Com a tampa traseira em duas partes e a plataforma móvel, usa-se o espaço de carga da 3008 de diferentes maneiras conforme a situação

Na breve avaliação, boas impressões com o motor de ótimo torque e o comportamento dinâmico seguro, que inclui controle de estabilidade

Derivada da plataforma do 308, a minivan tem suspensões simples e um motor muito moderno; seis bolsas infláveis vêm nas duas versões

Pequeno, mas vigoroso   A 3008 enfim coloca a PSA Peugeot-Citroën brasileira na onda downsizing (redução de tamanho) de motores, que prevê o uso de menor cilindrada compensada por técnicas como turbocompressor, com resfriador de ar, e injeção direta de gasolina. Embora usado há anos em modelos de ambas as marcas na Europa, o motor turbo de 1,6 litro desenvolvido em parceria com a BMW — que o usa no Mini Cooper S — demorou a chegar a nosso mercado pelas mãos dos franceses.

A concepção moderna abrange bloco de alumínio e variação do tempo das válvulas de admissão. Não só a potência de 156 cv (específica de 97,6 cv/litro) é boa, mas sobretudo sua distribuição: o robusto torque máximo de 24,5 m.kgf está disponível desde 1.400 rpm, o que significa respostas muito rápidas logo acima da marcha-lenta. Também atual é a caixa automática de seis marchas, duas a mais que a usada até então pela PSA nos carros de quatro cilindros vendidos aqui.

O uso da plataforma do 308 levou a Peugeot a manter a suspensão traseira de conceito simples, por eixo de torção, mas não impediu o uso de uma solução técnica para conter a inclinação da carroceria nas curvas. Chamado de Controle Dinâmico de Rolagem, o sistema usa um módulo hidráulico central de ligação entre os amortecedores traseiros. Com um pistão flutuante e uma câmara de compensação, o dispositivo atua como um terceiro amortecedor quando a carroceria se inclina, pela transferência hidráulica entre o amortecedor direito e o esquerdo.

Com um tempo bastante instável, intercalando calor e chuva torrencial, a imprensa fez um rápido teste da 3008 no lado argentino do Parque Nacional de Foz do Iguaçu, PR. Para um carro de 1.660 kg, o motor 1,6 poderia soar pequeno, mas com as soluções adotadas — em especial o turbo — a aceleração é surpreendente. A sensação é de cilindrada 50% maior. O fabricante anuncia 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e velocidade máxima limitada a 202 km/h, marcas muito boas para um modelo familiar. A 120 km/h o conta-giros indica apenas 2.600 rpm em sexta.

A caixa automática conta com operação manual sequencial, pela própria alavanca (sobe para frente, reduz para trás), e em modo automático pode ser usada no programa esportivo, que faz as trocas em rotação mais elevada. Mesmo na opção manual o câmbio muda de marcha para cima por volta de 6.000 rpm. Uma forte tempestade deu oportunidade de provar não só o ótimo isolamento acústico e a vedação, mas também o limpador de para-brisa com braços em sentidos opostos e enorme área de varredura. Já no trecho sinuoso, com alguma lama, foi possível testar o controle de estabilidade e o sistema que contém a rolagem da carroceria. A 3008 mostrou-se um carro firme nas curvas, mesmo com grande curso de suspensão e rodar confortável.

Pelos preços sugeridos, a 3008 oferece muito em espaço, conforto, desempenho e itens de conveniência e de segurança — e chega a ofuscar em tecnologia a "prima" C4 Picasso, que ainda usa motor e câmbio de gerações passadas do grupo. Tudo considerado, ficou claro que a Peugeot tem um forte competidor tanto para o segmento de minivans quanto para outras categorias, já que os utilitários esporte modernos estão cada dia mais próximos dos automóveis.

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