O interior traz bancos
esportivos, painel bem desenhado e um relógio retrô; atrás, espaço para
duas crianças ou adultos em curtos trajetos |
|
MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 77 x 85,8 mm.
Cilindrada: 1.598 cm3. Taxa de compressão: 10,5:1. Injeção direta,
turbocompressor e resfriador de ar. Potência máxima: 165 cv a 6.000 rpm. Torque máximo:
24,5
m.kgf a 1.400 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 6 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência eletroidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção. |
RODAS
- 18 pol; pneus, 235/45 R 18. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,287 m; largura, 1,845 m; altura, 1,359 m;
entre-eixos, 2,612 m; capacidade do tanque, 55 l; porta-malas, 321
l; com banco rebatido, 639 l; peso, 1.363 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 213 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 8,4 s. |
Dados do fabricante; consumo
não disponível |
|
|
Na traseira vêm dupla ponteira do escapamento,
leds nas lanternas e um charmoso
aerofólio escamoteável. Ele se abre em primeiro estágio (19° de
inclinação em relação ao eixo horizontal) a 85 km/h e em segundo estágio
(34°) a 155 km/h, e não se trata de apenas um acessório estético: tem
função de manter a traseira presa ao solo, por meio de
sustentação negativa. Se o motorista
quiser fazer um charme, basta apertar um botão no painel e o defletor se
abre no segundo estágio a qualquer velocidade. Por falar em
aerodinâmica, o Cx do RCZ é apenas
razoável, 0,32. As rodas têm 18 pol, mas as de 19 são vendidas como
acessórios.
Um cupê sempre passa a impressão de pouco espaço interno, mas a primeira
surpresa foi ver um dos jornalistas presentes, com dois metros de
altura, assumir o RCZ e ainda sobrar espaço entre a cabeça e o teto. Os
bancos são esportivos, em forma de concha, com múltiplas regulagens
(incluindo a de apoio lombar, manual). Para um condutor de 1,70 m até
sobra espaço. O volante também vem revestido de couro. Já o painel e as
portas têm uma forração de toque suave e texturizado. Um aplique de
alumínio na porta dá o tom moderno, que contrasta muito bem com o
relógio analógico de estilo nostálgico no centro do painel.
O banco traseiro pode receber duas crianças, mas um adulto terá certa
dificuldade para encaixar as pernas. Por outro lado, o porta-malas
surpreende para as dimensões externas do pequeno esportivo: 321 litros,
ampliáveis a 639 litros com o banco traseiro rebatido. Mas essas medidas
não levam em conta um item exclusivo para o mercado brasileiro: o
estepe, com mesmos roda e pneu. O RCZ foi homologado para usar kit de
reparo, que elimina o pneu de reserva, mas no Brasil a fábrica preferiu
incluir estepe.
Ao
volante
Sob o capô está o motor desenvolvido em conjunto com a BMW, de 1,6
litro, duplo comando e quatro válvulas por cilindro, com
injeção direta e turbo com pressão
máxima de 1 bar. A potência de 165 cv a 6.000 rpm (9 cv a mais que na
3008, por diferenças em pistões e escapamento) é atraente, mas o que
impressiona é o torque máximo de 24,5 m.kgf, presente a apenas 1.400
rpm. A caixa de câmbio automática de seis marchas, única disponível,
permite seleção manual apenas pela alavanca do console, com trocas
ascendentes para frente e descendentes para trás. Comandos do tipo
borboleta no volante seriam bem-vindos, dada a proposta esportiva.
O circuito de avaliação foi dentro da Fazenda Capuava, em Vinhedo, SP,
com curvas travadas e uma boa reta. Na primeira bateria mantivemos o
controle de estabilidade acionado e o câmbio em modo manual. Nota-se que
o sistema eletroidráulico da assistência de direção a deixa bem leve em
baixa velocidade, mas firme em velocidade.
Com uma aceleração convincente, o Peugeot responde muito rápido nas
retomadas de velocidade, com potência disponível em todo o arco de
rotações. Nota-se um equilíbrio muito bom de distribuição de massas,
para um carro com motor e tração dianteiros, e não há tendência da
traseira desgarrar na entrada das curvas quando se deixa de acelerar. Em
um trecho sinuoso com mudança constante de direção, o cupê se segurou
muito bem, auxiliado pelos pneus 235/45 R 18 (opcionais 235/40 R 19).
Depois foi a vez de experimentar o RCZ “nervoso”, com o controle de
estabilidade desligado. É bem mais difícil percorrer com rapidez o
traçado da pista sem ajuda da eletrônica, pois o cupê volta a ser um
carro de turismo com tração dianteira: rápido na saída de curva, mas com
uma tendência incontrolável a perder a frente quando se usa o acelerador
com vontade. Mesmo nesse modo de uso, quando se força além da conta em
uma curva, o controle eletrônico volta a funcionar.
Os freios funcionam muito bem e contam com auxílios como
distribuição eletrônica entre os eixos e
assistência adicional em emergências,
além do trivial sistema antitravamento (ABS). Mesmo depois de forçar em
frenagens intensas, o RCZ continuava equilibrado. Foi previsto ainda
auxílio para partida em aclive (ou de ré em declive), que mantém o carro
freado por dois segundos até que o motorista o coloque em movimento,
evitando um indesejado recuo. Já o câmbio, em modo automático, troca as
marchas cedo para privilegiar o baixo consumo.
Com a finalidade de ser uma espécie de vitrine de tecnologia para a
Peugeot no Brasil, o RCZ espera atrair o público de espírito jovem —
solteiros ou casais sem filhos — e pode incomodar concorrentes mais
caros. Para um carro que era conceito há alguns anos, tornou-se um sonho
bem concreto. |