

A GM enfim deixou de usar o
fundo branco no painel da Meriva Premium, mas a iluminação poderia
evoluir


O Fit é original também nas
cores dos instrumentos, cuja luz aparece atenuada logo que se aciona a
ignição


A Peugeot reposicionou o
termômetro do 206 para dar lugar ao indicador de marcha; a iluminação é
agradável |
|
GM e Honda incluem
faixa degradê no pára-brisa e abertura interna do tanque de combustível.
Alerta para porta mal fechada vem só na 206 (individual) e no Fit
(genérico). Os pára-sóis se equivalem, com espelho não iluminado nos
dois lados, e todos têm luz interna temporizada e bom espaço para
pequenos objetos. A Meriva supera os demais em espaço para os ocupantes, com a 206 em
último lugar — e nem poderia ser diferente diante das dimensões externas
de cada um. Três passageiros viajam no banco traseiro do carro da GM com
boa acomodação para cabeça e pernas e razoável em largura; os outros são
mais estreitos e na Peugeot há menos espaço para pernas.
A GM abandonou o banco traseiro FlexSpace, opcional que permitia eliminar o lugar central e reposicionar os
laterais com ganho de espaço para pernas e ombros. Restou apenas o banco bipartido, também oferecido pelos oponentes. O do Fit tem recursos
adicionais, como o assento que pode ser rebatido junto ao encosto,
liberando amplo espaço vertical para objetos altos. Alavancas junto às
colunas fazem correr para frente os bancos dianteiros, útil para
acomodar volumes atrás deles.
Em espaço para bagagem, vence o Fit por pequena margem, com
380 litros ante 360 da Meriva (incluindo o porta-objetos sob o piso) e
313 da 206 SW. Esta não só decepciona em capacidade, como ainda
tem o inconveniente estepe externo sob o assoalho, em vez de horizontal
interno como o dos oponentes. Nos três esse pneu é igual aos demais, mas
usa roda de aço em vez de alumínio.
Mecânica,
comportamento
e segurança
As potências até que
próximas são obtidas por motores de configuração diferente. Com menor
cilindrada — 1,5 litro —, o Fit recorre à tecnologia, com comando variável VTEC (saiba mais) e quatro válvulas por cilindro, estas
também em uso no 1,6 da 206 SW. A Meriva ampara-se no deslocamento de
1,8 litro e, mesmo sem tais recursos, sai à frente tanto em potência
quanto em torque: 112/114 cv (gasolina e álcool, na ordem) e 17,7 m.kgf,
ante 110/113 cv e 14,2/15,5 m.kgf da Peugeot e 105 cv e 14,2 m.kgf do
Fit, sendo necessária maior rotação para chegar ao torque máximo destes
dois modelos.
Essa distinção é notada com facilidade ao dirigi-los. O motor Peugeot e
sobretudo o Honda têm um tempero esportivo, que convida a explorar as
altas rotações, onde entregam seu melhor desempenho com baixo nível de
vibração. No Fit percebe-se quando o VTEC entra em ação e altera o
diagrama de comando, pois o motor ganha ímpeto e até um ronco mais
encorpado.
O da GM, pelo contrário, está bem disposto desde baixos regimes e ganha
certa aspereza acima de 4.000 rpm, embora tenha evoluído muito neste
aspecto com a reformulação feita na linha 2006. O nível de ruído dos
três está dentro do aceitável, com destaque para o silêncio do Fit em
marcha-lenta.
A simulação de desempenho do Best Cars apontou vantagem para o
Fit, sobretudo pelo menor peso e a eficiência do câmbio de variação
contínua (CVT). Foi o melhor em aceleração e retomada de velocidade,
além de obter a maior velocidade máxima com gasolina (a 206 o superou
com álcool, que ele não usa). Também liderou por boa margem em consumo de gasolina,
enquanto a Meriva foi melhor entre os flexíveis com álcool (veja os
resultados e a análise detalhada).
É no câmbio que estão as mais interessantes diferenças. São três modos
de atender à mesma demanda: a de um sistema que efetue as trocas de
marcha de modo automático e dispense o uso do pedal de embreagem, para
conforto no uso urbano e facilidade de condução. Embora os três
fabricantes recorram a caixas automáticas convencionais em outros
modelos, neste grupo ela equipa apenas a 206 SW. O Fit tem CVT, e a Meriva,
câmbio manual com operação
automática de mudanças e embreagem, o chamado automatizado.
Para o motorista leigo, pode parecer tudo a mesma coisa: move-se a
alavanca seletora para a posição de movimento (A na Meriva, D nos
outros), acelera-se e o carro anda, trocando de marchas por si só. Mas
há muitas diferenças por trás disso, tanto do ponto de vista técnico
(saiba mais) quanto do de utilização.
O CVT é por definição o
mais suave, já que não existem marchas definidas: apenas duas relações
extremas, entre as quais a caixa escolhe a mais adequada a cada
condição, com variação gradual à medida que a velocidade cresce ou
diminui. Além do benefício ao desempenho e à economia, isso torna o Fit
confortável para os passageiros, mas pode não agradar a quem
gosta de ouvir o motor, pois há pouca
variação de rotações enquanto se ganha velocidade.
A Honda poderia contornar isso ao oferecer comando manual, que simula
sete marchas, disponível em outros mercados. À posição normal de uso, D,
ele acrescenta duas (S e L) que produzem maior rotação, útil para
aclives e declives ou para deixar o carro mais ágil. No meio-termo está
o câmbio automático da 206 SW, com quatro marchas e conversor de torque, que por seu
deslizamento torna mais suaves as mudanças que em uma caixa manual.
Continua
|