Também estava disponível um diesel de 2,2 litros e 65 cv, bom compromisso entre conforto e economia. Tinha como velocidade final 136 km/h, quase idêntica à de seus concorrentes -- o Mercedes 220 D e o Opel Rekord D. Ainda hoje a Peugeot é uma das maiores produtoras de motores diesel no mundo.

A versão GL, de melhor acabamento, tinha a alavanca de câmbio no assoalho, teto solar, estofamento em couro, rádio/toca-fitas e ar-condicionado. O topo de linha do 504 era o TI, oferecido com injeção Kugelfisher. Mais potente, com 110 cv, chegava a 173 km/h. Além dos itens de conforto do GL trazia vidros verdes e os dianteiros com acionamento elétrico. Em todas as versões o carro acomodava cinco passageiros de boa estatura com certo conforto.

Os belos faróis em forma de trapézio deram lugar a quatro redondos em mercados como o americano, mas a queda da traseira manteve-se em todos os sedãs 504

Um detalhe diferente era o acionamento da buzina na alavanca das luzes de direção -- característica de carros franceses pouco apreciada no resto do mundo. Outro, como tradição, o contato de ignição à esquerda do volante, a exemplo do Lada e do Porsche 911. Uma das vantagens é poder ligar o motor de fora do carro, para testar um reparo mecânico por exemplo, sem contorcionismos.

O 504 rodava suave, mas quando exigido era firme em curvas. Comportava-se bem em todos os tipos de estrada. O belo cupê foi lançado no Salão de Genebra, na Suíça, em 1969. Suas linhas eram originais, não apenas uma derivação do sedã, muito harmoniosas e fluidas. Na frente se destacavam os quatro faróis quadrados. Acomodava bem dois adultos e duas crianças. Com a mecânica do TI, sua velocidade máxima era de 179 km/h.

A perua veio em 1971 e era derivada do sedã. Era 30 centímetros maior em comprimento e a parte do teto após os bancos dianteiros era ligeiramente mais alta. Tinha um grande porta-malas, que dependendo da versão de acabamento (Familiar ou Comercial) podia receber mais um banco, elevando a capacidade para sete pessoas. Detalhe interessante eram os duplos amortecedores traseiros, para suportar muita carga.

A perua 504 trazia amortecedores duplos na traseira e até 7 lugares. Esta versão fora-de-estrada, a Dangel, foi de certo modo precursora da atual tendência que no Brasil atinge a Palio Adventure

Em 1974 o cupê ganhava como opção o motor V6 PRV. Elaborado numa colaboração técnica entre Peugeot, Renault e Volvo -- daí a sigla -- para equipar os modelos topo de linha, tinha 2,66 litros, 144 cv de potência, comando de válvulas no cabeçote e injeção Bosch K-Jetronic. Com cinco marchas, chegava a 190 km/h. Nesta versão, detalhes internos e externos de acabamento faziam diferença, como bonitas rodas de liga leve.

Este motor equipou o 504 cupê até 1983, mas a versão de quatro cilindros continuava a ser oferecida. Houve ainda o conversível, que podia receber tanto capota de lona quanto uma de fibra-de-vidro.

Em 1975 o 504 sedã foi o 2,0-litros mais vendido da Europa. No ano anterior haviam sido produzidas 280 mil unidades entre versões gasolina e diesel e já fora atingido o marco de um milhão de unidades desde o lançamento. Representava 40% da produção da fábrica.

Elegante e com bom motor V6, desenvolvido em parceria com a Renault e a Volvo, o 504 cupê recebia frente própria e sobreviveu à extinção da linha, ficando no mercado até 1983

No ano seguinte a Peugeot absorvia a Citroën e, em 1978, a Chrysler Europa, que fabricava os Simca e Talbot. O 504 sedã, já envelhecido, foi fabricado até 1979 e deu lugar ao mais moderno 505 -- existem muitos ainda rodando na África e na Argentina, onde foi produzido até há poucos anos. O 504 cupê, porém, continuou até 1983.

Nas pistas   Jornalistas especializados na década de 70 o apelidaram de "rei do deserto" e "especialista do deserto" por seu desempenho em ralis no continente africano. E o rugido do leão foi ouvido por muitos. Foi pilotado por ícones do automobilismo mundial de rali. Por estas participações sua presença na África foi muito forte na época e até hoje é referência. Continua

Em escala

A Solido francesa não se esqueceu do 504 e o produziu na escala 1/43. Todos tinham a decoração dos modelos de competição de rali (foto). Os pára-barros, faróis auxiliares e outros acessórios eram bem detalhados. Figurou no catálogo em 1978 e 1979.

A Burago fez uma versão do carro de apoio da famosa corrida de bicicletas "A Volta da França". O 504 do diretor da prova era vermelho com teto branco, tinha uma sirene sobre a capota e adesivos dos patrocinadores. A escala era 1/24 e muito bem feita, como é tradição da marca. Portas, capô e porta-malas se abriam e as rodas esterçavam.

Para ler
Foi lançada recentemente, na França, uma série de livros intitulada Les Belles Automobiles de Mom Père (Os belos automóveis de meu pai). O sedã 504 é contado em 120 páginas, com mais de 240 fotos coloridas e em preto e branco.
Nas telas
No filme de James Bond de 1981, Somente para seus olhos, estrelado por Roger Moore, dois 504 azuis dos bandidos perseguem o Citröen 2CV (leia história) do agente secreto britânico em estradas sinuosas da Costa Azul francesa. Claro, não faltam malabarismos nas cenas envolvendo todos os modelos.

Fez presença também num dos filmes da série Inspetor Clouseau. Era o carro de serviço do Comissário Dreyfuss, chefe do inspetor que acaba ficando louco por causa das confusões que seu subordinado faz e traz. O carro em questão aparece numa cena na frente do hospital -- que na verdade é um manicômio.

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