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Médio-pequenos à francesa

Ambos são hatches de cinco portas com bom padrão
de conforto. O Citroën anda mais, o Renault custa menos

Citroën Xsara Exclusive Renault Mégane RXE
Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

De início prejudicadas por uma imagem instável no mercado, de baixa valorização e onerosa manutenção, as marcas francesas ganham espaço a cada dia. As três já se instalaram no Brasil como fabricantes e têm investido em qualidade e pós-venda para apagar o início atribulado.

No segmento dos médio-pequenos disputam Citroën Xsara e Renault Mégane -- este naturalizado argentino, enquanto o outro vem do Uruguai na versão GLX e da França nas demais --, além do Peugeot 306. O Best Cars Web Site comparou o Mégane reestilizado, em versão RXE 1,6 16V, ao Xsara Exclusive 1,8 16V, ambos de cinco portas. O Renault custa cerca de 10% menos (
veja valores).

Embora dois anos mais antigo (na Europa), o estilo do Mégane foi renovado este ano e mantém identidade, que falta ao Xsara

Os dois trazem de série duas bolsas infláveis, ar-condicionado, controles elétricos de vidros, travas e retrovisores, faróis de neblina, rodas de alumínio e freios com antitravamento (ABS). O Mégane vem ainda com toca-CD com comando satélite (o Xsara traz apenas toca-fitas, com controles no volante) e computador de bordo. São opcionais em ambos bancos revestidos em couro, e o Citroën adiciona teto solar elétrico e câmbio automático, este associado a motor dois-litros de 126 cv.

Concepção e estilo

O Mégane é dois anos mais antigo em termos europeus (1995 contra 1997), mas sofreu uma reestilização frontal há meses que o atualizou, sem criar dissonância com o que restou da carroceria -- mas nem todos gostaram da grade bipartida, que lembra modelos asiáticos. As formas baseadas em elipses são harmônicas e têm personalidade, algo raro hoje no mundo do automóvel.

Linhas fluidas do Citroën agradam, sobretudo com as rodas de 15 pol opcionais. Ele oferece recursos que o Renault não tem, como limpador com sensor de chuva e duplo ajuste do volante
O Xsara, inalterado desde o lançamento, é pouco mais anguloso e adota um "meio volume" posterior, à inspiração do Xantia. A propósito, guarda semelhança com os demais Citroëns -- mas não impressiona, sobretudo pela traseira discreta em excesso.
Conforto e conveniência

Nestas versões de luxo, acabamento e dotação de acessórios agradam em ambos. Os painéis são modernos e o Xsara oferece ainda apliques imitando madeira e indicadores de revisão e nível de óleo, enquanto o Mégane vem com computador de bordo. Os controles elétricos de vidros do Citroën ficam em local não-usual, no painel, e a marca deveria instalar botões de buzina no volante, em vez de apenas na alavanca à sua esquerda -- alteração feita no Renault este ano.

A posição de dirigir do Xsara é melhor, com duplo ajuste do volante (altura e profundidade, este ausente do Mégane) e regulagens de altura e apoio lombar do banco (também no concorrente). Nos dois o retrovisor esquerdo tem lente convexa e as portas do Citroën possuem práticos e amplos porta-objetos. No Renault o limpador de pára-brisa tem temporizador ajustável, mas o do Xsara é superior ao detectar chuva e controlar sua freqüência de modo automático.

Pneus 195/55 garantem aderência surpreendente ao Xsara, auxiliados pelo eixo traseiro autodirecional, mas sus suspensão digere mal pisos irregulares

O novo motor 1,6 litro de 16 válvulas e 110 cv do Mégane: eficiente e econômico

Ambos oferecem espaço apenas razoável no banco traseiro, além de controles elétricos de vidros mal localizados no console central. O porta-malas do Citroën é 17% maior pelos dados de fábrica. Seu estepe tem montagem externa, que nem todos apreciam -- mas dispensa a remoção de eventual bagagem como no Renault.
Mecânica, comportamento e segurança

O motor do Mégane, agora produzido no Paraná, é o mesmo adotado no ano passado na Scénic: 1,6 litro, 16 válvulas, alavancas de acionamento de válvulas roletadas (como no Ford Zetec Rocam -- saiba como funcionam) e 110 cv. É quase a mesma potência do Citroën 1,8-litro de 16 válvulas, 112 cv. A vantagem deste é o torque 1 m.kgf mais elevado e que se percebe desde rotações baixas, o que traz agilidade. Continua

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