Na avaliação em asfalto, o Touareg V8 revelou comportamento próximo ao de um bom automóvel e um torque soberbo, apesar de toda a massa

A prova fora-de-estrada pôs em demonstração a facilidade de uso, tanto dos comandos da suspensão quanto das câmeras ao redor do utilitário

O auxílio na descida é muito útil em piso escorregadio, porque impede que o carro ganhe velocidade e mantém o motorista com pleno controle. Também testamos o controle de tração nas curvas, em que a atuação da eletrônica é tão desenvolvida e sutil que quase não se percebe. Pode-se enfiar o pé no acelerador em plena curva que nenhuma roda derrapa.

E não poderia faltar a análise dos freios antitravamento (ABS) no piso cheio de terra e pedras soltas. O bloqueio das rodas só aparece pelo atrito dos grãos de areia e pedras. Ao contrário dos antigos sistemas desse tipo, o pedal do freio não pulsa intensamente nem se interrompe a frenagem. O controle do freio é feito sem que se perceba a atuação pelo pé direito. Quanto ao sistema auxiliar de saída em aclives, basta o motorista frear o carro que, ao tirar o pé do acelerador, ele se mantém freado por dois segundos.

Se o V6 foi dirigido nessas condições, ao passar para o V8 encontramos asfalto liso e muito cheio de curvas. Ali, o destaque — à parte o soberbo motor com potência de sobra — vai para o câmbio de oito marchas que, na prática, eliminou a necessidade de se adotar uma caixa de redução no Touareg. As três primeiras marchas fazem as vezes da antiga reduzida e as duas últimas funcionam como sobremarchas, já que a velocidade máxima (de 228 ou 245 km/h, conforme o motor) é atingida em sexta. No V8, a 120 km/h o conta-giros registra apenas 2.100 rpm.

Ao usar o câmbio no modo esportivo com trocas por meio de borboletas no volante, nos surpreendemos. A cada nova geração, esse sistema está mais rápido e fiel aos comandos do motorista. Pode-se reduzir marcha mesmo com a rotação elevada que o sistema aceita, claro que respeitando o regime máximo. Já no modo convencional, a marcha não reduz na mesma situação.

Descrever o conforto de carros dessa categoria é quase desnecessário. O motorista conta com todo o luxo e os passageiros gozam de muito espaço. Só o ocupante do meio do banco traseiro terá de amargar um encosto mais duro em função do apoio de braço. O que faltou mesmo foi um sistema de entretenimento "amansa-criança" com DVD para o banco traseiro.

Por fim, a câmera de vídeo auxiliar que permite observar o que se passa por baixo da parte dianteira do carro mostra utilidade. No fora-de-estrada é comum o motorista precisar descer e avaliar se uma pedra pode atingir o fundo do carro, ou se as rodas estão na parte certa da precária ponte de madeira. Com essa câmera, pode-se avaliar o piso e controlar as rodas pela tela do painel, calçando sapatos, e dispensar as galochas. Do jeito que anda o progresso desses veículos, o próximo passo pode ser um dispositivo para abrir porteiras...

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