Havia outra diferença no S10 nacional: o chassi utilizado com tração traseira era o mesmo do americano com tração integral, mais alto e reforçado. Tratava-se de opção da GMB para privilegiar a robustez, com o inconveniente de manter um "calombo" no assoalho dianteiro, no lado do passageiro, destinado à caixa de transferência da versão 4x4.

O chassi era o do 4x4 americano, mais alto e robusto. Motores 2,5 turbodiesel e, em 1997, o V6 de 4,3 litros ampliaram o leque de opções

O leque de opções do S10 não demorou a aumentar. Em novembro chegava o motor turbodiesel Maxion HS (high speed, alta rotação) de 2,5 litros. Originário dos Land Rovers ingleses, tinha um comportamento diferente dos enormes diesel de cerca de 4,0 litros dos picapes pesados: era mais leve, silencioso e suave, com 95 cv a 3.800 rpm e torque de 22,4 m.kgf a 1.800 rpm. Por força da legislação, a capacidade de carga fora aumentada de 810 para 1.020 kg (versões básicas), resultando em um rodar mais duro e desconfortável.

Em março de 1996 era introduzido o DeLuxe Cabine Estendida, com entreeixos de 3,12 metros em vez de 2,75 m, o que permitia manter a caçamba original. O espaço adicional podia ser utilizado para bagagem ou para transporte de dois passageiros, em pequenos (e desconfortáveis) bancos laterais, escamoteáveis e voltados para o centro do veículo.

Se o S10 estava sendo nacionalizado, por que não também o Blazer? A GM ousou e foi bem-sucedida ao oferecer uma opção aos utilitários esporte importados

O primeiro utilitário esporte   Outro segmento que conquistava adeptos entre os brasileiros era o de utilitários esporte derivados de chassi de picapes, como o Ford Explorer e o Toyota Hilux SW4. Com o S10 sendo desenvolvido, nada mais natural para a GM que trazer também o Blazer, que seria o primeiro utilitário esporte nacional, se não se considerar o Bonanza.

Com projeto aprovado ainda em 1993, ele chegava em novembro de 1995 e impressionava pelo estilo: a frente harmoniosa do S10 havia ficado ainda melhor nesse formato de perua, com cinco portas (o de três nunca foi oferecido aqui), linhas bem proporcionadas e o jeito imponente que caracteriza esses veículos. As versões eram as mesmas, sendo a superior denominada DLX.

Neste esboço do Blazer brasileiro, uma idéia não aprovada: duas portas para acesso à bagagem, com articulação vertical

O Blazer acenava ainda com bom nível de equipamentos, incluindo um console de teto com bússola digital, porta-óculos e porta-objetos, e amplo compartimento de bagagem (456 litros). A GM havia estudado a solução de duas portas para acesso a ele, abrindo-se uma para cada lado, como em furgões de carga, mas acabou por manter a porta única com abertura para cima. Como no S10, o estepe ficava na parte traseira, sob o assoalho.

Com o mesmo motor 2,2 de 106 cv, a reação inicial ao Blazer não foi das melhores. Com o peso adicional e a natural expectativa do comprador de um veículo familiar em relação ao desempenho, suas respostas ao acelerador decepcionavam — ainda mais com um pedal de curso longo, que acentuava a impressão de lerdeza.
Continua

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