Eles saem de produção, mas ganham um novo tempo em outros países, como o Opel Corsa que se tornou Classic
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
Os carros podem ter vida após a morte? Ou melhor, continuar em produção depois de sair de linha? Já mostramos que sim em dois artigos anteriores (aqui e aqui): eles se despedem de mercados desenvolvidos, mas seguem em países mais atrasados, onde podem ser bem aceitos por décadas graças ao baixo custo e à robustez. Conheça mais exemplos curiosos na terceira parte da série. Se você tem sugestões, envie pelos comentários e poderemos usar na quarta parte. Se preferir, assista ao vídeo com mais imagens.
Willys Aero-Wing
Muitos carros do começo de nossa indústria eram projetos já abandonados no país de origem. Foi o caso do Aero-Willys (foto maior), o sedã de 1960 que seguia o estilo do Willys Aero-Wing (no destaque) feito nos Estados Unidos entre 1950 e 1955. Renovado e com a versão mais luxuosa Itamaraty, nosso Aero durou até 1971.
Ford Falcon
A Ford norte-americana fez de 1960 a 1970 o Falcon (no destaque), um sedã compacto para os padrões de lá. Na Argentina ele começou em 1962 e só parou em 1991 (na foto maior o modelo 1982), depois de plásticas um tanto estranhas. Teve versões perua e picape e serviu a famílias, taxistas e até as forças militares da ditadura.
Hillman Hunter
Vários carros ingleses ganharam nova vida na Índia ou no Irã. O Hillman Hunter britânico (em vermelho), fabricado de 1966 a 1979, começou a ser montado no Irã pela empresa Iran Khodro como Paykan em 1967 e se tornou um sucesso. Com fabricação local e motor Peugeot, ele foi feito até 2005 (foto maior). A picape Bardo (no destaque) foi 10 anos mais longe: faltou pouco para meio século na mesma geração.
Renault 12
O primeiro Ford Corcel, de 1968, derivou do projeto que na França deu origem ao Renault 12 (em amarelo) um ano depois. Lá ele foi feito até 1980, mas a Argentina o manteve até 1994 e a Turquia até 2000. Nosso Ford tornava-se o Corcel II em 1977 e assim seguiu até 1986. Então ganhou sobrevida como Del Rey (no destaque) até 1991 e na picape Pampa até 1996. Na Romênia o R12 foi ainda mais longe: feito pela Dacia como série 1300, durou até 2004 como sedã e mais dois anos como picape (foto maior).
Fiat 128
Os Fiats antigos são figuras comuns nessa série. O 128 (no destaque) dos italianos durou bem, de 1969 a 1983. Em 1971 a Zastava lançou na Sérvia o modelo 101, derivado desse Fiat (foto maior). Ele evoluiu para o Skala, que ficou em linha até 2008. Os argentinos também levaram o 128 até 1990.
Audi 100
Na Alemanha o Audi 100 de terceira geração (no destaque) foi feito de 1982 a 1990. Já os chineses da FAW começaram a produção em 1988. Quando o governo exigiu carros oficiais de origem local, a empresa o remodelou como Hongqi CA 7200 (foto maior), usando motores Chrysler e Nissan, e o levou até 2006. Ofereceu limusines, carros fúnebres e conversíveis de quatro portas.
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Mitsubishi Pajero
O Mitsubishi Pajero teve vida após a morte em duas gerações. A primeira (no destaque) durou de 1982 a 1991 no Japão. Nesse último ano começava a ser feito na Coreia do Sul pelo grupo Hyundai como Galloper (foto maior), que chegou ao Brasil com a marca Asia. Durou até 2003.
A segunda geração do Pajero (no destaque) foi feita entre 1991 e 1999, mas seguiu até 2007 no Irã, mais um ano nas Filipinas e na Venezuela e até 2014 na China com as marcas Sanxing e Liebao (na foto maior o Liebao Heijingang).
Suzuki Alto
Já falamos nesta série do Maruti Omni, pequeno utilitário indiano que deriva de um antigo Suzuki. Há outro velho modelo japonês que se pode comprar novinho nas concessionárias Maruti: o 800 (foto maior), feito desde 1995. Ele existiu de 1984 a 1988 como o Suzuki Alto de segunda geração (no destaque). No Paquistão o carrinho segue como Suzuki Mehran.
Seat Toledo
A Espanha produz a quarta geração do Seat Toledo. Na China, a Chery fabrica até hoje o modelo inicial de 1991 (no destaque), que por lá começou em 1999. Chamado de A11 (foto maior), ele ganhou estilo renovado e versões furgão e sedã alongado.
Opel Corsa
A longevidade do segundo Corsa europeu não poderia faltar nessa série. Ele nasceu na Alemanha em 1993 (no destaque) e veio ao Brasil no ano seguinte pela Chevrolet. Os europeus o fabricaram até 2000, mas o sedã brasileiro se tornou Classic em 2003 e seguiu até 2016 (foto maior). Fomos bem além dos sul-africanos, que levaram o hatch até 2009, e dos chineses, que no mesmo ano tiraram de linha o sedã Chevrolet Sail. E a perua desenhada no Brasil, que tivemos até 2001, seguiu na Argentina até 2016 com a frente de nosso último Classic.
Renault Logan
O primeiro Logan, feito de 2004 a 2012 na Europa (no destaque), não é tão antigo, mas sua sobrevida merece ser citada. Ele ainda é feito no Irã e na Índia. Lá a Mahindra o vende como Verito, incluindo versão elétrica (foto maior) e um dois-volumes diferente do Sandero, o Vibe.
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