Sensação de construção robusta é primeira boa impressão do lançamento de Betim
Desenvolvi alguns parâmetros nesta vida de convívio com automóveis. Coisa não acadêmica, mas fruto de vivência. Um deles, a batida do fechamento da porta. Pelo som dá para imaginar o cuidado na amarração de forças na carroceria, a rigidez torcional nas curvas, estradas ruins, freadas viris, beirando o pânico.
Caminho
Para a Fiat o Argo não é mais um, mas o carro para suprir parte das vendas perdidas com a supressão dos produtos idosos – parte dos Palios, Idea, Punto, Bravo. Na prática, iniciar novo ciclo operacional para a marca, hoje com fixação em qualidade em projetos, materiais, métodos. Missão adicional, justificar os investimentos na fábrica Fiat em Betim, MG, pós gastos na usina de Goiana, PE, de onde saem os atuais queridinhos da FCA, Renegade, Compass, Fiat Toro.
Argo é criação do mesmo time da FCA/Fiat, mecânica liderada pelo engenheiro Claudio Demaria; estilo pelo time de Peter Fassbender, acertos de suspensão, direção e freios pela equipe do engenheiro Robson Cotta. Foram os responsáveis pela formulação dos atuais vencedores. Em estilo, o conceito da Toro foi aplicado, com linhas retas envolventes, grupos ópticos longos.
Como a Coluna explicou, foca nos líderes Chevrolet Onix e Hyundai HB20 e resolveu fazer melhor: desenho, construção, uso de aços especiais, estamparia a quente, bem explorando resistência aos impactos externos, perigosa fraqueza do Onix. E conseguiu mais espaço interno e porta-malas, menor ruído, mais equipamentos, menor consumo, mais disposição. Rico em composição de itens de segurança e infodiversão, painel arrematado por tela central, projetada como a dos Mercedes, e com 18 cm.
Três motorizações: Firefly 1,0 litro, 3-cilindros, 72/77 cv; torque 10,4/10,9 m.kgf; Firefly 1,3, o 3-cilindros com mais um, 101/109 cv; 13,7/14,2 m.kgf; E-Torq 1,75, 135/139 cv, torque de 18,8/19,3 m.kgf. Em resumo, o Argo não é apenas mais um, mas a nova cara da Fiat, mirando oferecer produtos superiores à concorrência – como o é.
Caixa de 6 marchas relança C3 e Aircross
C3, no pacote versão de entrada Attraction, a iniciais R$ 58.540. Aircross, gradação iniciada pela versão Live, por R$ 68 mil. Todas versões bem fornidas: transmissão Aisin, japonesa, líder no negócio; direção elétrica, ar, multimídia, computador.
Conjunto
Adequação do conjunto ao sul do Equador, empregou 250 profissionais e 132 protótipos rodando 300 mil km, buscando conforto no reduzir ruídos, rapidez e suavidade na troca de marchas, anular vibrações. Citroën quer criar o rótulo.
Em tal messe alongou a sexta marcha em busca de economia, ante a dosagem de torque do motor, quase 13 m.kgf a 1.500 rpm, capaz andar em rotações baixas. Bem dotado: sistema automático de partida a frio; comando de válvulas com aberturas variáveis; bomba de óleo alterna pressão por demanda – gera 1% de economia; cilindros, pistões e anéis com menor atrito; bielas forjadas, de menor peso e alta resistência; tuchos hidráulicos. Interior com boa vedação térmica e acústica, e infodivertimento.
É o caminho sem volta da — como diz Akio Toyoda, líder da empresa familiar — comoditização do automóvel, em transformá-lo num telefone esperto, capaz de transportar o dono.
Uma das marcas com maior queda na recessão nacional, ao combinar motor/caixa confortável, ágil e econômica/estilo/conteúdo, lembra os bons atrativos de C3 e Aircross. Manutenção a R$ 1/dia, garantia de 3 anos.
Buenos Aires, o 2º Salão brasileiro
É realizado nos anos ímpares, desencontrando com a mostra paulistana, criando cenário para lançar veículos brasileiros, pretendentes ao mercado latino-americano. Edição de 2017 caracteriza isto: Ford pré-apresentará o renovado Ecosport; Renault exibirá o Kwid; GM, o mexicano importado Equinox; Fiat, o recém-mostrado Argo e versão sedã a ser argentina.
Atração separada em três estandes diferentes, espécie de trigêmeos trivitelinos, picapes com pequenas diferenças: Nissan Frontier, Renault Alaskan e Mercedes Classe X. As três têm a mesma base e serão produzidas pela Nissan. No segmento Volkswagen exibirá Amarok com motor diesel V6 3,0. E renca de chineses, Citroën Cactus, Fiat 500L e Tipo, Alfa Giulia e SUV Stelvio. Atração mundial, o Iglesias 1907, primeiro carro construído na Argentina por marceneiro com enorme capacidade realizadora. Vendas pela internet.
Roda a Roda
Muito – Troca automática de faróis alto/baixo; alerta e correção de mudança involuntária de faixa; lê placas de velocidade; visão 360 graus; assistente de estacionamento; sistema ativo de ponto cego; acesso mãos livres. Cada modelo tem padrões de decoração Seduction e Intensive. Preços a partir de R$ 121.400 versão de 5 lugares, e R$ 131.400 com 7.
Variedade – Novo Mini Countryman agora nos revendedores em três versões: Cooper, R$ 145 mil; Cooper S, R$ 165 mil; e já conhecida ALL4, R$ 190 mil.
Caminho – Volvo Cars, única marca de carros Premium sem produção no Brasil, tomou via inexplorada para ampliar vendas: clientes com deficiência. Projeto específico para aproveitar redução de impostos. Governo federal reduz IPI a 13% nos carros a gasolina e 25% aos diesel. Alguns estados isentam de IPVA. Volvo foca vender SUV XC90.
Duas rodas – Guilherme Berg, organizador do tradicional encontro de motos em Tiradentes, MG, criou variante na também mineira São Lourenço. Fórmula vitoriosa expondo marcas, produtos, serviços, e inovou com leilão de motos clássicas. Novo Bike Fest reuniu 12.000 pessoas, gerou negócios superiores a R$ 3 milhões, superando expectativas e garantindo futuras edições.
Alegria – Ano tido como o vale do mercado – vendas de caminhões atingiram nível mais baixo -, Mercedes-Benz festeja: entregou 524 caminhões Atego e Axor, todos 6×4 à Raízen, produtora de álcool, e Borgato, prestadora de serviços. Sócia da Shell, maior exportadora de açúcar de cana no mundo, e Borgato optaram ante capacidade de andar no campo e na estrada, e pacotes de manutenção e rastreamento 24×7, 9 meses por ano. Empresa aplica frota própria e terceirizada, entretanto mantém a gestão da logística sob seu controle. Olho e mão do dono, vacina contra falhas.
Pronúncia – Área de peças e acessórios Chrysler é a Mopar. Nos EUA dizem Môpar, e na FCA tratam-no Mopár ou Môpar. Versão depende do interlocutor. Ao lançamento do Argo, ante citação da pronúncia norte-americana, Carlos Eugênio Dutra, diretor de produto, botou ordem e definiu: aqui é Mopár.
História – Ford festejou referência histórica em maio: 90 anos do encerrar produção do Modelo T, apresentador do poder da mobilidade. Ao início da década de 20 o T representava metade da frota mundial. Expôs a mágica da redução de preços por escala. Em 1908 a US$ 800 e ao final em 1927 por US$ 295. Resultava das operações sequenciadas, a linha de montagem. Vendeu mais de 15 milhões de unidades mundo afora.
Gente – Alexandre Biagi, antigomobilista, industrial, reconhecimento. Sua Uberlândia Refrescos recebeu prêmio de Qualidade Coca-Cola por qualidade, segurança no trabalho, meio ambiente. Melhor operação nacional dentre as franquias da marca. / Raul Anselmo Randon, empreendedor perfecionista, láurea. Doutor Honoris Causa em Ingegneria Gestionale pela Universidade de Pádua, Itália. Randon implantou linha de implementos de transporte, fabricou caminhões fora de estrada, tem intensa produção de maçãs, e recentemente vinhos e queijos RAR. Segundo brasileiro a receber tal título. Antes, o escritor Jorge Amado. / Renata Carvalho, jornalista, mudou de lado. Deixou o programa de TV Autoesporte e assumiu Gerência de RP e Imprensa Citroën.
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