Em 1957, o italiano Jorge
Lettry, no Brasil desde criança, era sócio de uma oficina independente na capital paulista, a Argos, especializada em Volkswagen e Porsche. Lettry fora convidado pelo amigo e engenheiro Ângelo Gonçalves, da
Vemag, para trabalhar na fábrica. Para atraí-lo, convidou-o um dia para conhecer e dirigir um veículo que tinha acabado de receber para estudos visando produção no Brasil: o jipe
DKW.
Lettry, conhecido por dirigir extremamente bem e por sua elevada sensibilidade mecânica, aceitou o convite só para não desapontar o amigo -- especialista em mecânica de competição e carros de corrida, não via nenhum sentido em ir à Vemag para
dirigir
um jipe. "Não tinha nada a ver comigo", disse. |
Chegou à Vemag e pegou o DKW para dar uma volta pela pequena pista de testes da fábrica. Andou durante uma hora
e ao parar, e perguntado pelo amigo o que tinha achado, Lettry respondeu: "É o melhor carro esporte que já dirigi". O engenheiro Ângelo pensou que o velho amigo havia enlouquecido. Um jipe carro esporte?
Pois foi o mesmo que, 20 anos depois, Benzinger e Naumann, da Audi -- ou Ferdinand Piëch, conforme a versão -- haveriam de constatar: a combinação de eficiente suspensão independente nas quatro rodas, entreeixos curto e... tração integral.
por Bob Sharp |