O Sandero com motor de oito
válvulas anda bem e atrai pelo preço, mas é o 16V que cativa pelo
desempenho |
Dirigi-lo com vigor é prazeroso, pois o motor gira com facilidade e tem
boas respostas em todas as faixas de rotação, combinado à direção
precisa e segura e freios com boas respostas, além do ABS opcional que
não existe no Logan. O 1,6 básico, por sua vez, não tem o mesmo brilho.
Longe de ser ruim ou insuficiente para o carro, poderia ser mais
potente: tem 92/95 cv contra 105/113 cv do Focus de mesma configuração,
por exemplo. Uma das razões pode estar na baixa
taxa de compressão, 10:1. Os três
motores podem rodar com gasolina sem álcool (E0), útil ao viajar a um
país vizinho.
De qualquer forma, o acerto do conjunto do Sandero deixou uma impressão
muito positiva, sobretudo o 1,6 16V. Uma ressalva fica para as relações
de marcha. Com exceção da quinta marcha, um pouco mais longa no
oito-válvulas (0,80:1 contra 0,82:1), as relações são as mesmas em ambos
os motores 1,6 e se mostraram um pouco curtas. A 120 km/h a rotação é de
3.500 rpm, o que causa certo incomodo porque o carro é pobre em
isolamento acústico. O motor nos lembra a todo instante que está ali,
assim como os pneus. Além disso, percebe-se do banco traseiro o sopro
dos gases de escapamento em acelerações vigorosas. Não chega a ser um
problema, mas causa certa estranheza.
Mas a Renault fez um carro bem acertado e que deve incomodar Fox, Palio,
Corsa, Fiesta, 206 e C3. Punto, Polo e os médios Astra e Focus, também
podem sofrer concorrência. O alvo da empresa é o consumidor que não
conhece os produtos Renault. Ela quer mostrar a ele que seus produtos
são interessantes e mantê-lo na marca. Sem dúvida é uma meta ambiciosa,
mas tudo indica que desta vez a Renault está com os pés no chão e
elaborando previsões mais realistas para o mercado nacional. É esperar e
ver se o Sandero vai ajudar a marca a ter o crescimento desejado. |