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Carros do Passado

Trazia também duas luzes traseiras de neblina, contra apenas uma na maioria dos carros, mas seu acionamento pela alavanca à esquerda do volante levava muitos a confusão, acendendo-a sem necessidade Para quem apreciava dirigir, um dos melhores conjuntos de pedais já vistos. Passível de crítica era o limpador de pára-brisa, que não possuía duas velocidades mais funcionamento intermitente: apenas uma (rápida) e a intervalada, embora fosse de alta freqüência. Faltavam também freios a disco ventilados na dianteira, que o Uno usava desde o 1.5R de 1986.

Apesar dos cinco anos de vida, seu estilo ainda era atraente. O motor 1,6 de 82 cv oferecia desempenho adequado e a estabilidade surpreendia, deixando o Tempra para trás em trechos sinuosos
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Se na Europa Tipo e Tempra partilhavam quase toda a mecânica, aqui exibiam muitas diferenças, a começar pela suspensão. O hatchback utilizava braço semi-arrastado na traseira, enquanto o três-volumes recorria ao conceito McPherson, a exemplo da suspensão dianteira. A Fiat justificava que o conjunto adotado no Tempra brasileiro lidaria melhor com os futuros acréscimos de potência.

Pois o resultado não poderia ser mais surpreendente: a suspensão original estava plenamente ajustada ao Tipo e conferia-lhe ótimo comportamento dinâmico, com respostas mais previsíveis que no Tempra. Era um ponto alto do carro. Outras virtudes eram o espaço interno, bastante amplo para um médio-pequeno, e o porta-malas. Somadas às cinco portas com grande ângulo de abertura, tornavam o Tipo mais confortável que os concorrentes diretos, o que logo se refletiu nas vendas: foi o importado mais vendido por muito tempo e chegou a desbancar o Gol da liderança do mercado por um mês, em 1995.

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O interior da versão 1.6 i.e.: acabamento simples, painel funcional e
espaço bem superior ao de concorrentes como Kadett e Escort

A linha cresce   O sucesso levou a Fiat a rapidamente expandir a oferta. Em julho de 1994 chegava o Tipo SLX de 2,0 litros. O motor de duplo comando e 1.995 cm3 não era igual ao do Tempra oito-válvulas: tinha injeção multiponto, em vez de monoponto, e duas árvores de balanceamento, para anular as vibrações que havia de sobra no modelo nacional. Os 115 cv da Europa caíam para 109 no Brasil, pela adaptação à nossa gasolina, mas o desempenho continuava estimulante: 188 km/h de máxima. Com o torque de 16 m.kgf a apenas 2.750 rpm, nem seria preciso encurtar a relação de diferencial, como fez a Fiat para vendê-lo aqui.

O SLX, vendido somente com cinco portas, trazia outras novidades: faróis de neblina (único botão no painel, até então com todos os comandos concentrados na coluna de direção), banco do motorista com ajustes de altura e de apoio lombar, apoio de braço central dianteiro, retrovisores e parte dos pára-choques na cor da carroceria. As rodas de alumínio calçavam pneus 185/65-14, mais largos que os do 1,6 (175/65) e mais altos que os 185/60 empregados na Europa. Os freios a disco nas quatro rodas podiam incluir sistema antitravamento (ABS) opcional.

Clique para ampliar a imagem O Tipo cresce em desempenho e requinte: a versão SLX tinha rodas de alumínio, novos itens de conforto, opção de freios ABS e um motor de 2,0 litros e 109 cv bem mais suave que o do Tempra

Na mesma época a marca adotava uma curiosa medida de "tropicalização": amortecedores Cofap nacionais passavam a equipar, na Itália, os Tipos que viriam para cá. Era o modo mais prático de introduzir no modelo os batentes hidráulicos, necessários para uma passagem suave pelo tormento bem brasileiro chamado lombada. Mesmo com a mudança, a sensação de inadequação da suspensão a nossos pisos, gerando ruídos internos, permanecia um inconveniente do Tipo.

Em dezembro seguinte vinha o esportivo Tipo 2,0 16V, ou Sedicivalvole, nome estampado com orgulho na moldura da placa traseira. Novamente, apenas a arquitetura do motor era a mesma do Tempra: com árvores de balanceamento e diferentes calibrações, atingia 137 cv (5 cv menos que na Europa), contra 127 cv do sedã brasileiro, e 18,4 m.kgf de torque a altos 4.500 rpm. A Fiat anunciava máxima de 204 km/h, tornando-o um dos hatches esportivos mais velozes do mercado nacional.
Continua

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