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Mesmo com a limitação do teste, pôde-se perceber o quanto o Cayenne oferece em conforto e a prontidão com que os 400 cv o fazem acelerar

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A caixa automática de oito marchas contribuiu para importante redução de consumo e emissões, que abrange a versão Turbo com seus 500 cv

 
Ficha técnica
MOTOR - longitudinal, 8 cilindros em V; duplo comando variável nos cabeçotes, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 96 x 83 mm. Cilindrada: 4.806 cm3. Taxa de compressão: 12,5:1. Injeção direta. Potência máxima: 400 cv a 6.500 rpm. Torque máximo: 51 m.kgf a 3.500 rpm.
CÂMBIO - automático, 8 marchas; tração integral.
FREIOS - dianteiros e traseiros a disco ventilado; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica.
SUSPENSÃO - dianteira, independente, braços sobrepostos; traseira, independente, multibraço.
RODAS - 8 x 18 pol; pneus, 255/55 R 18.
DIMENSÕES - comprimento, 4,846 m; largura, 1,939 m; altura, 1,705 m; entre-eixos, 2,895 m; capacidade do tanque, 85 l; porta-malas, 670 l (com banco rebatido, 1.780 l); peso, 2.065 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 258 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 5,9 s.
CONSUMO - em cidade, 6,8 km/l; em estrada, 12,1 km/l.
Dados do fabricante; consumo pelos padrões europeus

Itens de segurança estão mesmo em profusão, caso dos faróis bi-xenônio com o sistema PDLS (Porsche Dynamic Light System), que se encarrega de direcionar o facho para dentro das curvas assim como, nas curvas mais fechadas, de acender os faróis auxiliares para intensificar a iluminação. Mas se enxergar bem é sinônimo de segurança, ter freios potentes para parar também é: discos dianteiros de 360 mm (390 no Turbo) são mordidos por pinças monobloco de seis pistões (quatro nas pinças traseiras).

Não poderia faltar um sofisticado controle de estabilidade, o PSM (Porsche Stability Management). Uma função adicional do sistema prevê que, se o motorista tirar o pé repentinamente do acelerador, o sistema de freios ficará sob alerta, em pré-carga, visando a melhorar uma eventual frenagem de emergência. E a construção da carroceria se vale de diferentes tipos de metal — aço e alumínio de diversas especificações — para obter elevada rigidez e altos níveis de deformação nas zonas onde isso é essencial.

Ao volante   Descer o Caminho do Mar, também conhecido como estrada velha de Santos, e subir a rodovia dos Imigrantes: o percurso de pouco mais de 150 quilômetros, para o qual o importador providenciou vários Cayennes S, foi prejudicado pela chuva e a intensa neblina em sua parte mais interessante, a descida do tortuoso e exigente percurso que do planalto leva à Baixada Santista através de uma infinidade de curvas. O piso escorregadio seria a chance ideal para avaliar as características dinâmicas do Cayenne; no entanto, a forte cerração sugeriu um ritmo ajuizado, de procissão, já que qualquer excesso poderia representar um grande — e dispendioso — risco para a caravana.

Se ficou a frustração de não poder desfrutar as características dinâmicas, apenas intuídas no trecho, houve a chance de aproveitar o que o interior do Cayenne tem de bom. E há muito, muito mesmo: de conforto a comandos, de ergonomia precisa a requinte, de matéria-prima especial a realização e acabamento primorosos.

Para onde quer se olhe, onde quer que se toque, o Porsche supera as expectativas. Críticas? Só sendo muito chato para achar um problema naquele ambiente, mas talvez as molduras de painel em alumínio escovado possam, sob um sol direto, causar algum incômodo reflexo. De resto, não há como imaginar realização melhor do que a verificada.

Neófitos em Porsche poderão estranhar a chave de contato do lado esquerdo do painel, tradição na marca de Stuttgart. O grande conta-giros central "gritando" a esportividade da marca é ladeado por um velocímetro com escala de exagerados 50 em 50 km/h, o que, em tempos de radares e limites tão variados de velocidade, poderia causar problemas. Contudo, não faltam um visível e preciso velocímetro digital e, claro, um controle inteligente que não apenas mantém a velocidade selecionada, como também "enxerga" à frente: monitora uma área de até 200 metros e, em caso de redução da velocidade do veículo à frente, atua sobre os freios para se permanecer em distância segura.

Outro dispositivo de caráter rodoviário é o LCA (Lane Change Assist), que avisa o motorista, através de luzes intensas situadas nos espelhos retrovisores externos, da presença de veículos aproximando-se ou situados em ângulos de visão prejudicados.

Se descendo a Serra do Mar não houve possibilidade de sentir o poderio do Cayenne S, na subida da Imigrantes as atenções se voltaram para a genuína "patada" que o V8 de 400 cv oferece. Um lorde na suavidade de funcionamento, mas um ignorante na impulsão que oferece ao SUV quando o acelerador é levado ao fundo, frustrará os que gostam de "fritadinha" de pneus. Jogando a potência em quatro rodas com pneus 255/55 R 18, e com diversos sistemas comandando tão diferentes parâmetros de estabilidade e tração, o resultado é exato e preciso: o Cayenne S apenas projeta-se à frente, cresce em velocidade e oferece a certeza de que, melhor do que ele faz, poucos outros fazem — certamente o caso do Cayenne Turbo, que infelizmente não foi possível dirigir.

Exuberante, chamativo na cor do modelo testado — branco — e terrivelmente eficiente seja qual for o aspecto enfocado, o Cayenne S de nova geração reflete o acerto das escolhas de seus projetistas: é o mesmo utilitário de sempre, como são os mesmos todos os 911 desde que existem, mas a cada ano, a cada versão, a cada geração há uma lapidação, um "polimento" que resulta em lição de perfeccionismos. E assim a Porsche atinge seu objetivo, o prazer de dar a seus fãs um novo produto que de novo tem ajustes.

Não à toa, a frase escolhida para apresentar o novo Cayenne é "no ponto" — com P de perfeccionismo, de prazer, e de Porsche.

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