Próximos em porte, peso,
potência, torque e aerodinâmica, os dois não poderiam ter
desempenhos muito diferentes. Com efeito, a simulação desenvolvida para o BCWS pelo consultor
Iran Cartaxo indicou grande proximidade na maioria dos itens.
A velocidade máxima possível foi idêntica, 187 km/h, embora o
EcoSport a atinja com 600 rpm a menos que o ponto ideal (o de
potência máxima), e o RAV4, 500 rpm a mais. Como a quarta marcha
deste é muito longa, só consegue levá-lo a 185 km/h: o jeito é
recorrer à terceira, que vai ao limite de giros. Em
contrapartida, essa solução o deixa bem agradável em estrada,
por girar 450 rpm abaixo do concorrente a 120 km/h. Vale notar
que o Eco possui limitador eletrônico de velocidade a 180 km/h.
Apesar de mais leve, o Toyota perde por pouco nas acelerações,
em função das perdas do câmbio automático e de suas relações
mais longas e espaçadas. Já as retomadas não podem |
ser comparadas às do Ford,
já que o simulador prevê reduções de marcha apenas para caixas
automáticas (que, em sua maioria, não permitem recuperar
velocidade com acelerador a 100% em marcha longa).
Onde o RAV4 surpreendeu foi no consumo. Mesmo com a desvantagem
do câmbio, seu torque mais generoso em baixas rotações (veja as
curvas acima), mérito do variador de fase, permite melhor
rendimento e requer menos uso de altas rotações para cumprir os
percursos simulados de cidade e estrada. O resultado é uma
ligeira vantagem sobre o Eco em ambos os ciclos.
A simulação permitiu também comparar o 4WD da Ford a seu
equivalente com tração dianteira (leia
avaliação): houve perda de 4 km/h na velocidade máxima
possível, 2 s na aceleração de 0 a 100 km/h e 4,5 s na retomada
de 80 a 120 (a quinta pouco mais longa contribui para a piora),
enquanto os consumos são semelhantes. |