Chevrolet Montana, alternativa que divide opiniões

Chevrolet Montana Sport

 

A geração atual da picape causou discussão pelo estilo,
mas registra manutenção barata e boa aceitação no mercado

Texto: Luiz Fernando Wernz – Fotos: divulgação

 

Em outubro de 2010 os brasileiros conheceram a sucessora da Chevrolet Montana, então baseada no Corsa de segunda geração. A nova picape trazia pouco, além do nome, em comum com a antiga: agora era derivada do Agile, famoso por seu estilo discutível . O público, bastante receptivo à primeira geração, apelidava sua nova carroceria com nomes nada agradáveis, tamanho o impacto negativo que o visual da novidade causou.

Mas nem tudo era negativo na nova Montana. A mecânica, ultrapassada, mas confiável e barata de manter, ainda estava lá. O único motor disponível era o de 1,4 litro flexível em combustível, com potência de 97 cv com gasolina e 102 com álcool, não havendo mais a opção pelo 1,8 da geração anterior. A capacidade de carga de 758 kg ainda era um bom atributo. Assim a General Motors fazia sua alternativa às consagradas Fiat Strada e Volkswagen Saveiro.

 

A mecânica, ultrapassada, mas confiável e barata de manter, ainda estava lá e a capacidade de carga de 758 kg era um bom atributo

 

A Montana estava disponível em duas versões. A básica LS oferecia de série conta-giros, protetor de cárter, revestimento de caçamba, rodas de 14 pol, vidros verdes, degraus de acesso à caçamba nas laterais, aquecimento e banco do motorista com ajuste de altura. Os opcionais eram oferecidos em pacotes que incluíam ar-condicionado, direção assistida, regulagem de altura do volante, vidro traseiro com porção central deslizante, computador de bordo, rodas de 15 pol, alarme com acionamento a distância, controle elétrico de vidros e travas, freios com sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica (EBD) e bolsas infláveis frontais. Já faróis de neblina, rodas de alumínio e sistema de áudio podiam ser adquiridos na rede de concessionárias.

 

 
A versão LS era simples, mas podia receber opcionais como ar-condicionado e
conjunto elétrico; acessórios incluíam rodas especiais e faróis de neblina

 

A outra versão, Sport, trazia de série todos os opcionais disponíveis para a versão LS, acompanhados de barras de teto, maçanetas e retrovisores na cor da carroceria, rodas de alumínio de 15 pol, acendimento automático dos faróis, faróis e lanterna traseira de neblina, controlador de velocidade e rádio/toca-CDs com leitor de MP3 e conexões USB, Bluetooth e para Ipod. Embora compartilhassem a parte dianteira da carroceria, havia diferenças visuais entre a Montana e o Agile no para-choque, mais anguloso na picape. O interior era idêntico entre eles, com os mesmos bancos, painel e nível de acabamento.

 

 

Na linha 2013 a Montana ganhou uma nova versão: a Combo, um furgão que vinha concorrer com o Fiat Fiorino. Era basicamente uma LS com cobertura para a caçamba feita em plástico e fibra de vidro, com continuação parcial até o teto da cabine. A capacidade de carga era a mesma da picape e a boa altura da cobertura permitia a acomodação de um volume de 3,3 metros cúbicos. Voltada ao uso profissional, a Combo tinha uma única cor disponível, a branca.

A linha 2014 era lançada em setembro de 2013 com ligeiras novidades. Apesar de o hatch Agile ter sofrido reestilização, a picape mantinha as formas originais. No interior mudavam volante, iluminação dos mostradores do painel (agora branca) e revestimentos dos bancos. Na Sport, comandos do sistema de áudio e do controlador de velocidade passavam ao volante e as rodas de alumínio cresciam para 16 pol. A LS recebeu opção de chave do tipo canivete. Passaram a ser de série em ambas o porta-luvas com travamento, bolsas infláveis frontais (sendo possível desligar a bolsa do passageiro) e os freios com ABS e EBD, atendendo à legislação.

 

 
Os opcionais da LS vinham de série na Sport, que ainda oferecia itens adicionais;
o motor de 1,4 litro com 102 cv (álcool) era o único disponível para a picape

 

“Bom desempenho e custo-benefício”

Apesar do bom volume de vendas, a Montana da geração atual teve registradas as opiniões de apenas cinco proprietários no Teste do Leitor,  razão pela qual não publicamos a tabela com índices de satisfação — a amostragem seria insuficiente.

Luiz Carlos Fabbri, de Ribeirão Preto, SP, tem uma Montana Sport 2012 e está muito satisfeito: “Apesar de ter um motor 1.4, não deixa nada a desejar. Apresenta um bom torque, aliado à economia de combustível. Na estrada, à média de 100 km/h, consigo obter 10,5 km/l e na cidade 8,7 km/l usando álcool. A suspensão foi muito bem ajustada, tornando o carro confortável e apresentando boa estabilidade em curvas. Outros pontos positivos são a capacidade de carga e o bom custo-benefício, por ser um carro muito completo”.

Próxima parte

 

 

 
A versão furgão Combo aparecia na linha 2013 com espaço para 3,3 m³; o
compartimento de carga em plástico e fibra de vidro era aplicado à caçamba

 

Os demais proprietários não se dizem tão satisfeitos. Wendell Almeida Silva, de São Paulo, SP, também proprietário de uma Sport 2012, relata: “Os pontos positivos são o custo-benefício e o fato de o carro ser completo, comparado com similares, a um custo inferior, mas o acabamento possui muitas partes plásticas, que fazem ruído e apresentam riscos facilmente. O motor é muito esperto rodando com álcool, mas com gasolina é lerdo. O carro só deslancha após 3.000 rpm. Se ligar o ar-condicionado, parece 1.0. É um carro bom, mas que poderia ter melhor qualidade em acabamento, montagem e motor devido ao seu preço”.

 

“O custo-benefício é bom, mas o acabamento faz ruído e com gasolina o carro só deslancha após 3.000 rpm”, opina um dos proprietários

 

Vitor Meizikas Filho, de São Paulo, SP, tem uma Sport 2011 e não recomenda a picape: “O único ponto positivo é a estabilidade. O motor é muito fraco e tem consumo muito alto para a proposta e cilindrada. Devido à fraqueza do motor é necessário pisar até o fundo no acelerador, principalmente com o ar-condicionado ligado. O acabamento é medíocre, os plásticos internos vibram e geram barulho excessivo. A ‘nova’ Montana não tem nada a ver com a Montana anterior, que tinha seus vícios, porém muitas qualidades. Ao contrario da ‘nova’, que oferece muito pouca qualidade ao consumidor”.

Entre os defeitos apresentados, na Montana LS 2012 de Henrique Schlickmann, de São Ludgero, SC, acendeu-se o alerta de problemas nos freios ABS (“Era apenas um fio do sensor arrebentado, o que, segundo o mecânico, é muito comum de acontecer”, explica”) e o motor sofre detonação: “Fica ‘grilando’ na aceleração. Segundo o mecânico e outros proprietários, é comum ao carro”. Outras observações foram feitas quanto à qualidade dos materiais de acabamento, baixa eficiência dos freios, infiltração de água nas lanternas, faróis principais e de neblina, rangidos na tampa da caçamba e alto ruído do motor.

 

 
Rodas de 16 pol e novo volante com comandos eram novidades na Montana Sport
para 2014; a picape ainda não acompanhava a reestilização feita no Agile

 

Vale a pena ficar atento a duas convocações efetuadas pela General Motors. Em agosto de 2011 as picapes foram chamadas por um problema na fixação das suspensões dianteiras e traseiras: um erro no processo de estampagem teria provocado a redução de suas espessuras, o que poderia levar ao surgimento de microtrincas e à soltura parcial do braço de controle, com risco de acidente. Em dezembro de 2012, outro chamado envolveu os veículos produzidos entre setembro e novembro daquele ano para avaliar e, se necessário, substituir os tubos de alimentação de combustível.

 

 

Se seu foco for uma picape pequena com baixo custo de manutenção e alguns itens de conveniência a mais que a média por um preço justo, a Montana pode ser sua pedida. Como em todo utilitário, deve-se atentar para eventuais sinais de uso em trabalho pesado, como riscos na caçamba ou em seu protetor e suspensões em avançado estágio de desgaste.

Veja opiniões dos donos Opine sobre seu carro

 

Custos de manutenção

 

Concessionária

Mercado paralelo

Disco de freio (par) R$ 355 R$ 85
Pastilhas de freio dianteiras (par) R$ 270 R$ 35
Amortecedores (jogo de 4) R$ 1.030 R$ 1.020
Pneus (Goodyear Excellence Aquamax, 185/60 R 15, cada) R$ 390
Para-lama dianteiro (cada) R$ 375 R$ 180
Para-choque dianteiro R$ 495 R$ 300
Farol (cada) R$ 555 R$ 220
Mão de obra (hora) ND
Preços médios para Montana LS 1,4 2011 obtidos pelo Sistema Audatex (concessionária) e lojas de autopeças, em pesquisa em janeiro de 2014; não envolvem instalação e pintura quando cabível; ND = não disponível

 

Cotações de seguro

Custo médio

Franquia média

  • Montana LS 1,4 Econoflex 2011
Alto risco R$ 9.430 R$ 2.520
Médio risco R$ 2.690 R$ 2.315
Baixo risco R$ 1.330 R$ 2.140
Custos médios obtidos em pesquisa da Depto Corretora de Seguros em jan/14; conheça os perfis

 

Compare as versões

Versão

Faixa de preço

Anos-modelo

Montana LS 1,4 Econoflex R$ 27.915 a R$ 31.335 2011 a 2014
Montana LS Combo 1,4 Econoflex R$ 36.215 a R$ 37.515 2013 e 2014
Montana Sport 1,4 Econoflex R$ 31.530 a R$ 36.625 2011 a 2014
Preços fornecidos pela FIPE e válidos para jan/14

 

Comb. Potência Torque Vel. máx. 0 a 100 km/h Cons. cidade Cons. rodovia
gas. 97 cv 13,2 m.kgf 168 km/h 12,3 s 12,2 km/l 16 km/l
álc. 102 cv 13,5 m.kgf 170 km/h 12,1 s 8,6 km/l 11,5 km/l
Dados do fabricante

 

 

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