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Carros do Passado

O sucesso do Charger foi imediato: no ano de seu lançamento foram vendidas 37.344 unidades. Além do desempenho, contribuíam o preço, que oscilava na casa dos US$ 3 mil (US$ 17 mil atualizados), e a excelente garantia de cinco anos ou 50 mil milhas (80 mil quilômetros). Desse total apenas 468 unidades tinham a motorização 426 Hemi, o que logo a tornou uma raridade.

A aparência frontal agressiva, sem faróis aparentes, insinuava o desempenho que o Charger R/T extraía dos grandes V8 de 5,2 a 7,2 litros -- este último, o 440 Magnum, com 375 cv brutos

Um ano depois era lançada nova motorização: o 440 V8 Magnum (7,2 litros), que despejava 375 cv de potência e 66,3 m.kgf de torque. O 426 Hemi continuava sendo oferecido mas, mesmo com menor potência, o Magnum se tornava o motor mais cobiçado do modelo, devido ao alto custo do 426 e sua menor confiabilidade (o 440 era derivado dos utilitários Chrysler). No desenho pouca coisa mudava, apenas a opção de teto em vinil.

Ganhando esportividade   A primeira reestilização vinha em 1968. O Charger ganhava uma nova carroceria, com linha de cintura alta, que conferia maior robustez, faróis escamoteáveis sob uma profunda grade negra, pára-choques mais estreitos que se integravam ao pára-lamas, faróis de longo alcance, vincos nas portas, coluna traseira com ângulo reto e largo, lanternas duplas e redondas. Os vidros laterais traseiros eram menores e triangulares, o que garantia a agressividade do novo estilo. Era um carro totalmente diferente do modelo anterior, com linhas mais retas e imponentes. É reconhecido como um dos mais belos carros da década de 1960. Continua

Nas pistas
Foi na década de 60 que a indústria americana percebeu a validade da máxima "Win on Sunday, sell on Monday", isto é, "vença no domingo e venda na segunda-feira", uma expressão para o sucesso de mercado trazido pelas vitórias em competições. E o Dodge Charger Daytona (nome escolhido em alusão à pista onde o primeiro Hemi competiu, em 1964) foi, ao lado do Plymouth SuperBird, o modelo escolhido pela Chrysler para essa missão.

Essas versões dos carros de rua ficaram conhecidas como Aero Warriors, guerreiros aerodinâmicos, por seu desenho peculiar e notável desempenho. A idéia de melhorar a aerodinâmica nasceu da constatação de que estava cada vez mais difícil -- e caro -- extrair mais potência de motores como o 426 Hemi da Chrysler e seus arqui-rivais, os 427 e 429 V8 da Ford.

O Daytona estreou na NASCAR Grand National em Talladega, em meados de 1969, e venceu em torno de um quarto das provas de que participou, nesse ano e no seguinte. O piloto Bobby Isaac acabou conquistando o título de 1970, apesar do favoritismo do SuperBird no início da temporada. Seu êxito poderia ter prosseguido, não fosse a restrição de cilindrada (máximo de 305 pol3, 5,0 litros) introduzida para 1971. A marca considerou inviável retrabalhar os veículos para que permanecessem competitivos. Mesmo assim, com um Charger o piloto Richard Petty vencia em 1974 pela quinta vez a 500 Milhas de Daytona e também o campeonato de pilotos.

Além da NASCAR, o Daytona brilhou nas pistas através de recordes de velocidade. Em 24 de março de 1970, no circuito de Talladega, no estado do Alabama, o piloto Buddy Baker acelerou o Daytona número 88 até 200,447 milhas por hora (322,519 km/h), tornando-se o primeiro piloto a romper a mágica barreira das 200 mph em um carro da NASCAR (duas fotos superiores). No ano seguinte, em setembro, era a vez de Bobby Isaac chegar a 201,104 mph (323,576 km/h) com o Daytona número 71 nos famosos lagos de sal de Bonneville (fotos inferiores).

por Fabrício Samahá

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