A Jaguar evoluiu nas mãos de seu fundador, Sir William Lyons, de um fabricante de sidecars para motocicletas, para um fabricante de carros esporte e sedãs esporte de luxo de sucesso até a década de 60. Ficou famoso com carros como o XK 120, que em 1948 chegava a mais de 200 km/h, e o fantástico E-Type, considerado ainda por alguns o carro mais bonito já construído. A Jaguar construiu sua fama em cima destes carros, que tinham como premissa básica um ótimo desempenho, mas um preço altamente competitivo. Hoje, está evoluindo para se tornar a "BMW da Ford".

A melhor forma de definirmos a Aston Martin é a seguinte: GTs produzidos como Rolls-Royce. Mais um dos gentleman's express, a Aston -- diferente da Bristol -- sempre projetou e produziu seus próprios motores, mesmo sendo uma das menores empresas do mundo em volume de produção. Os motores eram "assinados" pelo funcionário que o construía (sozinho), e a assinatura não mudou por mais de 30 anos. Ganhou fama nos anos 50 e 60, quando era propriedade de David Brown, que criou a série DB.

O Aston Martin DB5 ficou famoso por ser o carro original do agente James Bond. Como a Ford perdeu a chance de colocar o novo DB7 nos filmes modernos do agente, nunca entenderemos. James Bond hoje dirige BMWs (ela de novo). A Ford já fez outra fábrica mais moderna e produtiva para produzir o DB7. A velha fábrica de Newport Pagnell, porém, está sendo reformulada e ampliada para produção do novo Vanquish, que será o carro de tecnologia mais avançada já produzido em série pela Ford.

A Ford pretende que a Aston se torne sua Ferrari, o que deturpará totalmente a personalidade da marca, mas sem dúvida criará carros fantásticos. Uma perda, mas não das piores.

O que chamamos hoje de Rover é, na verdade, um amálgama deturpado de toda a indústria britânica de massa. Formada por inúmeras marcas que antes formavam a orgulhosa indústria inglesa de automóveis, tem uma história complicada, convoluta e maçante demais para mencionar aqui. Basta dizer que é um conglomerado que nasceu estatal para salvar a indústria inglesa, não salvou nada, foi vendido em partes (a Jaguar já foi parte dela), a maior delas ficando com a Honda. Também não funcionou e, alguns Civics com radiador de Rover depois, foi vendida de novo para a BMW.

Esta achou que fez bom negócio por ter levado marcas famosas como Range Rover, MG, Mini, Austin Healey. Quase foi à falência junto com a Rover. Colocou-a à venda e algo inusitado aconteceu: ninguém queria comprá-la. E o preço era atraente -- de graça para quem assumisse as pesadas dívidas da empresa. A BMW resolveu ficar com a marca Mini (havia gasto uma fortuna no desenvolvimento do novo carro) e vendeu a Land Rover para a Ford, mas o resto... ninguém queria.

Após a Segunda Guerra, a marca apenas deitou em berço esplêndido até quase falir, na década de 80, quando ninguém mais queria seus obesos e flácidos modelos. Para escapar da bancarrota, criou uma estratégia que funcionou muito bem, efetivamente a trazendo de volta à tona: reviver a Bentley.

Esta marca, que produzia os carros-esporte do genial engenheiro W.O. Bentley no pré-guerra, com grande sucesso, inclusive ganhando Le Mans algumas vezes, foi comprada pela Rolls na década de 30 e acabou, nos anos que se seguiram, fazendo modelos Rolls com radiador de estilo diferente. Continua

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