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Carros do Passado

Uma das lendas envolvendo a marca inglesa é que só era admitido escutar o tic-tac do relógio em seu interior. Outra, que uma moeda poderia permanecer de pé sobre o radiador com o motor em funcionamento. Apesar do volante antiquado, que parecia ter vindo de um caminhão de entregas da década de 30, o painel era completíssimo, com os instrumentos fixados em madeira nobre (nogueira) de excelente qualidade: conta-giros, amperímetro, manômetro de óleo, entre outros. 

Requinte, conforto e um painel completo

Em março de 1966 aparecia o modelo cupê, com o mesmo tamanho e características mecânicas. Não tinha a coluna central, e com os vidros abertos ficava mais belo ainda. Mantinha a classe da marca, mas não foi muito encomendado e sua produção terminou em 1971.

Em setembro de 1967 surgia o conversível mais elegante e cobiçado do planeta -- e também o mais caro. Quando a capota estava baixada, ficava ainda mais admirável e charmoso -- lógico que o sistema para montá-la era elétrico, muito preciso e silencioso. Detalhe charmoso era a palheta de limpadores dos faróis, que ficava exatamente no meio dos pares. No painel, uma plaqueta metálica identificava o fabricante da carroceria: a famosa Mulliner-Park Ward, situada em Londres, que fazia parte do Rolls-Royce Car Group. Este modelo não era montado em Crewe como o sedã e o cupê.

Não faltam lendas envolvendo a perfeição e a qualidade de um Rolls. Uma delas diz que só se aceitava ouvir no interior o tic-tac do relógio; outra, que uma moeda ficaria de pé sobre o radiador com o motor em marcha-lenta

Em maio de 1969 era lançada a versão LWB, ou long wheelbase: mais longo, media 10 cm a mais entre eixos -- e custava 15% mais caro. Trazia climatização separada para os passageiros de trás e mais espaço para as pernas. Dois anos depois, em março, o conversível recebia o nome de Corniche, em alusão a uma estrada com vista para paisagens belíssimas na costa azul francesa.

Este nome ele o conservaria até o final de sua produção em 1987. Sua carroceria permaneceu quase inalterada durante anos, mas até hoje é irresistível. Tal como o cupê, mantinha as mesmas características técnicas do sedã, mas era mais pesado (2.360 kg) devido aos reforços estruturais. Nessa época, para todos os modelos, o motor passava a 6,75 litros de cilindrada, mantida até hoje. Continua

Nas pistas
Difícil de acreditar, mas o Silver Shadow já participou de ralis! O primeiro foi o Rali da Copa em 1970. Tinha escapamentos saindo do capô e que passavam sobre a capota, quatro faróis auxiliares e um curioso e forte pára-choque tubular protegendo toda a parte frontal. Sobre a capota, apoiados no bagageiro, mais dois faróis auxiliares e dois estepes (foto).

Completamente desfigurado e inadequado para este tipo de prova, não figurou na lista dos 25 primeiros. Tornou a fazer parte de outro rali de longa duração, nada menos que o Paris-Dakar de 1980. A heresia foi patrocinada pela revista semanal francesa Paris Match e pelo criador de moda e estilista Pierre

Cardin, que anunciava no carro branco seu perfume recém-lançado Jules. Chamou muita atenção.

Caso ou lenda?
Conta-se que, na década de 50, um senhor muito rico que morava na Europa teve sua viagem rodoviária interrompida pois seu Rolls estragou. Telefonou então à fábrica, que o atendeu prontamente enviando um técnico para reparar o belo automóvel. Muito honesto, dias depois, este proprietário enviou uma carta à fábrica exigindo a fatura para poder quitá-la. A empresa respondeu de forma incisiva:

- Não temos tal ocorrência em nossos registros. O senhor deve estar enganado! Um Rolls-Royce nunca quebra!

Verdade ou não, o fato é que a garantia de um Silver Shadow na época já era de três anos ou 150.000 quilômetros.

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