Como trazer os projetos da Opel já era habitual à GM brasileira -- o primeiro fora o
Opala, em 1968 --, a solução natural foi acelerar o desenvolvimento do Corsa brasileiro. Certamente para despistar a imprensa, unidades do modelo antigo rodaram em testes pelo País por algum
tempo -- houve quem caísse no conto e divulgasse que a marca fabricaria aqui aquele modelo, já com uma década de mercado europeu... |
O Corsa Wind
brasileiro no lançamento em Barcelona, Espanha: motor 1,0 a
injeção, interior agradável e linhas tão modernas que envelheceram
os concorrentes da noite para o dia |
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Quando chegou ao mercado, em fevereiro de 1994, um ano depois do lançamento na Europa, o Corsa caiu como uma bomba. De repente, o "moderno" Uno -- para não falar no Escort Hobby e no Gol 1000, à época o modelo antigo, de primeira geração -- revelava-se um projeto ultrapassado. O novo GM era muito atraente, com suas linhas
arredondadas, e trazia um recurso inédito no segmento 1,0-litro: injeção de combustível, uma AC Rochester monoponto com ignição conjugada (a Fiat usava apenas ignição mapeada, com carburador, no Mille
Electronic, embora muitos pensem que ele já tivesse injeção). |
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Em espaço
interno, conforto e comportamento, notável evolução sobre o velho
Chevette. O painel era moderno e trazia boas soluções, como os
controles de ventilação giratórios |
Tudo isso custava apenas US$ 7.350, mesmo preço dos concorrentes citados, fixado entre fabricantes e governo por ocasião do acordo do carro popular em 1993. Idêntico ao europeu no estilo, o Corsa nacional trazia peculiaridades mecânicas, a começar pelo motor. A Opel não o produzia em 1,0 litro e foi preciso reduzir a versão 1,2 (diâmetro e curso passaram de 72 x 73,9 mm para 71,1 x 62,9 mm), que manteve a potência de 50 cv mas perdeu em torque, ficando com 7,7 m.kgf a 3.200 rpm. |
O estilo
arredondado e simpático do Corsa contribuiu muito para seu grande
sucesso. Esta é a versão Wind Super, oferecida em 1995 com o mesmo
motor de injeção monoponto e 50 cv |
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Apesar da injeção, o carro não era o mais potente dos 1,0 (o Mille já tinha 56 cv) e decepcionava a muitos no desempenho: a GM declarava máxima de 145 km/h e
0 a 100 km/h em 18,6 s. A razão estava na escolha de relações de marcha longas, com quinta de economia
(4+E), que o deixavam lento caso o motorista não adaptasse seu modo de dirigir. O hábito brasileiro de "engatar a quinta marcha e esquecer", na estrada e até em avenidas de tráfego rápido, não combinava com o câmbio longo e a baixa potência do motor.
Continua |
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