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Carros do Passado

O Monte Carlo também dispunha da versão SS, mas seu topo de linha era o 454 LS5, ficando o LS6 exclusivo do Chevelle. Como sempre, através do COPO (os pedidos especiais) era possível burlar essa limitação: o concessionário Dick Harrel encomendou 10 unidades com o lendário LS6, fazendo alguns dos mais raros muscle-cars de todos os tempos.

O começo do fim dos "carros musculosos": em 1971 o Chevelle perdia dois dos faróis e muitos dos cavalos, devido à adoção de catalisador e à menor taxa de compressão

A queda   O ano de 1971 foi um dos piores para a industria automobilística americana. A poluição nos grandes centros tornava-se preocupante e o governo tomava decisões drásticas. As companhias de seguro estavam muito descontentes com a "febre" dos muscle-cars, carros de centenas de cavalos sob o capô, mas com freios e suspensão subdimensionados, que não raro resultavam em graves acidentes.

A solução para conter a poluição foi o uso de catalisador, o que obrigou à eliminação do chumbotetraetila como aditivo antidetonante na gasolina. Sua menor octanagem exigia que a potência fosse diminuída de modo substancial, o que acabou por "amarrar" os motores. A taxa de compressão de todos os motores caía para 9:1. O V8 básico do Chevelle, o L65, era agora um 350 com modestos 245 cv, "estrangulados" por um escapamento simples para os oito cilindros, de modo a oferecer contrapressão e gerar 34,5 m.kgf de torque a baixas 2.800 rpm.

Em 1972 a versão SS tornava-se um mero pacote de opcionais para qualquer Chevelle V8, como este Malibu Sport Coupe, que de "esporte" tinha muito pouco

O L48 oferecia 270 cv com um carburador quadrijet, 30 a menos que seu antecessor. O antigo "396" aposentava as versões L34, L78 e L89 e ganhava a Turbo Jet 400, ou LS3, com 300 cv e 55,3 m.kgf (400 libras-pé, daí o número no nome). O LS5 era mantido e ganhava 5 cv. Os faróis passavam a ser apenas dois, como no Monte Carlo, e como opcionais existiam faixas na carroceria e o cowl induction hood. Os LS3 e LS5 traziam a inscrição 454 abaixo dos logotipos SS, como forma de destacar o motor de cilindrada maior. Um triste sinal dos tempos.

Em 1972 a situação ficava ainda mais crítica: a versão SS passava a ser apenas um pacote de opcionais para qualquer Chevelle V8. O resultado podia ser visto em Chevelles SS com motor 307 V8 de patéticos 130 cv líquidos. Deve-se observar que, por decisão do governo americano, a partir do ano-modelo 1972 todo fabricante passava a informar a potência e o torque líquidos em vez dos brutos, obtidos segundo a norma J1349 da SAE (Society of Automotive Engineers, sociedade de engenheiros automobilísticos). A mudança, por si só, representava cerca de 35% de redução nos valores numéricos.

Mesmo descontada a substituição dos valores brutos pelos líquidos, a potência do
Chevelle decepcionava. E ficaria ainda pior com a crise do petróleo em 1973

Mesmo que se desconte a alteração, eram tempos tristes para os fãs dos muscle-cars. O Chevelle L65 350 tinha míseros 165 cv líquidos; o LS3 402, 240 cv; e o LS5 454, 270 cv. A vertiginosa queda na potência e o torque disponível a baixos regimes evidenciava o escapamento "amarrado".

O fim estava próximo -- 1973 marcou o fim da estrada para a versão SS. A popularização do pacote SS fora tal que estava disponível até mesmo para a perua Chevelle de cinco portas... O carro perdia muito em estilo, com linhas nada harmoniosas. O golpe final seria dado com a crise do petróleo naquele ano, abrindo caminho para que os eficientes japoneses tomassem de vez o mercado americano. O L65 possuía apenas vergonhosos 145 cv a 4.000 rpm. Continua

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