Logo após essa turbina vem outra, separada por pequena folga, sem nenhuma conexão mecânica, que leva a força à transmissão do veículo. Se fosse um avião turboélice, essa turbina -- de força -- é que movimentaria a árvore da hélice (por isso é habitual na indústria aeronáutica exprimir a potência dos turboélices em potência na árvore,
shaft horsepower ou shp). Num motor de avião a jato não existe a turbina de força, e os gases chegam à saída do escapamento, no processo produzindo empuxo.
Uma turbina a gás típica gira a cerca de 8.000 rpm em
marcha-lenta e a 50.000 rpm em potência máxima. Por isso é
essencial uma caixa de redução de relação aproximada de
10:1 para uso em automóveis. A ausência de ligação mecânica
entre o rotor do compressor e o de potência é que permite
eliminar o conversor de torque das transmissões automáticas,
como consta no texto principal.
Há também o regenerador, no caso de turbinas para uso
automobilístico. Trata-se de um rotor que aproveita os gases
de escapamento que são jogados na atmosfera (exatamente como
nos turbocompressores dos automóveis). O rotor do regenerador
também é conectado mecanicamente ao primeiro rotor
(compressor).
Por iniciar o processo de expansão do ar de admissão antes
de atingir a câmara de combustão, o equipamento melhora a
resposta ao acelerador. Outra vantagem é reduzir a
temperatura dos gases de escapamento, que de outro modo
poderiam incendiar folhagens sob o carro. O regenerador
representou grande avanço na tecnologia da turbina a gás.
Outra conquista foi o anel de difusão de passo variável,
colocado entre a turbina do compressor e a de força. Ele não
gira, mas pode direcionar os gases para esta última de
maneira controlada. Por exemplo, para máxima potência os
gases atingem a turbina de força em ângulo de 90 graus.
Inversamente, para produzir algum efeito de freio-motor -- que
as turbinas não têm --, os gases podem ser direcionados para
atingirem as pás da turbina de força em ângulo reto,
reduzindo sua rotação (como uma hélice de avião em passo
chato). O mecanismo de controle do anel de difusão pode ser
mecânico, por exemplo, um varão no comando do acelerador ou,
atualmente, por meio de sensores e microprocessadores.
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