Na avaliação, o motor 1,6-litro
deu desenvoltura ao Gol, mas o Voyage 1,0-litro ainda deixa a desejar:
pouco torque para quase uma tonelada |
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Ficha
técnica - Gol 1,6 I-Motion |
MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; comando no cabeçote,
2 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 76,5 x 86,9 mm.
Cilindrada: 1.598 cm3. Taxa de compressão: 12,1:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 101/104 cv a 5.250 rpm. Torque máximo:
15,4/15,6 m.kgf a 2.500 rpm. |
CÂMBIO
- manual automatizado, 5 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção. |
RODAS
- 6 x 16 pol; pneus, 195/50 R 16 (opcionais). |
DIMENSÕES
- comprimento, 3,895 m; largura, 1,656 m; altura, 1,464 m;
entre-eixos, 2,465 m; capacidade do tanque, 55 l; porta-malas, 285
l; peso, 971 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 188/190 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 10,7/10,4 s. |
Dados do fabricante para
gasolina/álcool; consumo
não disponível |
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Ficha
técnica - Voyage 1,0 |
MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; comando no cabeçote,
2 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 67,1 x 70,6 mm.
Cilindrada: 999 cm3. Taxa de compressão: 12,7:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 72/76 cv a 5.250 rpm. Torque máximo:
9,7/10,6
m.kgf a 3.850 rpm. |
CÂMBIO
- manual, 5 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor. |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção. |
RODAS
- 6 x 14 pol; pneus, 185/60 R 14 (opcionais). |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,215 m; largura, 1,656 m; altura, 1,462 m;
entre-eixos, 2,465 m; capacidade do tanque, 55 l; porta-malas, 480
l; peso, 974 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 165/167 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 13,6/13,1 s. |
Dados do fabricante para
gasolina/álcool; consumo
não disponível |
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Na parte mecânica, a VW lança uma nova versão do conhecido motor EA-111
de 1,0 litro, chamada de TEC (Tecnologia para Economia de Combustível),
que visou a obter maior torque em baixas rotações e reduzir consumo e
emissão de gás carbônico (CO2) em 4%. As novidades estão em pistões e
trem de válvulas com redução de atritos, central eletrônica de injeção e
ignição mais moderna e novos comando de válvulas e coletor de admissão,
além de melhorias no sistema de partida a frio, que continua a usar o
tanque auxiliar de gasolina.
Curiosamente, os valores de potência e torque — com gasolina ou álcool —
e seus regimes são os mesmos do motor usado desde o lançamento em 2008.
O EA-111 de 1,6 litro, com poucas alterações (basicamente válvulas mais
leves), também preserva os índices anteriores. Nas versões de topo — Gol
Power e Voyage Comfortline — há a inédita opção de rodas de alumínio de
16 pol com pneus 195/50 e o sistema antitravamento (ABS) de freios
passou a uma geração mais moderna.
Os mais interessados em economia podem optar pelo pacote opcional
BlueMotion Technology. Ao contrário da
versão BlueMotion do
Fox, o pacote mantém a grade dianteira das outras versões e não
afeta as relações de marcha. A única alteração para reduzir o consumo em
até 8% — de acordo com a VW — está nos pneus na medida 175/70 R 14 com
composto especial para menor resistência à rolagem. O carro com esse
opcional traz ainda indicador digital de consumo instantâneo e mostrador
digital da marcha ideal a ser usada.
Ao volante
No lançamento em Florianópolis, SC, foi possível dirigir Gol e Voyage em
breves trajetos de cerca de 20 quilômetros. O Voyage com motor de 1,0
litro, escolhido por seu maior peso para colocar à prova o motor
aprimorado, não convenceu: continua a faltar torque em baixa rotação
para levar com vivacidade o carro de 974 kg, mesmo avaliado em condição
favorável (em piso plano e ao nível do mar). Mais uma vez ficou
confirmado que motores dessa cilindrada deveriam ficar restrito a carros
menores e sem ar-condicionado, sendo sua aplicação a pesados sedãs uma
distorção provocada pelo benefício fiscal.
Passando ao Gol I-Motion, com câmbio automatizado e motor 1,6, as
sensações são bem outras. Há bastante potência disponível em médias
rotações, a ponto de se imaginar que o carro ofereça mais que 104 cv
(com álcool), o que torna a condução ágil e agradável. As rodas de 16
pol com pneus de perfil mais baixo tendem a deixar o rodar mais firme,
com maior transmissão de impactos, embora a VW tenha recalibrado os
amortecedores a fim de compensar essa perda. Contudo, em um breve teste
sobre bom asfalto, não foi possível avaliar a contento esse compromisso.
Um ponto positivo é o baixo nível de ruído interno. Já o câmbio
automatizado, bem-vindo pelo conforto nos grandes centros, continua
apenas regular em suas mudanças de marcha, que impõem uma interrupção de
potência mais longa que o esperado e levam ao que muitos entendem como
um "tranco". Esse inconveniente, que em maior ou menor grau é comum a
todos os automatizados dos carros nacionais, só será mesmo resolvido
quando se tornarem mais acessíveis as caixas de
dupla embreagem — como a DSG que a VW
aplica a toda a sua linha na Europa, mas aqui oferece apenas do Jetta
TSI para cima.
Foram poucas evoluções para esses importantes modelos da linha da marca
alemã, que sabe que o mercado nacional costuma responder bem a simples
refrescos de aparência. Por enquanto, fica no ar se a perua Parati
(cujas vendas hoje estão restritas a frotistas e governos) terá uma
sucessora, que nasceria já com o visual atualizado de Gol e Voyage.
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