Outro detalhe em que surpreendo é a visão desimpedida à frente, pois os meus limpadores de pára-brisa ficam totalmente retraídos quando fora de uso. O pé esquerdo do motorista tem um lugar especial para ficar quando em repouso, um verdadeiro 'quarto pedal' na extremidade esquerda do assoalho -- ou 'terceiro', caso eu tenha transmissão automática.

Raio X do CD 3,0: suspensões modernas, opção de transmissão automática
sofisticada e um seis-cilindros que, para muitos, ainda não tem sucessor

Por falar em pedal, aqueles que sabem frear e acelerar ao mesmo tempo, com o pé direito -- o que os italianos chamam de punta-tacco -- encontram em mim a relação ideal entre o pedal de freio e o do acelerador. Isso não foi muito bem pensado no primo Vectra, em que o punta-tacco é praticamente impossível. Nas viagens noturnas, sobressaio-me em questão de iluminação. Como parte de um pacote de opcionais no GLS e de série no CD, possuo faróis de longo alcance embutidos no grupo ótico dianteiro que, junto com os faróis altos, transformam a noite em dia. Viajar à noite para mim é brincadeira de criança.

Outra qualidade que todos apreciam é a visibilidade em todas as direções que proporciono, resultando num ambiente arejado e agradável. Em particular, a coluna dianteira esquerda não atrapalha a visão nas curvas de esquina para esse lado, algo que vem piorando nos desenhos mais modernos, a exemplo do meu citado primo.

Meus apoios de cabeça traseiros estão ancorados na estrutura traseira e não nos encostos do banco. Não só é uma posição melhor do ponto de vista de segurança, como facilita o rebatimento do encosto, por não ser necessário remover os apoios. Atrás deles, trago uma cortina pára-sol enrolável, que evita a insolação nos passageiros e dá certa privacidade. Meu alarme foi o primeiro no Brasil com proteção por ultra-som. Nas viagens, meu tanque de 75 litros é um descanso para meu motorista -- e sua portinhola é destravada junto das portas na versão CD, mais uma primazia.


Primazia entre os carros de três volumes foi o banco traseiro rebatível e bipartido. Os encostos de cabeça presos à estrutura posterior não precisavam ser removidos. Acima, o prático ajuste de altura do banco do motorista, por alavanca, e os botões giratórios que regulam o apoio lombar em dois pontos

Grand routiére   Como todos os grand routiéres, grandes estradeiros em francês, nasci com tração traseira, mas sem aquele grande e pesado eixo rígido. Em seu lugar, uma bem-estudada suspensão independente, destinada a proporcionar comportamento ágil e ao mesmo tempo seguro, que perdoa erros e excessos do motorista. E sobretudo muito confortável. O princípio é o dos braços semi-arrastados, com ângulos de articulação cuidadosamente escolhidos.

O diferencial vai fixado ao subchassi traseiro e dele saem as semi-árvores com juntas homocinéticas. Os ângulos de articulação foram definidos de maneira a produzir determinados efeitos benéficos. Como ao aliviar a aceleração subitamente numa curva e a roda externa assumir uma posição convergente, evitando perigosas escapadas de traseira. Inversamente, ao acelerar, a roda se torna ligeiramente divergente, facilitando o contorno da curva.
Continua

Na Europa, outros motores
O Omega teve outras opções de motorização no mercado europeu: 1,8-litro, semelhante ao de nosso Kadett da época, e turbodiesel. O 3,0 desenvolvia lá 177 cv, com gasolina de maior octanagem e sem catalisador -- 12 cv a mais que no Brasil. Em 1989 surgia sua versão de 24 válvulas (foto), com coletor de admissão de geometria variável, 204 cv e torque de 27,5 m.kgf. Vinha com spoilers e rodas de desenho exclusivo. (F.S.)

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