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Carros do Passado

Mas ninguém, naquela época, ficava famoso produzindo GTs de primeira linha sem ter um verdadeiro esportivo na gama de produtos. Lamborghini precisou do Miura para ser notado, apesar de o 350 GT ser um ótimo carro. Era necessário algo excepcional para que a Iso pudesse se tornar uma marca famosa. Bizzarrini insistia em competições, coisa que não interessava a Renzo. Mesmo assim, os dois chegaram a um acordo.

O Iso Grifo A3/C, depois renomeado Bizzarrini Strada:  baixo e imponente, em mais um trabalho de Giugiaro na Bertone

Dois carros começaram a ser desenvolvidos, baseados no chassi do Iso Rivolta encurtado: um, a cargo de Bizzarrini, seria a Berlinetta Competizione, e o outro, em Bresso com o resto da equipe, o Lusso. Bertone e Giugiaro ficariam, mais uma vez, a cargo da carroceria dos dois. Foram lançados no Salão de Genebra de 1963. O carro "de rua" foi chamado de Iso Grifo A3/L, e o de competição, Grifo A3/C. Nomes parecidos, mas carros totalmente diferentes.

O carro de Bizzarrini foi feito como um "Iso GTO": era mais baixo e largo, e o motor estava tão recuado no cofre que ficava literalmente debaixo do pára-brisa. Se você precisasse trocar as velas dos cilindros mais próximos do câmbio, tinha de abrir uma janelinha em cima do painel de instrumentos! A versão stradale do A3/C era extremamente veloz e interessante, havendo quem o considere um carro-esporte melhor que aquela outra criação famosa de Bizzarrini, o Ferrari 250 GTO.

Mais conhecido dos modelos, o A3/L ou simplesmente Iso Grifo é considerado um dos europeus mais belos dos anos 60

Bizzarrini construía todos os A3/C em sua empresa, a Autostar em Livorno, utilizando peças dos outros Iso enviadas de Bresso. Como Rivolta continuou a menosprezar a importância de competições, esse magnífico carro acabou, gradualmente, se tornando um Bizzarrini, e não mais um Iso. Quando acabou seu contrato com Rivolta, Bizzarrini finalmente -- após anos produzindo carros para outros -- colocou seu nome nos A3/C, que passaram a ser chamados de Bizzarrini Strada 5300 GT.

Mas não durou muito esta nova marca. Em alguns anos, após tentativas de aumentar o número de modelos, foi à falência. A carreira de Bizzarrini continuou, mas deixaremos para contá-la em outra oportunidade. Já o A3/L se tornou mundialmente conhecido apenas como Iso Grifo. Foi, junto com o Lamborghini Miura e o Jaguar E-Type, um dos mais belos carros da década de 60. Giugiaro mostrava novamente sua genialidade.

O fim   Mas, apesar do relativo sucesso do Grifo, a Iso logo estava em maus lençóis. O volume de produção havia sido altamente superestimado por Rivolta. Quando o entusiasmado Renzo resolveu produzir GTs em 1960, era um homem obscenamente rico. Poderia, se assim desejasse, se aposentar e ainda dar uma boa vida a seus filhos e netos. Mas, perseguindo um sonho -- por pura vaidade, diriam alguns --, acabou praticamente falido em 1965.

Ambos construídos sobre o chassi encurtado do Rivolta, adquiriram estilo e perfil distintos: o A3/L (foto) era elegante e confortável, o A3/C agressivamente esportivo

Rivolta, para poupar a família, mantinha os problemas financeiros da empresa para si, o que acabou por definhar sua saúde. Em 1966, sem deixar ao menos um testamento para facilitar as coisas, a família Rivolta perdia seu patriarca e o mundo perdia Renzo Rivolta. O jovem Piero, aos 25 anos, gostasse ou não, era agora o mais jovem produtor de veículos do mundo. E, mal sabia, com um balancete pesadamente no vermelho.

Mas a vida continuava, e sob seu comando, dois grandes carros ainda seriam lançados pela Iso. Um seria o substituto do Rivolta, o Rivolta Lele (apelido da esposa de Piero), um magnífico GT de quatro lugares com desenho de Marcello Gandini, em sua fase mais inspirada. O outro foi o brutal Iso Grifo 7 Litri (7,0 litros de cilindrada). Equipado com um motor Corvette big-block de 424 cv brutos, era teoricamente capaz de chegar a 300 km/h.
Continua

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