O Alfa ganhou para 2003 um ar-condicionado sofisticado, com seleção de temperatura em separado para esquerda e direita (um bem-vindo botão "mono" unifica o ajuste), que o BMW deixou de trazer há alguns anos, e recirculação automática (fecha a entrada de ar quando conveniente). Seus comandos giratórios são mais práticos de usar, mas os difusores de ar centrais precisam melhorar: acabam por direcionar o ar frio ao rosto dos ocupantes, um risco à saúde. Os dois carros têm extensão para o banco traseiro.

No 156, os apoios laterais pronunciados e o apoio de coxas ajustável mantêm o corpo firme

O sistema de áudio de ambos compreende rádio/toca-CDs no painel e disqueteira (para seis discos no 325i e dez no 156) no porta-malas. A Alfa abandonou o aparelho Alpine, de frente destacável e estética destoante do painel, em favor de um integrado ao conjunto, com a vantagem de se desligar facilmente -- o antigo exigia três segundos de pressão no botão. Como o carro avaliado não trazia o sistema opcional Bose, perdia sensivelmente em qualidade de áudio para o BMW, em especial nos graves.

Além dos citados, numerosos detalhes dão vantagem ao carro alemão: travamento automático das portas ao rodar, seu destravamento em dois estágios (a do motorista em separado, mais seguro), abertura e fechamento dos vidros e do teto solar pela fechadura do motorista, retrovisor direito que focaliza o meio-fio ao engatar a ré (desligável), retrovisor interno fotocrômico, iluminação no assoalho dianteiro, antena incorporada ao vidro traseiro (de teto no Alfa), pára-brisa com faixa degradê e maior espaço para objetos.

Não é só: a portinhola de abastecimento e o porta-malas são destravados pela trava central (no 156 é preciso acionar os comandos no assoalho), há ferramentas na tampa do porta-malas para fácil acesso, duplo fecho no capô e lingüeta para abrir sua trava de segurança (esta é difícil de encontrar no Alfa). O modelo italiano tem sua contrapartida apenas no lavador de faróis e no limpador de pára-brisa automático com sensor de chuva.

O BMW é mais espaçoso e confortável; os bancos dianteiros têm ajuste elétrico e memórias

Bem mais compactos que alguns médio-grandes recentes, como Ford Mondeo e Citroën C5, os dois carros são mais adequados a apenas quatro adultos, com os do banco traseiro de menor estatura. O espaço para cabeça e ombros é limitado em ambos e o Alfa perde na acomodação das pernas. E não queira ser o quinto passageiro em nenhum deles: no 325i o túnel central incomoda e no 156 o assento é elevado, convexo e desconfortável.

O BMW tem porta-malas mais adequado (440 contra apenas 378 litros) e maior vão de acesso, este muito restrito no oponente. Os dois adotam a boa solução de dobradiças externas pantográficas, que permitem bom ângulo de abertura e não ocupam espaço da bagagem ao fechar a tampa. No 325i o estepe possui roda e pneu iguais aos outros; no 156, roda de aço e pneu 205/60-15, o que impõe restrições ao volante quando em uso. E ambos priorizam a rigidez estrutural em detrimento da conveniência, deixando de oferecer um banco traseiro rebatível -- que ao menos permite acesso ao porta-malas no Alfa através do apoio de braço central. Continua