Ajustes de altura do banco e do volante tornam mais agradável posição de dirigir do Astra


Agradam ainda no GM o pára-brisa com faixa degradê, que faz muita falta no Ford com sol de frente; sistema de verificação de funções (check-control); luz interna com apagamento gradual; borrachas que vedam a moldura superior das portas para evitar ruídos de vento; boa qualidade de som; trava central que abre só a porta do motorista no primeiro giro da chave, mais segura, pois impede que alguém indesejado entre pelo outro lado; interruptor no console para trava das portas (acrescentado após o lançamento para evitar o incômodo do pino de trava muito atrás); lingueta de abertura do capô, como nos Audis e VW Passat; melhor apoio para o pé esquerdo; e alarme com ultrassom que detecta invasão do interior.

Interior do Escort agrada bastante, mas deveria ter alarme de ultrassom e pára-brisa degradê


No Escort destacam-se a marcha a ré de engate direto, sem trava; o medidor de combustível sempre ligado; local para moedas no console; porta-revistas nos encostos dianteiros; luz interna que pode ser desligada e extintor em local adequado, à frente do banco do motorista -- sob o do passageiro no Astra, menos acessível. Fica devendo assento traseiro bipartido (só o encosto tem a divisão) e um sinal sonoro ou luminoso de ativação do alarme. E ambos poderiam abandonar a antena de teto, alvo fácil de furto.

POTÊNCIA EM ALTA, TORQUE EM BAIXA

As duas marcas recorrem a soluções distintas de motorização, mas ambas com bons resultados. No Escort aparece o saudável motor Zetec, de duplo comando e 16 válvulas, recursos que compensam a menor cilindrada e o levam a 115 cv de potência, 3 cv a mais que o rival. O Astra mantém o conhecido 2-litros da Família II, de comando único e oito válvulas, configuração que privilegia o torque em baixa rotação -- 17,3 mkgf a apenas 2.400 rpm, contra 16,3 mkgf a 4.500 rpm do concorrente.

Espaço traseiro do Astra é superior e há cinto de três pontos para todos; no
Escort (dir.) acesso é mais fácil e existe apoio de braço central

A diferença fica clara em qualquer situação de uso, com o GM saltando à frente ao mais leve toque do acelerador e o Ford demandando certo regime de giros para produzir potência palpável. Por outro lado, no Astra sente-se queda de torque já a 3.000 rpm e o limite chega cedo, decepcionando em ultrapassagens e esticadas. Já o Escort cresce de giros com disposição e pode ser levado a quase 7.000 rpm sem vibrações ou ruído excessivo.

Concorrem para a sensação de força do Astra o câmbio de relações mais curtas, produzindo cerca de 2.900 rpm em quinta marcha a 100 km/h (contra 2.500 rpm), e o ronco agradável do escapamento, em oposição ao ruído abafado e sem emoção do Escort. Pelos valores de fábrica, no entanto, a vantagem é toda do Ford em desempenho e consumo: 8 km/h a mais em velocidade máxima, 0,8 segundo a menos na aceleração de 0 a 100 km/h, mais 1,1 km/l no consumo em cidade e mais 0,3 km/l em estrada (
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