Para a motorização, a BMW utilizou de todo seu conhecimento em construção de motores de aviões para desenvolver um eficiente e leve 2,0-litros de seis cilindros em linha, assinado por Rudolf Schleicher, que rendia 80 cv a 4.500 rpm. O comando de válvulas era no bloco, mas as válvulas eram dispostas em “V”, formando câmaras de combustão hemisféricas.

Um dos maiores clássicos da BMW, o 328 é hoje presença certa em competições
de carros antigos, onde ainda esbanja estilo e dá trabalho aos adversários

Num relance o motor, devido à largura do cabeçote (de alumínio) necessária para essa disposição das válvulas, parecia um duplo-comando no cabeçote, chegando a confundir parte da imprensa automobilística. Com um carburator Solex de corpo triplo, o 328 atingia a velocidade máxima de 165 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em apenas sete segundos.

O roadster vinha com câmbio manual de quatro marchas, freios hidráulicos a tambor, rodas de 16 pol com fixação central por porca-borboleta e pneus 5,50-16. A suspensão dianteira consistia em um semi-eixo oscilante com feixe de molas transversal, e a traseira em um eixo rígido com feixe de molas longitudinal. Por onde quer que se olhasse, era impressionante o nível de qualidade que a BMW tinha atingido em apenas sete anos de experiência na produção de automóveis — antes, só motores aeronáuticos e motocicletas.

Os seletos compradores tiveram que esperar até 1937 para que a fábrica entregasse os primeiros exemplares do 328, a um preço de 7.400 marcos imperiais. Correspondia na época a US$ 2.987, que atualizados seriam quase US$ 40 mil hoje. Para se ter uma idéia de quanto o roadster era caro, um sedã de luxo BMW 326 era vendido a 2.000 marcos imperiais.

Absoluto nas pistas   O 328 se tornou um fenômeno em competições. Seu baixo peso e boa potência do motor demonstravam grande competência nas pistas. Em 1938, dois desses modelos conquistaram oitavo e décimos lugares na importante Mille Miglia, prova de estrada que saía de Brescia no norte, chegava a Roma e retornava a Brescia — uma volta de 1.600 quilômetros pela maior parte da Itália, primeiro pela costa do Mar Tirreno e depois do Adriático, percorrida num só dia. Era a terceira vez que um carro alemão terminava a prova entre os 10 primeiros colocados, feito que somente a Mercedes tinha conseguido com o SSK e o SSKL. Continua

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