Best Cars Web Site
Comparativo Completo

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

CR-V: apesar do bom rendimento e da suavidade do motor de 150 cv, desempenho um tanto discreto, com compensação no baixo consumo

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Tiguan: agilidade e desempenho esportivo com o 2,0 turbo de 200 cv, dotado de injeção direta, ao custo de maior consumo em toda situação

A caixa do Tiguan (centro) tem uma marcha e mais e seleção manual; o comando Off-Road retém a velocidade em descidas e afeta o câmbio

Com uma diferença de peso desprezível, de 10 kg a favor do CR-V, a consequência não poderia ser outra: o alemão anda melhor e sobretudo parece muito mais potente, pela entrega de torque em altas doses já em baixa rotação. Chega mesmo a entusiasmar pelo tempero esportivo e, ao contrário de motores turbo do passado, nem faz notar o mínimo retardo até que o turbo esteja em operação. O nipo-mexicano não é lento a ponto de incomodar, pois tem boas respostas para um 2,0-litros de aspiração natural, mas a diferença é muito clara. Falta um pouco de agilidade e o motorista que deseja andar rápido precisa recorrer a altas rotações. A boa notícia é que, tanto num quanto noutro, o motor tem funcionamento suave e silencioso e não incomoda quando levado ao limite.

Como esperado, a simulação do Best Cars apontou clara vantagem do Tiguan em desempenho, como ao acelerar de 0 a 100 km/h em 9,7 contra 14,1 segundos e ao alcançar 25 km/h a mais de velocidade máxima. O CR-V deu o troco em consumo, com marcas bem melhores tanto no ciclo urbano quanto no rodoviário (veja números e análise detalhada).

O CR-V tem uma boa caixa automática de cinco marchas, com mudanças suaves e feitas no momento em que se deseja, mas há poucos recursos de seleção manual: pode-se apenas tirar a quinta de ação, pelo botão Overdrive, e fixar primeira (posição 1) ou segunda (posição 2, em que nem a primeira é usada, pois o objetivo é obter saídas suaves e não perder tração). É uma grande diferença para a caixa de seis marchas do Tiguan, tão boa quanto a do concorrente em modo automático, mas com fácil interação pelo motorista.

Primeiro por permitir mudanças manuais pela alavanca seletora (ascendentes para frente e reduções para trás) quando esta é deslocada para a esquerda, no modo S, esportivo. Ao efetuar essa operação a sexta marcha é tirada de ação para ganho de agilidade, por se tratar de sobremarcha. Segundo porque há comandos do tipo borboleta no volante, em que o esquerdo faz reduções, e o direito, mudanças para cima. Interessante é que esses comandos estão ativos mesmo com a alavanca em D, mas nesse caso a operação manual cessa após algum segundos se eles não forem mais usados.

Em modo manual o carro pode ganhar velocidade com acelerador bem aberto em baixa rotação (método carga), desde que não se use o interruptor no fim de curso. Já no limite de giros ocorre mudança automática para cima, a menos que se selecione o modo de uso Off-Road (mais sobre ele adiante).

Esses carros são bons exemplos de como o comportamento dos utilitários esporte está cada vez mais próximo do dos automóveis, apesar das limitações do alto centro de gravidade. Com modernas suspensões independentes (saiba mais sobre técnica), conseguem um rodar confortável e uma estabilidade que chega a surpreender. Nota-se em ambos que houve prioridade ao comportamento dinâmico, pela alta carga dos amortecedores, sem que haja desconforto. No Tiguan a transmissão de impactos do solo é maior, talvez pelos pneus de perfil bem mais baixo (235/50 R 18 contra 225/65 R 17), mas eles "gritam" mais em curvas rápidas do que essa medida faria esperar. Um ponto que a VW precisa melhorar são os amortecedores sem batente hidráulico, que dão uma pancada bem audível ao passar rápido por lombadas.

Os dois contam com controles de estabilidade e de tração, que funcionam bem, são muito bem-vindos no tipo de carro — pela citada altura de rodagem — e podem ser desativados por botão. A direção com assistência na dose certa, elétrica nos dois casos, combina leveza em baixa velocidade e precisão em alta nos dois modelos. Nada de crítica também aos freios, que contam com discos nas quatro rodas e sistema antitravamento (ABS) de série. Particularidade do Tiguan é o monitor de pressão dos pneus.

Recurso interessante no VW é o modo Off-Road (opcional), acionado por um botão no console, que ativa o controle de descida: rodando devagar, acelera-se ou freia-se até a velocidade desejada e dali em diante o dispositivo a mantém com grande precisão, usando os freios conforme necessário, enquanto o motorista fica com os pés livres. É confortável sobretudo em pisos bem irregulares, onde os solavancos costumam fazer a pressão nos pedais aumentar ou diminuir sem intenção. Esse modo causa também duas alterações na operação do câmbio: tira a sexta marcha de ação e faz com que cada marcha seja retida ao alcançar o limite de giros, sem haver troca automática para cima.

Os faróis opcionais do Tiguan, com lâmpadas de xenônio para ambos os fachos e iluminação autodirecional, representam grande vantagem sobre os do CR-V, que têm lâmpadas halógenas comuns e duplo refletor de superfície complexa. Além da iluminação muito superior, os de xenônio vêm com correção automática da altura do facho (a Honda ao menos poderia usar comando elétrico desse parâmetro) e lavadores de alto pressão, como exigem as legislações europeia e brasileira. Ambos trazem faróis de neblina, mas o VW adiciona repetidores laterais das luzes de direção e lanterna traseira de nevoeiro, que o Honda deveria ter, apesar de sua origem mexicana (ele segue a legislação dos EUA e não a da Europa como o concorrente). Ao menos os japoneses aplicaram luzes de direção traseiras em tom âmbar.

Também melhor no Tiguan é o retrovisor esquerdo biconvexo, de ótimo campo visual, embora o convexo do adversário dê conta do recado; felizmente, também nesse item o CR-V escapa ao lamentável padrão norte-americano de lente plana. A visibilidade é adequada nos dois, com alguma restrição pelas colunas traseiras. Ambos estão bem-equipados quanto a segurança passiva, com bolsas infláveis frontais, laterais dianteiras (para proteção do tórax) e cortinas (para toda a área de vidros das portas) de série, além de cintos de três pontos e encosto de cabeça para os cinco ocupantes. Continua

Avaliações - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade