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Carros do Passado

No entanto, a palavra conforto era totalmente antagônica ao Lambo: devido ao pequeno habitáculo, que compartilhava espaço com o motor, e à pouquíssima altura da carroceria, entrar no Miura não era tarefa simples. Se não bastasse o esforço para se sentar ao volante, os pequenos bancos não possuíam regulagem de distância: regulavam-se o volante e os pedais, esta até hoje uma solução pouco usual.

O interior de um puro carro esporte: painel farto em instrumentos, volante com três raios metálicos, largo console -- e nenhum conforto. Com os bancos fixos, o motorista ajustava apenas o volante e os pedais

Sem espaço para se mover dentro do carro, dirigi-lo era uma tarefa desgastante, pois o motorista não tinha como reclinar o banco. A falta de espaço era tamanha que os encostos de cabeça não eram acoplados aos bancos e sim fixos à carroceria. Para complicar ainda mais a estada dentro do Miura, o calor dentro do carro era insuportável. Devido ao fato de o motor ficar muito próximo dos bancos, separados apenas pela chapa do chassi e por um vidro, o aquecimento do V12 irradiava-se para dentro do habitáculo.

E, para terminar a lista de desagrados, o nível de ruído era altíssimo. Sem isolamento acústico e com 12 cornetas de alimentação a pouco mais de 10 centímetros de distância, separados por apenas um vidro, o Miura não permitia muitos diálogos durante a viagem. Tanto que nem vinha equipado com rádio, pois seria perda de espaço e não teria utilidade.

O sofisticado V12: 4,0 litros, duplo comando por bancada, quatro carburadores, 350 cv de potência líquida

Nada disso era problema, porém, para quem estava em busca de um carro com números superlativos no quesito desempenho. E nisso o Miura era impressionante: acelerava de 0 a 100 km/h em apenas 6,7 segundos e alcançava a velocidade máxima de 280 km/h. O quarto-de-milha (0 a 402 metros) era obtido em 14 segundos, desempenho semelhante ao do Corvette StingRay de 1965, que era equipado com o V8 396 Mk IV (6,5 litros) e rendia 425 cv brutos. Para ancorar o foguete, a Lamborghini adotou freios a disco nas quatro rodas da renomada marca inglesa Girling, que tinham circuito hidráulico duplo. Continua

Para ler
O livro Lamborghini Miura, de Peter Coltrin e Jean-Francois Marchet, tem o subtítulo The definitive analysis of Lamborghini's sensational V-12 supercar, ou "a análise definitiva do sensacional supercarro V12 da Lamborghini". É quase um tratado, pois é muito bem detalhado, com fichas, fotos e comentários.

Em 1967, a famosa revista americana Car and Driver fez um exemplar especial intitulado Technical Report: Lamborghini's Sizzling Sidewinder. O esportivo foi testado e bem detalhado em
fotos e fichas técnicas.
Outra edição da mesma traz em destaque a velocidade máxima do touro italiano: 168 mph, 268 km/h. Para quem der sorte de achar nos sebos.

Em outubro de 1999 a revista Road & Track, também americana, mostrou um comparativo entre Ferrari 365 GTB/4 e Miura. Dissertou sobre a evolução do estilo dos esportivos em comparação aos atuais, com belas fotografias de época e de felizes proprietários.

por Francis Castaings

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