

Os porta-malas são dos mais
amplos do mercado, mas o acesso ao do Fusion (embaixo) é maior; os dois
usam estepes estreitos, sendo o do Vectra menos limitado


No Vectra, um motor de
projeto antigo e simples em tecnologia, mas com maior torque; o câmbio
de apenas quatro marchas tem três programas de funcionamento


O propulsor do Fusion traz
soluções modernas que aumentam a potência, mas ainda o deixam inferior
em torque; o câmbio de cinco marchas tem um recurso pouco útil, a
posição de reduções sucessivas |
O Mondeo era superior em tudo
isso e em mais alguns detalhes: capô sustentado por molas a gás em vez
de vareta (o mesmo retrocesso ocorreu no novo Vectra), estepe com pneu
igual aos demais, função um-toque em todos os comandos de vidros, ajuste
elétrico dos faróis, retrovisor esquerdo
convexo, luzes de cortesia no assoalho dianteiro, cinco encostos de
cabeça, abertura/fechamento de vidros e teto solar pelo controle remoto.
Por outro lado, não tinha pára-brisa degradê e seu comutador de farol
era como o do Focus, que permite ligar o facho alto sem saber antes.
As maiores dimensões
externas do Fusion (21 cm em comprimento, 11 em largura, 2 em
entreeixos) refletem-se em maior espaço interno, embora não na mesma
proporção — as soleiras de portas, por exemplo, são bem largas. Notam-se
vantagens expressivas para as pernas de quem vai atrás e em largura,
enquanto a altura no banco traseiro é mediana e, como dissemos, nos
dianteiros é prejudicada pelo teto solar. Também tem mais conforto o
quinto ocupante, que no Vectra padece pelo encosto muito duro. O assento
posterior é baixo nos dois carros, o que não incomoda por ser possível
acomodar os pés debaixo dos dianteiros.
Os porta-malas são dos mais espaçosos do mercado, 530 litros o Fusion e
526 o Vectra, um empate técnico. As tampas usam
dobradiças pantográficas, mas no
Chevrolet o vão de acesso é muito estreito, por causa do estilo de
traseira curta e vidro traseiro inclinado. O banco traseiro dos dois é
rebatível e bipartido 60/40, sendo a liberação no Fusion feita de dentro
do porta-malas. Este tem ainda melhor acabamento na tampa. Em termos de
estepe, nenhum traz um conjunto 100% operacional, mas o carro nacional
está em melhor situação: usa um 195/60-15 (por limitação da caixa no
assoalho herdada do Astra), ante o compacto 145/80-16 de uso temporário
do mexicano, que exige atenção especial durante o uso.
Mecânica,
comportamento
e segurança
A modernidade do motor
do Fusion (saiba mais sobre técnica)
evidencia que o do Vectra não passa de uma evolução do lançado no Monza
há 24 anos. Apesar da menor cilindrada, o Ford oferece mais potência
(162 cv ante 146/150 cv, gasolina/álcool), mas perde em torque (20,7
m.kgf contra 23,1/23,7 m.kgf, mesma ordem). Ambos são bastante suaves,
graças ao uso de árvores de balanceamento,
e produzem pouco ruído, mas no Chevrolet surge um "urro" desagradável em
alta rotação.
Os dois carros mostram desenvoltura desde baixos regimes, o que permite
bom desempenho — para motores de quatro cilindros, é claro — sem se
precisar recorrer às faixas de giros mais altas. Só que o Fusion, além
de ter menor torque, pesa expressivos 118 kg a mais, o que o deixa um
pouco mais lento. Na simulação de desempenho o Vectra o superou em todas
as provas de aceleração e retomada, ao usar álcool, e na maioria delas
ao rodar com gasolina (veja
os resultados e a análise detalhada). Além disso, a Ford manteve no Brasil a limitação eletrônica de velocidade a 180
km/h, que nos EUA se justifica pelo uso de pneus com
código S. Como aqui são usados os da
versão V6, com código V (aptos a 240 km/h), o limite perde o sentido. O
Vectra chega a 208,3 km/h com álcool.
Onde o Fusion se sai melhor é no consumo, que chega a ser 1,5 km/l
melhor no caso do ciclo urbano.
Esse é um ponto fraco do Vectra, acentuado pela ínfima autonomia de seu
tanque típico de carro pequeno, 52 litros (ante 66,2 l do oponente). Se com gasolina já
não se consegue rodar muito sem abastecer, com álcool a situação chega a
ser crítica, exigindo parar em postos em viagens que a maioria dos
carros cumpre com um tanque. Há uma urgente necessidade de a GM ampliar sua capacidade
de combustível.
Continua
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