Trazia tração nas quatro rodas permanente, inédita para um carro esporte. Foi o verdadeiro precursor dos atuais automóveis 4x4, muito antes que Audi e Subaru popularizassem o sistema. A tração era fabricada pela Ferguson, tradicional produtora de veículos agrícolas. Se usado na neve, era simplesmente espetacular -- e mesmo em asfalto seco era admirável, com ótima estabilidade. Os freios a disco foram desenvolvidos pela Dunlop, famoso fabricante de pneus britânico, baseado em sistemas aeronáuticos. Traziam sistema antitravamento (ABS) Maxaret nas quatro rodas, outra inovação. |
Apenas 320 unidades da versão FF, como esta de 1968, foram produzidas. As duas fileiras de saídas de ar nos pára-lamas dianteiros identificam esse Jensen |
A carroceria por sua vez,
foi projetada na Itália pelo competente estúdio Vignale,
de Turim, responsável por vários projetos ousados para
a Fiat, Ferrari, Matra e outras marcas famosas. A
carroceria era feita no mesmo país a uma cadência de
600 por ano. Era belíssima, um cupê com frente longa e
traseira curta. Tinha quatro faróis redondos, grade com
frisos horizontais e dois faróis auxiliares retangulares.
Nos pára-lamas dianteiros havia duas fileiras de saídas
de ar (no modelo FF, de Formula Ferguson) com frisos
horizontais. O carro era de 2+2 lugares, apesar de anunciado pela publicidade como um luxuoso esportivo de quatro lugares e alto desempenho. A traseira tinha uma queda suave, marcada pelo vidro envolvente que fazia parte de seu bonito perfil. Era um carro bastante exclusivo, diferente e muito luxuoso. Em 1972, num concurso entre jornalistas de vários países, foi considerado um dos 100 mais belos carros já fabricados. |
O motor V8 desenvolvia 330 cv, que passaram a 385 cv no 7,2-litros da versão SP No interior
destacava-se o couro abundante nos bancos, forrações,
apoios de braço e até na tampa do cinzeiro. A qualidade
dos materiais empregados era superior; a sofisticação e
o requinte britânico estavam presentes. Na época
citavam seu acabamento como digno de um Rolls-Royce --
era um carro praticamente feito à mão. O painel chamava
a atenção pela ótima instrumentação, incluindo conta-giros,
indicador de carga da bateria e pressão do óleo, luz de
aviso de portas mal fechadas e outros indicadores. |
O modelo conversível é o mais valioso no mercado de clássicos, por sua reduzida produção e estilo de muito charme. A versão de 1974 traz as linhas com que os Jensens deixaram de ser fabricados |
A imprensa na época
referia-se a ele como "o carro perfeito" e de
preço "caro-moderado". Custava 13.500 dólares
em 1970, o dobro de um Jaguar 420 ou Ford Thunderbird e
três vezes um Mustang GT/A -- mas 2.000 dólares a menos
que um Ferrari 330 GTC. Suas vendas nos Estados Unidos
foram boas, já que o motor não era motivo de preocupação
para manutenção. Em 1969 aparecia o modelo Mark 2, com suspensão e freios revistos e novo painel. Três anos depois o Interceptor FF cedia lugar a uma versão mais potente, denominada SP, apresentada no Salão de Londres de 1971. O novo coração pulsava com 7,2 litros, três carburadores de corpo duplo e 385 cv. Externamente as alterações eram quase irrelevantes. Mais tarde viria o modelo Mark 3, 10 cm maior, com a mesma mecânica e freios ventilados, e o conversível ganharia capota rígida (hardtop), opção com apenas 54 unidades produzidas. Continua |
Interior luxuoso,
painel completo e volante de madeira. O Interceptor tinha
dois lugares |
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