Os carros que tiveram de mudar de nome, parte 2


Do risco de piadas a disputas por marcas, os fabricantes muitas vezes precisam rebatizar os carros, ao menos em alguns mercados

Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação

 

Nissan Navara, Mitsubishi Pajero e Porsche 901 são alguns nomes de carros que tiveram de mudar, pelo menos em alguns países, por disputas legais ou para evitar piadas, como vimos em um vídeo em 2017. Mas esses não foram os únicos: mundo afora, outros automóveis passaram pela mesma situação, antes ou depois do lançamento. Vamos conhecê-los? Se você tem sugestões, envie pelos comentários e podemos incluir em outro artigo. Se preferir, assista ao vídeo com mais imagens.

 

 

O nome desse pequeno indiano seria motivo de piadas por aqui, mesmo que não houvesse a doença: Tata Zica. Era uma contração de zippy car ou carro rápido. Logo que ele foi anunciado, o vírus se tornou conhecido mundo afora e exigiu mudança. Ele agora tem nome de gente: Tiago.

 

 

A conotação negativa pode ter outras origens. Sabia que o Honda Fit não é Fit no mundo todo? Alguns países o recebem como Jazz. A razão é que fitta para os escandinavos é uma gíria grosseira para o genital feminino.

 

O mesmo significado aplica-se a cona em Portugal. Por isso a Hyundai mudou o nome do Kona para Kauai naquele país. E não foi a primeira: nos anos 70 e 80 o Opel Ascona, que aqui foi Chevrolet Monza, era Opel 1604 por lá.

 

 

 

Nem os carros mais nobres escapam desse risco. A Rolls-Royce queria chamar um sedã de Silver Mist ou névoa de prata, em 1965, e descobriu que mist em alemão significa esterco. O nome mudou para Silver Shadow, ou sombra de prata, e o modelo se tornou o maior sucesso da história da marca.

Outro risco de piadas em um mercado deu-se com o sedã de luxo da Kia. Na Coreia do Sul seu nome é K9, mas nos Estados Unidos mudou para K900. O motivo: K9 em inglês é lido como canine, ou canino, e foi nome de cães robóticos em filmes e desenhos.

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Um novo nome pode ser necessário por diversas razões. A Jaguar nasceu como Swallow Sidecar Company ou SS. A sigla apareceu em modelos da década de 1930, como o SS Jaguar 100 (acima), mas depois da Segunda Guerra Mundial seria associada com a organização paramilitar do partido nazista alemão. Assim foi escolhido Jaguar Cars.

 

No México, nosso Volkswagen Fox foi vendido como Lupo, nome de um antigo carro pequeno da marca alemã. A razão foi evitar uma associação a Vicente Fox, então presidente mexicano. A Spacefox foi chamada lá de Sportvan, mas o Crossfox manteve o nome.

 

 

 

Uma fonte frequente de problemas está nos direitos sobre marca. Para seu centenário, em 2003, a Ford criou uma versão moderna do GT40 (acima, em branco), vencedor de Le Mans por quatro vezes nos anos 60. O nome foi usado no conceito (em amarelo), mas o carro entrou em produção apenas como GT. O motivo: em 1999 os direitos da sigla passaram à Safir GT40 Spares, que vende réplicas do original. Consta que a empresa pediu US$ 40 milhões para vender a marca de volta à Ford, que não aceitou.

 

Outra que a Ford perdeu foi na Inglaterra. Ao lançar o Sierra (acima), em 1982, havia no mercado um jipe vendido em kit, o Dutton Sierra (no destaque). A Ford tentou garantir o nome para si, mas a Justiça entendeu que as regras para carros em kit correm à parte. Assim, os dois Sierras conviveram até 1989.

 

 

No Salão de Genebra de 2015 a Aston Martin anunciou o Vantage GT3, uma versão do esportivo preparada para as pistas. A Porsche acionou o jurídico, pois já usava a sigla no 911, e os ingleses mudaram para GT12 antes de começar as vendas.

E não só fabricantes disputam esses direitos. Ao lançar em 2012 o elétrico Zoe, a Renault foi processada pelas famílias de duas garotas francesas que se chamavam Zoe Renault. Os pais não queriam que as filhas fossem associadas a um carro, mas a fábrica alegou que havia mais de 100 produtos no mundo com o nome Zoe. A Justiça aceitou e o Zoe, que agora chega ao Brasil, pôde manter seu batismo.

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