O duelo entre Ford e GM no segmento M1 (médios-pequenos)
vem desde 1989, ano do lançamento do Kadett. Em 1992 o
Escort foi remodelado e em 1996 ganhou nova motorização
-- Ford Zetec, não mais Volkswagen AP. Com a recente
chegada do Astra de segunda geração, o confronto assume
novas proporções, que o Best Cars Web Site
buscou dimensionar numa avaliação comparativa entre as
versões de topo dos dois modelos.
Modernos
faróis do Astra contrastam com a conservadora grade
cromada do Escort
O Astra GLS custa a partir de R$ 22.750, e o Escort GLX (apenas
em versão cinco-portas), R$ 24.600. A diferença se
justifica por itens que o modelo da Ford traz de série,
como ar-condicionado, computador de bordo, toca-fitas e
controle elétrico dos retrovisores. Todos opcionais no
carro da GM, que em contrapartida traz rodas de alumínio
de série (opcionais no Escort), pedais desarmáveis em
caso de colisão (exclusividade da marca comum ao Vectra)
e a opção de teto solar elétrico, freios a disco
traseiros e sistema antitravamento ABS, indisponíveis no
concorrente.
O choque de gerações fica bem evidente nas linhas
externas dos carros. Atestando a tendência de se
reciclarem estilos, o Astra é mais retilíneo que o
Escort, mas seu projeto moderno transparece na enorme
distância entre eixos (2,614 metros, maior até que a do
antigo Vectra; o Escort mede 2,525 metros) e acentuada
inclinação do pára-brisa, cuja projeção no solo
estaria à frente do eixo dianteiro. O GM inova também
em detalhes como os faróis de superfície complexa --
segundo nacional a utilizá-los, depois do Ka --, duplo
refletor e lentes de plástico policarbonato, além das
lanternas traseiras transparentes de aparência singular.
A linha de cintura alta, lembrando o Audi A3, e as formas
mais duras dos pára-choques e laterais conferem-lhe
grande sensação de robustez, em oposição ao estilo
algo delicado do Ford. Este recebeu grade e moldura da
placa traseira cromadas na linha '99, que aliadas às
calotas criam um perfil conservador.
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Formas
retilíneas do GM comprovam que as tendências se
reciclam; lanternas traseiras são transparentes
Ambos agradam bastante aos olhos e ao tato no acabamento
interno. O Escort faz amplo uso dos motivos ovalados,
característica da marca, como nas maçanetas, mostrador
do computador de bordo e comandos dos vidros elétricos
-- agora também para as portas traseiras. No Astra o
belo painel, similar aos de modelos importados de nível
superior, contrasta com difusores de ar e painéis de
porta pouco inspirados, com puxadores e controles de
vidros que lembram os Monzas de bom tempo atrás. O GM
revela criatividade, porém, nos porta-copos integrados
às bolsas das portas e no local para objetos à esquerda
do volante.
Alturas de banco e volante são fixas no Escort, mas
proporcionam boa posição de dirigir a motoristas de média
estatura. Há ajuste de profundidade da coluna de direção,
pouco útil, mas é o Astra que se destaca nesse aspecto:
oferece a dupla regulagem do volante e a de altura do
banco, adequando-se a qualquer tipo físico com grande
conforto. A espuma dos assentos do GM é nitidamente mais
firme, fator conveniente em viagens por apoiar melhor o
corpo; deveriam, contudo, ser reguláveis os apoios de
cabeça dianteiros.
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Modelo
da Ford é um dos mais antigos da categoria, mas reúne
conforto e virtudes mecânicas
Comandos principais estão bem acessíveis em ambos, mas
os dos vidros do Ford, montados no console, ficam mais
protegidos de água e vibração. Nele há sistema um-toque
para a descida do vidro do motorista; no concorrente, um-toque,
antiesmagamento e temporizador para ambas as janelas. A
GM realmente cativa com essa conveniência, mas não
previu fechamento do teto solar pela fechadura externa ou
pelo controle remoto do alarme -- apenas sobem os vidros.
Também cabe aperfeiçoamento na chave, com botões duros
e cuja borracha se rasga facilmente, como na unidade
avaliada com 2.000 quilômetros.
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O
recém-chegado da GM impressiona pela solidez e sensação
de resistência
Instrumentos se equivalem, mas no Escort falta o sexto dígito
do hodômetro (zera aos 100 mil quilômetros) e o
computador de bordo não indica consumo instantâneo. Os
dois trazem faróis de neblina como opcional e luz
traseira para o mesmo fim, só que o Astra perdeu aqui as
repetidoras laterais de direção, obrigatórias na
Europa. Em contrapartida tem ajuste elétrico da altura
dos faróis, buzina dupla -- a do Ford lembra a de um
sorveteiro... -- e abertura interna da portinhola do
tanque. Seus retrovisores são enormes, mas o esquerdo
utiliza lente plana: acaba oferecendo campo de visão
menor que o do Escort, que traz ambos os espelhos
convexos.
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  Sem opção
de cinco portas, Astra fica em clara desvantagem quanto a
acesso traseiro, além de ter portas grandes e pesadas
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O espaço traseiro do
Astra é superior, no entanto o acesso a esse
compartimento fica comprometido pela ausência de versão
cinco-portas. A GM oferece o sedã quatro-portas, mas não
o hatch com essa conveniência. Os assentos
dianteiros deslocam-se quando o encosto é basculado e,
por falta de memória mecânica da posição
longitudinal, demandam nova regulagem a cada operação.
No Escort tudo é mais cômodo e ainda há apoio de braço
central, mas não cinto de três pontos retrátil para o
quinto passageiro, nem ajuste de altura dos cintos
externos e luzes de leitura traseiras. Porta-malas
oferecem espaço similar, contando o Astra com melhor
acabamento (o do Escort expõe fios e soquetes das
lanternas).
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continua
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