio seu
alvo. Contudo, o motor poderia ser mais potente. Em algumas
situações o X-Trail sente falta de um vigor adicional que o leve
com mais naturalidade em trechos de subida e quando carregado.
Nessas condições, o motor quebra a harmonia interna com um nível
de ruído acima do esperado.
Outro ponto negativo do X-Trail é o preço. A versão SE custa R$
87.790 e a LE R$ 99.900. É pouco mais barato que o CR-V EX 2,0
(R$ 102.910) ou o Captiva Sport V6 3,6 AWD (R$ 103.990) e bem
mais em conta que o RAV4 2,4 (R$ 115.000), todos com tração
integral, mas está acima do Tucson GLS V6 2,7 (tração integral,
R$ 85.000) e do Captiva Sport 2,4 (tração dianteira, R$ 86.990).
Levando-se em consideração que o Nissan tem o desenho menos
atrativo e o motor menos potente, carregar uma etiqueta com esse
preço torna sua vida mais complicada. Mas suas qualidades são
muitas e, mais do isso, são grandes qualidades. Em uma analogia,
é como aquela moça que não nos atrai no primeiro instante, não
chama atenção quando entra em um restaurante, mas que depois de
alguns minutos de conversa se mostra simpática, gentil e meiga
e, ao fim do encontro, nos deixa apaixonados. |
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MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando
no cabeçote, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e
curso: 84 x 90,1 mm. Cilindrada: 1.997 cm3. Taxa de
compressão: 9,7:1. Injeção multiponto seqüencial.
Potência máxima: 138 cv a 5.200 rpm. Torque máximo:
20,2 m.kgf a 4.400 rpm. |
CÂMBIO
- automático de variação contínua; tração dianteira
ou integral. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco;
antitravamento (ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência elétrica. |
SUSPENSÃO - dianteira, independente
McPherson; traseira, independente multibraço. |
RODAS
- 6,5 x 16 pol; pneus, 215/65 R 16. |
DIMENSÕES - comprimento, 4,63 m; largura,
1,785 m; altura, 1,77 m; entre-eixos, 2,63 m;
capacidade do tanque, 65 l; portamalas, 603 l; peso,
1.513 kg. |
DESEMPENHO
- velocidade máxima, 172 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 11,9 s. |
CONSUMO
- em cidade, 8,6 km/l; em estrada, 12,9 km/l. |
Dados do
fabricante |
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