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Carros do Passado

O espírito de Chapman

Priorizando a leveza e a estabilidade à potência, o
Lotus Esprit cativa admiradores há três décadas

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

O inglês Anthony Colin Bruce Chapman (nome cujas iniciais aparecem no emblema da Lotus), nascido em 1928, construía carros de competição desde 1948. Quatro anos depois fundara em 1952 a Lotus Engineering Co., responsável por diversas primazias, como a suspensão traseira seguindo o conceito McPherson -- por isso chamada de Chapman strut quando aplicada a esse eixo --, a estrutura monobloco em material composto e a suspensão ativa. O primeiro carro com efeito-solo também era um Lotus.

Silver Car, o Esprit conceitual apresentado no Salão de Turim de 1972: poucas diferenças para o modelo de série, como o pára-brisa mais inclinado e com um único limpador

Das pistas para as ruas foi um passo: em 1957 surgia o Mark 7 ou Lotus Seven, no ano seguinte o Elite, cinco anos depois o Elan, em 1966 o Europa. No Salão de Turim de novembro de 1972 um jovem projetista, de nome Giorgio Giugiaro, apresentava no estande de sua ItalDesign, fundada quatro anos antes, mais um carro-conceito. De formas retilíneas e agressivas, sua marca registrada, era baseado em um chassi de Europa alongado. Chamava-se simplesmente Silver Car, ou carro prateado.

O Lotus Esprit (espírito em francês), nome com que o conceito aparecia meses depois no Salão de Genebra, foi logo encaminhado a Hethel, a sede da Lotus, na Inglaterra, para que Chapman e sua equipe dessem início ao desenvolvimento da versão de produção. Giugiaro desejava chamá-lo Kiwi, mas a marca britânica não abdicou da tradição de nomes iniciados com a letra E. O carro era a mais séria iniciativa da Lotus rumo ao rentável e disputado segmento dos supercarros.

Em junho de 1976, o primeiro Esprit: carroceria plástica, chassi espinha-dorsal, baixo peso para um esportivo

O projeto M70 foi liderado por Mike Kimberley e Tony Rudd. Dois anos depois rodava um protótipo e, no Salão de Paris de 1974, era exposta a primeira unidade de pré-série, sendo considerada a estrela do evento. A produção seriada começava em junho de 1976, com as linhas angulosas praticamente inalteradas desde o desenho original -- embora o pára-brisa fosse menos inclinado e tivesse apenas um limpador, em vez de dois.

Era um cupê de dois lugares, motor entreeixos e tração traseira, que logo chamou a atenção dos entusiastas e compradores de supercarros. A razão, como se espera sempre de um Lotus, era a feliz combinação entre o bom rendimento do motor e o baixo peso. Embora fosse o mais pesado modelo da marca, com cerca de 1.100 kg, ainda era leve para os padrões dos supercarros.

As suspensões independentes davam ao Esprit notável comportamento dinâmico, seu trunfo na disputa com esportivos de cilindrada e potência bem superiores

A carroceria de plástico reforçado com fibra-de-vidro vestia um chassi do tipo espinha dorsal, de aço, com o motor entreeixos e suspensão independente nas quatro rodas -- a dianteira com braços sobrepostos, a traseira com braço semi-arrastado. O compartimento de passageiros estava dentro de uma "célula de sobrevivência". Continua

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Data de publicação deste artigo: 10/8/02

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