A ordem é compartilhar

Há interessantes semelhanças de medidas internas
dos motores, na mesma marca ou entre diversas

Escolha um especialista em Volkswagen e pergunte-lhe que motor do grupo alemão tem 81 mm de diâmetro dos cilindros e 86,4 mm de curso dos pistões. Ou vá até um aficionado por Chevrolet e o questione sobre o modelo lançado pela marca no Brasil, em 2001, que utilizava um motor de 2,0 litros com 86 x 86 mm.

As respostas AP-1800 e Zafira estarão corretas, mas não são as únicas. Além destes motores, bem conhecidos no Brasil, outros das mesmas empresas compartilhavam as mesmas medidas internas básicas: o V6 de 2,7 litros da Audi, que equipa a perua Allroad, e o turbodiesel de origem Mazda utilizado por alguns meses no utilitário esporte Tracker, respectivamente.

Essa coincidência de medidas resulta, muitas vezes, de um compartilhamento de componentes dentro da linha de produção de motores. A MWM, por exemplo, produz os turbodiesels de 2,8 litros (para S10, Frontier e o jipe Troller) e de 4,2 litros (para F-250 e Silverado quando era produzido) dentro do conceito modular: os conjuntos pistões-bielas são idênticos, com diâmetro de cilindros de 93 mm, assim como o curso dos pistões, de 103 mm. A diferença de cilindrada é causada apenas pelo número de cilindros: quatro no 2,8, seis no 4,2.

O mesmo princípio aplicava-se aos motores iniciais do Opala, o quatro-cilindros 153 de 2,5 litros e o seis-cilindros 230 de 3,8 litros (98,4 x 82,5 mm). Já o 2,5-litros 151, adotado mais tarde nesse Chevrolet, usava as mesmas medidas (101,6 x 76,2 mm) do V8 de 4,95 litros do Ford Maverick, neste caso apenas uma coincidência, comum em motores de origem americana em função do sistema de medidas em polegadas (no caso, 4 x 3 pol) A GM americana também tinha um V8 de 4,95 litros, um "duplo 151", mas nunca o utilizou por aqui.

Modularidade também na Chrysler: os motores turbodiesel de 3,1 litros, do Grand Cherokee (foto), e de 2,5 litros de outros modelos só se diferenciam no número de cilindros

Outro exemplo, recente, de modularidade é o motor de seis cilindros e 4,2 litros do Chevrolet Trailblazer. Há uma versão programada de cinco cilindros (3,5 l) e outra de quatro (2,8 l), mantendo iguais pistões e bielas. Apenas o número de cilindros muda, permitindo compartilhar 75% dos componentes. Caso idêntico é o do V6 de 4,3 litros de nossos S10 e Blazer e do V8 de 5,7 litros da GM americana, ambos com 101,6 x 88,4 mm.

Na linha Fiat européia, os motores turbodiesel de 1,9 litro (quatro cilindros) e 2,4 litros (cinco) também são modulares, com 82 x 90,4 mm. Idem para os turbodiesel de 2,5 e de 3,1 litros da Chrysler, com 92 x 94 mm, só que neste caso com cinco e seis cilindros, na ordem. Continua

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Data de publicação: 10/6/03

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