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O último grande Maserati O encontro com o Khamsin,
um italiano potente, |
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O dia estava realmente lindo, daqueles em que o céu está tão azul e as cores tão vivas que praticamente era impossível ficar de mau humor... Ainda mais naquela situação. Meu Fiat Bravo alugado atravessava as montanhas Eifel ao oeste da Alemanha, por estradinhas truncadas de mão dupla e asfalto impecável, rumo a um templo religioso para quem tem a espiritualidade
automobilística aguçada: o lendário circuito de Nürburgring. |
Um Khamsin
preto, como o do encontro relatado neste artigo: as linhas imponentes
transmitem agressividade e permanecem atraentes depois de quase três
décadas |
Era a segunda vez que me dirigia àquele solo sagrado, local onde o suor, as lágrimas e o sangue de lendas como
Fangio, Hawthorne, Stewart, impresso em cada curva, mistura-se a uma paisagem de conto de fadas (com castelo no topo e tudo) e culmina com o assustador traçado do temido
Nordschleife, o anel norte, de 20,8 km a volta. Estava mantendo uma velocidade razoável, mas ainda longe de meus limites e dos do carro. Afinal, com a janela aberta e curtindo um Marlboro
Lights, queria aproveitar cada minuto que restava daquele dia, em que acabava de atravessar a Alemanha a velocidades que dariam cadeia em qualquer outro lugar do mundo. |
Este Maserati
foi desenhado por Marcello Gandini -- autor do Miura, Countach e
Diablo -- em um tempo de competição entre os projetistas italianos |
Mas uma olhadela no retrovisor revelou algo infinitamente mais raro e interessante, bem junto ao pára-choque traseiro do Fiat:
Khamsin! Um dos menos conhecidos Maseratis, mas ainda assim, em minha opinião, o mais exótico e belo de todos eles. Apaguei o cigarro e me ajeitei no banco: hoje realmente era meu dia! |
Um de seus
detalhes curiosos: um painel de vidro na traseira, que permitia
enxergar o interior ou, neste ângulo, parte das janelas laterais e do
pára-brisa |
Fiquei por minutos em sua traseira, dando tudo que o Bravo podia. A visão que tinha do carro era hipnotizante: um teto baixíssimo, que acabava com a traseira
cortada abruptamente. Nela, uma moldura e um painel de vidro que
deixava observar os movimentos do piloto (e portanto antecipá-los). Flutuando nos cantos desse painel de vidro ficavam as lanternas traseiras, e ao meio, abaixo da moldura, quatro enormes saídas de escapamento cromadas, agrupadas em dois pares,
que despejavam uma sinfonia arrepiante. Continua |
Carros do Passado - Página principal - e-mail Data de publicação deste artigo: 9/2/02 © Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados |