A potência equivale a apenas 38 cv, mas com torque máximo presente em toda rotação; o conjunto motor-baterias aumenta o peso em 50 kg

Recarregar as baterias de sais de níquel requer oito horas; a Weekend sai de Betim, MG preparada para receber a conversão para eletricidade

O conjunto motor-câmbio pesa pouco menos de 70 kg, sendo 47 kg só do motor. Um conjunto de motor de 1,8 litro flexível e câmbio de cinco marchas, como na Palio Adventure, pesa por volta de 160 kg. Mesmo com o peso adicional das baterias, a diferença total da elétrica para a ELX com motor 1,4, da qual é derivada, é de apenas 50 kg a favor da ELX. O sistema conta com regeneração de energia: capta a energia que seria desperdiçada com a inércia do movimento do carro, ao desacelerar ou frear, e realimenta a bateria. Esse sistema, que pode ser ligado ou desligado a critério do motorista, consegue reaproveitar até 10% da energia usada pelo veículo.

Sensação diferente   Andar em um carro que encontramos todos os dias nas ruas, só que com propulsão elétrica, é uma sensação muito diferente e passa até a impressão de que, em breve, poderemos ver essa Weekend nas concessionárias. Tudo começa ao ligar o carro, como em um modelo convencional, mas com somente dois movimentos de chave. Na posição que seria ligado apenas o sistema elétrico de um carro comum, esta Palio já está ligada, só que o motorista não percebe. Não há barulho, ronco de motor ou mesmo luz indicativa de que o carro está ligado.

Para andar, basta soltar o freio de estacionamento e acelerar. O carro começa a movimentar-se em silêncio, só rompido pelo ruído do atrito dos pneus com o solo. Uma sensação muito diferente, que causa certa estranheza. Vencida a inércia, o carro movimenta-se com desenvoltura, pois o torque máximo de 12,6 m.kgf está disponível em todas as rotações. Andando com quatro pessoas durante a avaliação, dentro da usina de Itaipu, o carro mostrou certa dificuldade para sair da imobilidade, mas uma vez vencida ele mantém velocidade sem problemas nos trechos planos e de leve aclive. Já nos mais acentuados é necessário acelerar mais e nem sempre a velocidade se mantém.

O interior da Weekend elétrica é similar ao de um carro de linha normal, com as diferenças no quadro de instrumentos, que conta apenas com o velocímetro, e nos indicadores de carga (em percentual), tensão, amperagem e temperatura das baterias (além da seleção feita pela alavanca de câmbio) no alto do painel. Todos os outros equipamentos usuais estão presentes, até mesmo o rádio e o controle elétrico dos vidros. O carro mantém o sistema de 12 volts original para alimentar esses equipamentos e, mais importante, alimentar a central eletrônica que gerencia todo o sistema elétrico.

Em Itaipu a Fiat, em conjunto com seus parceiros, montou uma pequena linha de montagem onde são convertidos os carros do projeto. Até o momento já foram montados 21, sendo que o objetivo é construir 50 carros. As Weekends seguem da fábrica de Betim, MG já configuradas para receber o sistema elétrico, chegando sem motor, câmbio, sistema de escapamento e tanque de combustível, além de trazer alterações na suspensão e nos freios em função da mudança da distribuição de peso entre os eixos, já que agora a parte traseira é mais pesada que a dianteira.

A Fiat considera o grande problema dos carros elétricos a bateria, que demora a ser recarregada e ainda pesa muito. O maior problema, no entanto, é o custo do carro. Com o conjunto baterias-motor custando 25.000 euros, o preço da Palio Weekend elétrica para venda a parceiros é de R$ 145.000! Se houvesse isenção de todos os impostos, explica a Fiat, o preço cairia para R$ 86.000 — mais palatável, mas ainda um tanto alto e demorado para ser compensado pela economia no quilômetro rodado.

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