R8, carro de corridas amansado, e versão Performance de RS6 e RS7 na pista para acelerar fundo
Audi centrou sua bandeira de rendimento e tecnologia em três veículos: R8 cupê; station wagon RS6 Avant e hatch cinco-portas RS7 Sportback. No R8, carro de corridas amansado, enorme motor V10 aspirado, injeção direta, entre eixos traseiro, 5,2 litros, 610 cv, tração em todas as rodas, transmissão S-Tronic de sete marchas. Nos outros, motor V8, 4,0 litros, turbo, 605 cv, 71,4 m.kgf de torque – indo a 76,5 por instantes quando o acelerador é totalmente pressionado.
Experiência
Audi convidou alguns jornalistas a conduzi-los no circuito da Fazenda Capuava, em Vinhedo, SP. Não é uma pista de corridas, mas capricho de rico aficionado a disputas, como era o Cidão Diniz. Construiu circuito para diversão com amigos em carros esportivos ou alguns de competição, como um Lister Jaguar, com engenheiro e mecânico ingleses para funcionar e manter. A fazenda, primorosa em paisagismo e disposição, ainda tem campo de polo, criação de gado. Pessoalmente não gosto muito, pois todo o esforço e emoção aplicados pelo Cidão perderam razão de ser, transformados em local de eventos.
R8
Tais Audi são o pico da tecnologia da marca, donos de impecável construção e dimensionamento. A capacidade performática supera as habilidades de seus condutores — com certeza nunca extrairão de tais máquinas todo o seu potencial em aceleração, estabilidade e freios. Todos exsudam construção responsável.
Lição
Contido pela limitação de espaço, poupo os leitores de informações quanto à riqueza construtiva, equipamentos e acessórios. Entretanto assumo a responsabilidade de traduzir impressões pessoais.
Tive sorte de dirigir o R8 e o RS7 Sportback com pista molhada e pequena chuva. Bom para perceber a excepcional aderência permitida pela tração em todas as rodas. A distribuição de torque em todas as rodas dá estabilidade superior. As suspensões e até cubos de rodas empregam alumínio em quantidade. Os freios com discos revestidos em cerâmica nas quatro rodas propiciam desaceleração brilhante, e nas demandas ao acelerador é generoso.
No RS7 e na station, a impressão de haver um ente mágico despejando com vigor um balde cheio de torque para impulsionar as rodas. As respostas ao acelerador são plenas, generosas, daí fazer de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e superar os 300 km/h.
Período
Dos R8 optei pelo amarelo. Homenagem histórico-sentimental: tenho cinquentenário Lumimari Malzoni, o avô do Puma, utilizando mecânica Auto Union de 1,0 litro – Audi era uma das marcas a fazer tal união. O esportivo atual é carro de corridas suavizado, construção mesclando alumínio, metais com tratamento nobre, compósitos para resistência e leveza. Volumoso motor com 10 cilindros em V e ronco exclusivo na geração de 610 cv e 57,1 m.kgf de torque, com pico aos 6.000 rpm, capaz de acelerar da imobilidade aos 100 km/h em 3,2 s e cravar verdadeiros 330 km/h.
É automóvel sério, privilegiando engenharia, desprezando o marketing. Feito artesanalmente – permite encomendas combinando cor e tomadas de ar laterais do agrado do comprador – na fábrica da Audi Sport, dedicada às melhorias de desempenho. Divide plataforma com o Lamborghini Gallardo. Aerodinâmico, pesa 1,55 tonelada, mostrava maior identidade com as sensações e reações absorvidas em tantos anos e quilometragem rodados pelo condutor, com aceleração forte, crescimento linear em torque e potência exauridos pelas rodas leves com 21 pol. Na mão, de reações adequadas à demanda. Saídas de curvas mais lentas ante o hatch e a imaginada station, pelo menor torque.
Surpreendente? Mas é o retrato histórico do ciclo em vias de se encerrar. As regras antipoluição, pró-redução de consumo ditadas por burocratas e advogados colocaram os engenheiros na pesquisa por mais cavalos, menos sede, menos tamanho e menos peso. Deram nos motores compactos, leves, geradores de enorme cavalaria, generosos em fornecer torque até há pouco inimaginável.
Assim, num comparativo entre um hatch e um esportivo, tão diversos entre si, ficou clara a exígua diferença de desempenho. Motivo? Basicamente os turbos. Há uns anos o Claudio Demaria, engenheiro chefe da Fiat, me surpreendeu enviando-me para experimentar um Alfa Romeo 159 V6 3,2, aspiração atmosférica. Pico da linha, agradabilíssimo, e deixou a mesma sensação de fim de tempo. Após, só motores menores e turboalimentados. Caso do R8 daqui a previsíveis quatro anos.
Preços
Padrão imobiliário: R8, R$ 1,171 milhão; RS6 Avant, R$ 670 mil; RS7 Sportback, R$ 729 mil.
Macron toma posse e apresenta o DS7
Emmanuel Macron, novo presidente da França, fez desfile da posse em azul e ainda não lançado DS7 Crossback azul, da nova marca de luxo da PSA. Derivado de Citroëns, o DS, agora independente, amplia escolha para servir ao governo.
Somou lobby da nova marca com a juventude do novo governo, e cerimônia apresentou o DS7 ao mundo – com ele fabricante quer entrar no mercado dos EUA. Tem jeito de ser nova condução de embaixadores franceses mundo afora.
Na França automóveis presidenciais são da preferência do eleito, e escolhas são dentre as do país. Há cinquenta anos o general Charles De Gaulle utilizava dois Simca Présidence de quatro portas, tornados conversíveis pelo carrozziere Chapron. A Simca foi comprada pela Chrysler, perdendo nacionalidade e cliente, pois De Gaulle, nacionalista, mandou substitui-los por Citroëns DS, também tornados cabriolets.
Em sequência outros da marca: SM Maserati, XM limusine. E Peugeot 604; e insólito Rambler made in USA, dos tempos de associação entre Renault e American Motors. Dos mais recentes, Renaults Laguna, Safrane; Jacques Chirac usou Citroën CX; François Hollande, recém deixando o Eliseu, andava com modelo C5; e Macron inaugurou o DS.
Novo mandatário exibiu mundialmente pretensões DS, representar luxo e avanço tecnológico franceses. Neste campo porta o sistema DS Active Scan Suspension, baseado no assemelhado nos Mercedes Classe S: imagens de câmara frontal, lendo o piso, alteram os amortecedores para enfrentar imperfeições, mantendo ao máximo o conforto de rolagem.
Há críticas pela escolha. Financeiras pela aquisição de automóvel não blindado por 40 mil euros. Patrióticas, pelos não concordes ante o fato de o estado francês ser sócio em 15% da Renault, e assim, mandatoriamente, deveria adquirir carro da marca, e não produto PSA, com chineses em seu capital.
Roda a Roda
Quem diria – Icônica marca de automóveis esportivos Lotus agora é chinesa, controlada pela Geely – dona da Volvo. No pacote comprou 49,9% das ações da Proton, da Malásia.
Negócio – Proton foi política governamental para colocar o país no mundo da indústria e tecnologia, e nova injeção de poder deve expandir sua ação. Dentre os interessados na compra estavam Renault, PSA Peugeot Citroën e Suzuki.
Imagem – Analistas do setor creem, compra da Lotus integra projeto de Li Shufu, controlador da Geely, para atuação global, e fazê-la aparecer ícone, como nas grandes marcas: Ferrari/FCA; Porsche/VW; Lexus/Toyota. Como em transações assemelhadas, Geely e Volvo terão muito a absorver na tecnologia de construção de carros leves, característica principal dos Lotus. No caso, mesclará com a resistência construtiva Volvo.
Lá – VW lançou na Europa o Up GTi. Pequeno motor 1,0 aumentado para 115 cv. Rebaixou 16 mm, colocou rodas leves 17 pol, aumentou freios e reviu suspensão. Faz de 0 a 100 km/h em 8,8 s e final de 212 km/h.
Aqui – No Brasil novidade de julho será versão Pepper, incrementada em decoração. Mas o GTi abriu caminho para versão de maior desempenho.
Macri – Presidente argentino Mauricio Macri fez périplo de cooptação de investimentos na Ásia. Com CEO da Nissan Motor Co, Hiroto Saikawa, agradeceu chegada da marca a seu país. Terá linha de montagem dentro da fábrica Renault, em Córdoba e fará picapes Nissan, Renault e Mercedes. Produção ao fim de 2018 da Frontier hoje importada do México.
Mais – No circuito visitou Takeshi Uchiyamada, chairman da Toyota. No colega de Mercosul ampliou instalações, contratou 300 pessoas, e incrementará produção em 30%, após redivisão comercial na América Latina. Exportará 70% da produção estimada em 130 mil picapes Hilux e SUV SW4. Sob direção de Steve St Angelo, implantou e administra projeto de expansão de mercado na América Latina.
Base – PSA sediará operação latino-americana da marca DS na Argentina. Nomeou Valentina Solari diretora geral, concentrando gestão, controle, e mostrar marca como elegância e tecnologia francesas. Brasil, mercado maior, a reboque.
Salón – Ante proximidade de datas entre lançamento ao mercado brasileiro e o Salón del Automóvil, Buenos Aires, 10 a 20 de junho, Ford aproveitou para mostrar novo Ecosport aos argentinos. Após, mostra local à imprensa não convidada à vilegiatura. No mercado, com motorizações 2,0 e 1,5 3-cilindros, agosto.
Mais – GM apresentará o Equinox, SUV mexicano, substituto do Captiva, e Fiat o Argo e seu equivalente europeu, Tipo. Venderá ambos no mercado argentino.
Dez – Menor dentre motos BMW, G 310R será o 10º produto em Manaus: monocilíndrico, refrigeração líquida, 310 cm³ e 34,4 cv. Peças feitas na Índia, mercado menos exigente, e exportada para montagem em Manaus. Preço desconhecido, mas importar de país com produtos baratos instiga raciocínio de, apesar do rótulo premium, possa competir com Honda Twister e Yamaha Fazer, ambas de 250 cm³ e com ABS. Base em torno de R$ 15,5 mil.
Lei – Resolução 667 Contran, Conselho Nacional de Trânsito, normatiza iluminação de veículos. Encerra aventura de usar lâmpadas inadequadas, como as de xenônio em faróis comuns, e as azuis – exceto para sinalização. Bota ordem.
Chegando – Em dias, concessionárias Nissan receberão modelo Kicks nacional. Queda de vendas mudou planos, desde adiar produção, e ações para reduzir preços: versões com menor conteúdo, câmbio manual, e focará antecipadamente compradores com necessidades especiais e táxis.
Motor – Por enquanto não emprega atualizado motor Renault 1,6 SCE, de maior potência e torque, porém injustificável a associadas como Renault e Nissan ter, cada uma, motor diferente. Mercado pulula de SUVs neste segmento.
Fora – Ante cobrança de acionistas por pagamento de dividendos, GM cancelou investimentos para produção na Índia; suspenderá vendas no mercado interno; apenas exportará; e venderá tradicional operação na África do Sul. Passará adiante 57,7% de joint venture no Quênia; negocia com Isuzu assumir a fábrica na África do Sul; venderá seus 30% nessa japonesa. Focará em investimentos nos EUA para produção de picapes e SUVS; aplicará nas pesquisas de veículos autônomos; verá mercados mais rentáveis.
Diferente – Na Ford cobrança idêntica deu resultado diferente: aposentaram precocemente Mark Fields, 56, presidente, ex-menino de ouro. Substituto Jim Hackett, 62, na Ford há apenas um ano, vindo de fábrica de móveis e de trabalho social: diretor atlético da Universidade de Michigan. Família Ford, controladora do negócio, gosta de novidades. Antecessor de Fields, Alan Mulally veio da Boeing. Desconhecia automóveis, salvou a marca.
Tensão – Hackett tem fama de excepcionalmente dedicado, e no emprego anterior reduziu à metade fábricas e operários. Dizem-no de ações e soluções. Saída cortou poderes de Ray Day, diretor de comunicações, agora consultor.
Aqui – Crê-se em reflexos no Brasil. Recentemente Day impôs criação de diretoria corporativa, indicando titular e missão: convívio com formadores de opinião não conhecedores de automóveis. Criou abrasão interna.
Esperança – Com inauguração da revenda Ingá, em Içara, sul catarinense, na movimentada BR 101, Mercedes quer aumentar 20% sua presença no estado. Começou bem. Primeira venda: 15 caminhões.
Menos – 3M de produtos para pintura automotiva tem nova massa de polir à base d’água. Remove rápida e limpamente marcas do polimento mecânico. Suprime etapa para refino. A profissionais, embalagem de 1 kg.
Moralização – Denatran, Departamento Nacional de Trânsito, oficiou às entidades credenciadas a emitir certificados de originalidade para reclassificação de veículos como Antigos de Coleção, para saber dos critérios. Há muita falsificação e leniência no meio.
Gente – Roger Moore, Sir, inglês, ator, embaixador da Unicef, 89, passou. Fez 7 filmes como o agente James Bond. Num deles, 007 Contra o Foguete da Morte, passagem no Brasil, onde perseguido pela atriz Emily Bolton, conduzindo então na moda MP Lafer. Deu humor inglês aos filmes, hoje com um primata como ator principal. / Jorge Pontual, argentino, ex VP de Vendas da VW no Brasil e larga experiência no setor, mudança. Gerente Geral da japonesa Isuzu em volta à Argentina. / Luiz Pedrucci, paulistano, engenheiro, 44, promoção. Era presidente da Renault Colômbia e assumirá operação brasileira. Primeiro brasileiro a liderar Renault no Brasil. Fabrice Cambolive transferido para a Europa.
Espaço patrocinado
O estilo Mercedes na rede
Dona de um símbolo – a estrela de três pontas -, e nome de amplo conhecimento mundial, produtora de automóveis mesclando performance, luxo e qualidade, a Mercedes-Benz estende seus negócios no Brasil à área de artigos com sua marca. Além de balcões na pequena rede de concessionários de automóveis, oferece contatos à Internet, para vender a Mercedes-Benz Collection.
Os itens colecionáveis passam a ser alcançados em sua loja virtual – sítio oficial da Mercedes, aba Automóveis, seção Acessórios e Collection. Clientes e aficionados da marca e de sua divisão esportiva AMG, podem identificar e adquirir os artigos cuja linha de criação é para uso constante refletindo o estilo de vida de um público interessado em tendências e design.
A criação da loja virtual indica projeto de expansão da atividade de automóveis Mercedes no país, bem lastreada com a fábrica em Iracemápolis, SP.
Até o momento a variedade exposta no catálogo de produtos supera 600 itens disponíveis, criados especialmente para a marca, indo de miniaturas dos grandes ícones Mercedes-Benz e AMG peças de vestuário, acessórios, canetas, chaveiros, relógios e muitos etc.
A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars