Foi na década de 60 que a indústria americana percebeu a
validade da máxima "Win on Sunday, sell on Monday", isto é,
"vença no domingo e venda na segunda-feira", uma expressão para
o sucesso de mercado trazido pelas vitórias em competições. E o
Dodge Charger Daytona (nome escolhido em alusão à pista onde o
primeiro Hemi competiu, em 1964) foi, ao lado do Plymouth
SuperBird, o modelo escolhido pela Chrysler para essa missão.
Essas versões dos carros de rua ficaram conhecidas como Aero
Warriors, guerreiros aerodinâmicos, por seu desenho peculiar e
notável desempenho. A idéia de melhorar a aerodinâmica nasceu da
constatação de que estava cada vez mais difícil -- e caro --
extrair mais potência de motores como o 426 Hemi da Chrysler e
seus arqui-rivais, os 427 e 429 V8 da Ford.
O Daytona estreou na NASCAR Grand National em Talladega, em
meados de 1969, e venceu em torno de um quarto das provas de que
participou, nesse ano e no seguinte. O piloto Bobby Isaac acabou
conquistando o título de 1970, apesar do favoritismo do
SuperBird no início da temporada. Seu êxito poderia ter
prosseguido, não fosse a restrição de cilindrada (máximo de 305 pol3, 5,0 litros) introduzida para 1971. A marca considerou
inviável retrabalhar os veículos para que permanecessem
competitivos. Mesmo assim, com um Charger o piloto Richard Petty
vencia em 1974 pela quinta vez a 500 Milhas de Daytona e também
o campeonato de pilotos.
Além da NASCAR, o Daytona brilhou nas pistas através de recordes
de velocidade. Em 24 de março de 1970, no circuito de Talladega,
no estado do Alabama, o piloto Buddy Baker acelerou o Daytona
número 88 até 200,447 milhas por hora (322,519 km/h),
tornando-se o primeiro piloto a romper a mágica barreira das 200
mph em um carro da NASCAR (duas fotos superiores).
No ano seguinte, em setembro, era a vez de Bobby Isaac chegar a
201,104 mph (323,576 km/h) com o Daytona número 71 nos famosos
lagos de sal de Bonneville (fotos inferiores).
por Fabrício Samahá |
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