![Clique para ampliar a imagem](../carros/vw/2012/jetta-high-12.jpg)
![Clique para ampliar a imagem](../carros/vw/2012/jetta-high-15.jpg)
Lobo em pele de cordeiro: o
Jetta Highline mostrou desempenho de um esportivo e grande estabilidade
na avaliação na rodovia Mogi-Bertioga
![Clique para ampliar a imagem](../carros/vw/2012/jetta-comf-1.jpg)
![Clique para ampliar a imagem](../carros/vw/2012/jetta-comf-2.jpg)
Semelhante na aparência, mas bem
mais simples na parte mecânica, o Comfortline vem tornar o modelo mais
acessível e ampliar as vendas |
A suspensão dianteira é a mesma nas duas versões, salvo pela calibração.
Já na traseira, os mesmos pontos de ancoragem recebem um eixo de torção
com barra Panhard (para melhor controle de movimentos transversais), no
Jetta Comfortline, ou um conjunto multibraço com
subchassi e estabilizador, na versão
mais potente. Também divergem na assistência de direção — hidráulica e
elétrica, na ordem — e nos freios dianteiros, que têm discos maiores no
Highline. A relação de direção é a mesma, 15:1.
Ao volante
A Volkswagen escolheu um bom roteiro para a avaliação do Jetta pelos
jornalistas na rodovia que liga Mogi das Cruzes à cidade litorânea de
Bertioga, em São Paulo. Foram cerca de 70 quilômetros com a versão
Highline — infelizmente não foi possível fazê-lo com o Comfortline, que
dirigimos por 20 km em um trajeto urbano e rodoviário.
O Jetta mais potente não ostenta esportividade: do som do motor em baixa
rotação às formas do banco, a sensação é mesmo de médio de luxo. Sai-se
devagar, com a agradável entrega instantânea de torque do motor turbo, e
o conforto de marcha mostra-se adequado, apesar da calibração firme da
suspensão e dos pneus de perfil baixo. A caixa automatizada atua de
forma impecável em modo automático, suave e precisa nas mudanças.
Surge asfalto livre e o Highline mostra seu lado feroz. Levar o motor
aos limites é puro prazer. Com um ruído contido e ausência de vibrações,
sobe até 6.750 rpm antes que a DSG faça a troca automática rapidíssima,
sem interromper a aceleração. A VW anuncia 7,3 segundos para ir de 0 a
100 km/h e não há por que duvidar. No percurso de serra, os pneus
Michelin Primacy HP parecem colados ao piso e a atitude em curva é
impecável: leve subesterço, que passa a
um contido sobresterço quando se corta o
acelerador. É preciso abusar para fazer atuar o controle de
estabilidade. O peso da direção está bem acertado e os freios transmitem
confiança.
Do Comfortline não se esperava mais que um automóvel pacato e
confortável para quem não gosta de acelerar, e foi o que encontramos. O
motor com bom torque não chega a incomodar no uso urbano, mas lhe falta
brilho: simulando uma ultrapassagem de 80 a 120 km/h com o câmbio em
modo automático, por exemplo, a sensação é de lentidão excessiva, apesar
da vantagem de menor intervalo entre as relações que essa caixa tem
diante da concorrência de quatro e cinco marchas.
O câmbio em si nada tem de errado — pelo contrário, pois atua com maciez
e faz trocas no momento desejado —, mas não se faz milagre com um motor
de 120 cv em um carro de 1.346 kg. Tudo seria diferente com uma versão
de quatro válvulas por cilindro e potência entre 140 e 150 cv. Contudo,
a VW optou por um motor mais barato, já em produção (no México) e com
versão flexível desenvolvida para o Golf. Restam boas impressões quanto
ao nível de ruídos e vibrações, o conforto das suspensões (mesmo com
pneus de 17 pol) e as várias amenidades oferecidas no interior.
A Volkswagen não esconde seu alvo com o Jetta Comfortline, versão que
deve responder por 70% das vendas: o Corolla, também discreto nas formas
e no modo de rodar, mas que leva a vantagem dos motores mais potentes.
Quanto ao Highline, é praticamente um Audi A3 com espaço e conforto para
a família, mas pode enfrentar séria concorrência em sedãs maiores na
mesma faixa de preço, em especial o Ford Fusion V6. De qualquer forma,
agora a marca alemã ataca em duas frentes, o que amplia suas chances de
êxito. |