O nome definitivo era anunciado em Detroit em dezembro de 1975: Fiesta, o espanhol para festa, o que ligava o carrinho a um jeito alegre e descontraído de ser. A essa época os centros de engenharia alemão, em Colônia, e britânico, em Dunton, já haviam finalizado o projeto do primeiro Ford de motor transversal e tração dianteira, um hatchback para o segmento do 127, do Renault 5 e do recém-lançado Volkswagen Polo.

Nasce o Fiesta, em outubro de 1976: um simpático hatchback de tração dianteira e motor transversal, com potência de 40 a 53 cv nas versões iniciais

Simples e econômico   Em outubro de 1976 o Fiesta vinha ao mundo, em três versões de motor: 1,0 de 40 cv ou 45 cv e 1,1 de 53 cv, este reservado ao acabamento topo-de-linha Ghia. Eram todos da linha Kent, assim chamados em alusão à origem do projeto, a Ford inglesa nos anos 50. Pesava apenas 700 kg, mas oferecia o maior espaço para bagagem, a melhor visibilidade e a aerodinâmica mais avançada da categoria (Cx de 0,42). Concorria para esta a grade frontal de lâminas com efeito aerofólio, patenteada pela marca, que permitia maior fluxo de ar em baixas velocidades e menor em altas -- seria utilizada no Brasil no Corcel II.

Como se esperava, economia era um ponto alto: a Ford divulgava 17,8 km/l a 90 km/h constantes e 12,6 km/l na cidade para o motor mais modesto, de 40 cv. Em julho de 1977 chegava o 1,3-litro de 66 cv, para as versões Sport e Ghia, e em janeiro de 1979 atingia-se o primeiro milhão de produção. Entre 1978 e 1980 o carro foi vendido também no mercado americano, com o motor 1,6 que só mais tarde o equiparia na Europa.

Versões esportivas não demoraram a surgir: a série limitada Super S, de 1980, antecipava tendências para o Fiesta XR2, lançado no ano seguinte

Para aproveitar o bom resultado no Rali de Monte Carlo de 1979 (saiba mais abaixo), a Ford ofereceu um kit de preparação para o motor 1,3, que o levava a 75 cv com dois carburadores Weber, coletor de admissão e escapamento especiais. Apesar da segunda crise do petróleo, nesse ano, os admiradores de hot-hatches (segmento criado em 1976 pelo Golf GTI) estavam ávidos por um Fiesta mais potente.

Um balão de ensaio aparecia no Salão de Genebra de 1980: a série especial Super S, com menor altura de rodagem, bitolas mais largas, rodas de alumínio de 6 x 13 pol com pneus 185/60, spoilers dianteiro e traseiro e bancos esportivos. O motor podia ser de 1,1 ou 1,3 litro. Com base em sua aceitação a Ford decidiu-se a produzir a versão esportiva XR2. Continua

Nas pistas

O pequeno Ford apareceu em competições já em janeiro de 1979, pilotado pelo finlandês Ari Vatanen -- que se tornaria um grande campeão de ralis -- no famoso Rali de Monte Carlo (foto superior). Pesava 800 kg e tinha motor 1,6 com dois carburadores Weber, lubrificação com cárter seco e potência de 155 cv. Podia alcançar 7.250 rpm, apesar do comando de válvulas no bloco.

Nos anos 90 surgiu o Ford Zetec Championship, na Inglaterra, campeonato composto de Fiestas Si (foto inferior) de 130 cv, preparados segundo o regulamento do Grupo N da FIA, isto é, quase originais. Receita semelhante, mas com o motor 1,6 de 95 cv, gerou no Brasil em 2001 o Campeonato Brasileiro Ford Fiesta Feminino, categoria destinada a mulheres que teve nove provas na primeira temporada.

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