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Carros do Passado

Bizzarrini também fazia parte da ATS, mas sua empresa de consultoria podia ser usada como fachada para que fizesse outros trabalhos. Ele também estava projetando o V12 Lamborghini na mesma época! Alguns historiadores dizem inclusive que a falta de atenção de Bizzarrini para com a empresa que ajudara a fundar foi um dos motivos das brigas que levaram ao encerramento prematuro da ATS.

Ao contrário de seus nervosos concorrentes, o Iso Rivolta tinha espaço interno, condução confortável, espaço para bagagem -- e estilo de muita classe

Contrato firmado, Bizzarrini foi até Bresso conhecer seus futuros colegas e os planos para o novo carro. Chegando lá, ficou surpreso por ser apresentado a um carro que não conhecia (o Gordon GT), que segundo Rivolta deveria ser usado como base para o futuro Iso. Testando o carro, Bizzarrini começou o que seria um longo caso de amor com o motor que o equipava, e que Rivolta pretendia usar também em seu futuro GT: o famoso Chevrolet small-block (bloco pequeno) V8.

Bizzarrini adorou o motor, uma unidade Corvette de 327 pol3 (5,4 litros) e 300 cv brutos. Achou-o inclusive melhor que os famosos Ferrari V12 de 3,0 litros que estava acostumado a usar. Comparado a esses, o Chevrolet era mais leve, mais simples na construção, tinha menos peças móveis, era mais durável, silencioso, macio e confiável -- e muito mais barato, também. Só perdia em potência em altas rotações, mas compensava com o torque magnífico em todas as outras situações.

O chassi era como o do Fusca, facilitando a montagem de carrocerias diversas, e o motor de 300 cv brutos vinha da Chevrolet. Oferecia alto torque em baixa rotação

Seguindo a prática normal entre os fabricantes de GTs da época, Rivolta já havia encomendado à casa Bertone propostas de estilo. O desenhista do novo Iso seria o garoto prodígio de Bertone, o jovem Giorgietto Giugiaro. A empresa também foi contratada para produzir e entregar as carrocerias prontas para Bresso.

Já no chassi, Rivolta deliberadamente utilizou uma técnica diferente do usual entre seus concorrentes. Enquanto a maioria utilizava conceito tubular soldado, com múltiplas variações, a Iso utilizaria um chassi-plataforma em chapa de aço estampado, mais ou menos como o do Fusca. Era um conceito muito bom, pois proporcionava uma rigidez excelente e peso baixo, além de poder receber várias carrocerias diferentes no mesmo chassi, sendo neste item também similar ao Volkswagen. Mas necessitava de grande investimento, tanto em estampos quanto em dispositivos de soldagem. É um conceito que normalmente se usa para produção em larga escala.

As suspensões do Rivolta: traseira com tubo DeDion e freios a disco, montados ao lado do diferencial autobloqueante. Esses subsistemas foram usados nos Isos seguintes

Em 27 de junho de 1962 nascia, então, o Iso Rivolta IR300. Como já era tradição na empresa, Renzo organizou um evento de gala no lançamento, na porta da Villa Rivolta, com a presença inclusive do embaixador norte-americano.

Um GT social   O Iso Rivolta era um carro GT em seu sentido clássico. Tinha lugar para quatro pessoas e bagagem, era veloz, estável e confortável, e seu estilo era "calmo", sem sugestões explícitas de velocidade. Bem ao gosto de Renzo. Ao contrário dos Ferraris, era silencioso e altamente confiável. Não à toa, grande parte dos carros de Renzo seriam vendidos para a aristocracia européia. Eles sempre tiveram aquela qualidade fácil de perceber, mas impossível de definir: classe. Continua

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