Fotos: Geraldo Tite Simões
Avaliado em Ouro Preto, MG, o
308 mostrou-se agradável de dirigir; o motor 1,6 desempenha bem, mas o
câmbio automático é um ponto fraco |
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A rigor, são novos apenas os controles
eletrônicos de estabilidade e tração e as medidas de pneus, pois as
versões de 1,6 litro já usam 205/55 R 16 (no antecessor havia pneus de
15 pol na opção de entrada) e as de 2,0 litros passam a 225/45 R 17.
Para lidar com o piso brasileiro, toda a linha ganhou maior curso de
suspensão e a carroceria ficou 2,2 cm mais alta em relação à do modelo
europeu.
Ao volante
Começamos a avaliação pela versão de 2,0 litros e câmbio manual. Com
relações um pouco curtas, a principal característica percebida é a
grande retomada de velocidade em quinta e última marcha, pois a 120 km/h
o conta-giros aponta 3.500 rpm. O funcionamento suave do motor e o baixo
nível de ruído agradam, sem afastar a sensação de esportividade trazida
pelas rápidas respostas.
Quando passamos para a versão de 1,6 litro, a primeira sensação é de um
motor mais áspero, o que pode ter relação com a
taxa de compressão mais alta agora
adotada ou mesmo com menor absorção de ruídos e vibrações, por se tratar
de versão de acabamento mais simples. Nota-se leve "assobio" em última
marcha em algumas faixas de rotação. Muito bons a aceleração e o
desempenho geral do propulsor. Para nossa surpresa, a 120 km/h o motor
registrou as mesmas 3.500 rpm da versão mais potente, sinal de que houve
moderação ao definir as relações de câmbio.
A última versão avaliada foi a de topo, Feline, com motor 2,0 e câmbio
automático. De fato a opção pela caixa de quatro marchas não é a mais
adequada para as características do motor, que não desempenha tão bem em
baixas rotações. A acentuada queda de giros nas trocas ascendentes tira
muito do vigor ao acelerar, embora a calibração da caixa seja correta,
com mudanças suaves. Seria ideal a Peugeot adotar também para esse motor
o câmbio de seis marchas que virá com o 1,6 turbo.
Como era de se esperar, na versão automática o motor gira menos, 3.250
rpm na velocidade de 120 km/h em quarta. O câmbio em modo sequencial
troca sozinho para cima, ao chegar ao limite de rotação, e traz as
opções de uso S (esportivo) e de inverno, que força a saída em segunda
marcha para evitar patinação das rodas. Outra diferença notada no Feline
foi a rodagem mais dura, em função das rodas de 17 pol e pneus 225/45:
nas ruas de calçamento de Ouro Preto, revelaram-se mais sensíveis que as
rodas de 16 pol e pneus 205/55 da versão 1,6.
No ano passado o 307 hatch alcançou apenas 6.645 unidades vendidas,
contra mais de 35 mil do Hyundai I30 e 27 mil do Ford Focus, os líderes
da categoria. Moderada, a Peugeot não pensa em competir com os grandes,
mas espera dobrar a média mensal com o novo 308. Conseguirá? Acreditamos
que sim, pois o carro tem o jeito moderno que todo consumidor aprecia,
um motor 1,6 dos melhores da classe e farto conteúdo de série, além de
ser muito agradável de dirigir, como é habitual na marca, e ser
oferecido aos mesmos preços de seu antecessor.
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